segunda-feira, 31 de maio de 2010

A minha razão

Em certos momentos, como se isso não fizesse parte da minha pessoa, sinto a razão a sumir-se, sinto a razão a vir a negro...e de repente aparecem a branco as seguintes palavras: eu não sei nada, eu sinto.

Comecei a pensar de que vale tirar conclusões certas.
Para algumas pessoas basta-lhes saber que estão certas.
O que talvez perceba...Mas poderá isso bastar
quando as situações envolvem mais do que uma pessoa?
Julgo que não. De que me vale ter razão?
De que me vale darem-me razão?
De que me vale dar o meu melhor para nada?
Vale que sou um idiota. E mesmo com todo o direito a sê-lo
não me sinto mais leve e feliz por isso.
Apontar erros...todos somos bons nessa matéria,
e eu, ao que parece, não fujo à manada...
E apontar soluções? Dar sugestões? Nestes casos
já não existem tantas pessoas...Mas mesmo assim, lá estou eu.
E para quê? Para pouco mais que nada.
Eu odeio nadas. Eu odeio vazios.

Eu odeio...tanta coisa que não cabe na razão da maioria.
Por isso, quando encontro alguém que me compreenda, que não
me julgue doudo de todo, tento agarrar.

Este mundo está estragado? Ainda não...
Mas para lá caminha...Mas ainda tem arranjo, ainda tem cura.

A diferença entre sentir e saber?
A perfeição, mais uma vez,
(sinto que me repito...
e deixo-me ir repetindo...repito-me tantas vezes...
que penso já estar louco por continuar a repetir.)
dá-se no equilíbrio, na união,
por isso se sentirmos o que sabemos e soubermos sentir
estamos tão bem...
Parece um paraíso na terra.
E senão for possível ambas as condições?
Eu prefiro sentir. Porque sentir é quase justificação para saber.
E se souber apenas...dado que vocês são humanos,
podem facilmente negar o sentimento.

Se não se esforçarem por me dar o vosso melhor,
eu não me preocupo.
Se não se esforçarem por me fazer feliz,
eu não me importo.
Querem-me mentir? Força. Mintam. Até a mentira se tornar verdade.
Mas esforcem-se por vocês. Não neguem a vocês próprios
a felicidade, façam-se felizes.
E mentir? ..................
Se há algo que odeio mais do que a hipocrisia alheia,
é ver-vos a mentir a vocês próprios.
Por isso a minha razão...infelizmente, vive só para mim,
e eu,
não vos consigo mentir,
mas custa-me ver-vos...afastar. Para sempre. E por nada.
Lamento imenso.
Adeus.

"Para os inteligentes uma mentira será sempre uma mentira. Para os menos inteligentes a mentira acabará por se tornar verdade." (JM).

domingo, 30 de maio de 2010

Poderia chamar-lhe Maio...mas seria a mesma coisa?

É tudo conforme.
Não te esqueceste, mas em ti o vento
já não sacode,
não sobra réstia de fome...
Nem a mais forte ventania...
Talvez somente um ciclone.
Resta descobrir o que sobra na boca,
se um sabor já muito usado, gasto, amargo
se um sabor quase novo, doce, e sem
grandes descrições...pois apenas sabe
quem o prova, quem o dá...
Qual é o sabor?
É o do fim de Maio
ou do início de Junho?
É uma continuação?
É a morte de algo belo, como Maio,
Ou o renascer nesse Junho que lá vem chegando?
É saber nada, saber a ausência de tudo,
é o saber tudo...porque sempre se soube.
É desejar que não arranquem os olhos como Édipo
por se terem apercebido que viveram cegos o tempo todo.
E quanto ao tempo?
Ai...o tempo. Sinto saudades de o ver à minha frente
passar de forma silenciosa, mas muito depressa...
E quanto à pressa? Nunca a tive...Tudo tem uma razão
e aceitar essa razão é não fechar os olhos à verdade,
verdade que tem por essência preencher.



Com este texto quero terminar Maio de 2010, que foi, de certa forma, muito melhor que qualquer outro Maio que tenho em memória. Mas principalmente, foi um Maio de sabores, e de cansaço, um Maio de pequenas batalhas para o grande final da guerra, um Maio de movimentos...muita água, tabaco...e um pouco de tudo a acrescentar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Desculpas-me?


Este texto é inspirado e de certa forma uma espécie de tributo ao filme "O véu pintado". Não queria fazer de todo uma reflexão...Queria talvez inventar uma ideia nova com um conceito antigo. Seja como for, deixo desde já a sugestão: vejam o filme.

"Ás vezes a maior viagem é a distância entre duas pessoas..."
(Se o é. Mas vale a pena chegar ao destino. Sim vale.)

Parte 1

- Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa...
- Desculpa, mas não chega.

Parte 2

- Já ouviste da minha boca milhares de vezes um pedido de desculpa...todas as vezes que te fiz mal e nas quais sempre me arrependi. Apesar de o estar sempre a sentir, nunca ouviste da minha boca um "Amo-te".

Parte 3

Por alguma razão apaixonaste-te por mim...Às vezes parece uma espécie de magia. Olhamos alguém, e toda a sua presença exerce uma força, como se fosse de fora deste mundo, como se trouxesse à sua volta uma aura. E olhaste para mim e sentiste isso...Não foi por solidão. Não foi por motivo nenhum especial, excepto ter-te atingido, como nunca ninguém atingiu. E eu, por razões menos aceitáveis (muito menos aceitáveis) quis ficar contigo...E mesmo que quisesse começar a amar-te não consegui...Eras frio. Racional. Homem das ciências. E parecias sempre distante. Fazíamos amor às escuras...(porquê?), é suposto, também nestes momentos importantes olharmos nos olhos, olharmos os contornos, sentir tudo com os cinco sentidos...A distância para com a tua alma era tão grande que pensei que fosse infinita ou mesmo inexistente, como se não fosse possível chegar-te à alma. Acabei por te trair facilmente...Bastou encontrar alguém que fisicamente e emocionalmente (pelo menos à primeira vista) me fazia sentir querida e amada, verdadeiramente. Mas tu descobriste. E levaste-me para um mundo diferente, na obrigação de ficar contigo. Eu continuava afastada de ti, devido à tua maneira de ser...e tu? Tu continuavas igual, mas pior, com a desculpa da desilusão por mim causada. Tempos tristes que vivemos...e tudo isto com o medo da morte, que pairava tão de perto. Tempos tristes. Onde sofri, julgando já não ser gente, nem alma, nem coração. E foi então que aconteceu algo diferente...aos poucos fomos descobrindo as nossas almas de um ponto de vista diferente. Deixámos de ver em nós o que queríamos ver, por termos desejado ou sonhado, e passamos a ver o que de facto existia. E aos poucos...descobrimos que de facto encaixávamos...e que juntos tudo era diferente. Principalmente para nós, e depois talvez, para o mundo. E tudo começou a mudar. E tudo começou a ganhar outra cor, a brilhar...
E foi então que adoeceste. Durante todo o tempo juntos a frase que mais te disse foi "desculpa" ou "desculpa-me"...E tu, talvez por amor que me tinhas, acabavas sempre por desculpar, porque o amor era mais forte...E mesmo antes da tua morte...tudo o que consegui dizer-te foi "desculpa por tudo". E apesar de tudo o que se passou, desta distância que mudou de comprimento tantas vezes...apesar de tudo, eu...descobri-te, e senti-te, e ...Sim. Finalmente encontrei o verdadeiro amor. E para dentro, amei-te. E apesar de tudo...morreste nos meus braços e não consegui dizer que te amava...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Bater no fundo para depois sentir a gravidade (agora sim o último)



Por momentos pensei estar num dos melhores dias de à muito tempo. Mas depressa percebi que era exactamente o oposto. Já vos vi por várias vezes passarem da luz à escuridão de forma repentina...Mas na maioria dos casos acontece, e vão-me desculpar, porque não têm mais nada em que pensar, e porque, por alguma razão, preferem as coisas más às boas, mesmo quando as boas nada têm de mal para ser apontadas...Comigo não. Foi diferente. Fui pensando...e concluindo tudo com a alma triste. Tentava agarrar-me a uma ponta de luz que fosse, mas lá vinha a escuridão. Tentei e tentei, mas tudo acabava por me levar a essa escuridão. Rendi-me. As conclusões custam a ser tiradas, e custam quando não há volta a dar. Por isso, decidi escrever este texto. Ao que parece na altura pareceu-me a melhor solução em vez de justificar o meu estado de alma e os meus pensamentos. Foi bom ainda ter arranjado mais dois "episódios" do Mr. Durden para vos contar. Mas julgo serem mesmo os últimos. Espero que gostem...
(O filme já conhecem : Fight Club)
Quero participar, estou farto de ser um espectador. Não tenham medo de seguir os vossos sonhos nem tenham medo de ser felizes, nunca.
( alínea A )

O Tyler tinha acabado de fechar a porta da cave.
-Vejo muitas caras novas por aqui...
Os lutadores começaram a rir, mas o Tyler cortou as gargalhadas:
-Calem-se! (Todos fizeram silêncio) Isto significa que alguns de vocês andam a transgredir as duas primeiras regras do Fight Club...
(Todos estavam atentos, e ele continuou)
-Vejo aqui tanto talento desperdiçado. Estou diante dos melhores homens. São pessoas, toda uma geração que serve à mesa, que vende jornais, que põe gasolina, ... Escravos de colarinho branco e gravata. Grande parte da culpa é do espírito da publicidade e do consumismo...que nos faz trabalhar em coisas que odiamos para comprar coisas que não precisamos. Somos os filhos do centro da História. Não temos nenhuma grande Guerra...nenhuma grande depressão...A nosso guerra é espiritual. A nossa grande depressão são as nossas vidas. E a televisão faz-nos acreditar que todos nós um dia vamos ser milionários, deuses do cinema ou cantores. Mas não vamos...e devagar estamos-nos a aperceber disso...e nós, ficamos irritados com isso!

( alínea B )

Tínhamos acabado de chegar a uma loja de conveniência mesmo ao lado de uma bomba de gasolina:
-O que estamos aqui a fazer?
-Sacrificio humano. Foi a resposta do Tyler.
-O quê?
-Vai ter comigo às traseiras da loja. Entretanto Tyler tirou da mala algo que me pareceu uma pistola.
-Diz-me que isso não é uma pistola!
-Vai ter comigo lá atrás...
-Isso é uma pistola?
-Sim é. Vai ter comigo lá atrás!
-Oh meu Deus...
Quando cheguei às traseiras da loja o Tyler trazia pelo braço um rapaz dos seus vinte e cinco anos, de nacionalidade oriental, ao que parecia. O Tyler colocou-o de joelhos no chão e tirou-lhe a carteira...
-Raymond...tu vais morrer.
O pobre do rapaz começou a choramingar.
-Ao que parece vives num apartamento minúsculo...aliás numa cave, a avaliar pela morada. Estou certo?
-Sim sim...
-Raymond, porque estás a trabalhar numa loja destas?
O rapaz não respondia. Estava a tremelicar e a choramingar. O Tyler bateu-lhe com a pistola na cabeça:
-Porque desisti de estudar!
-O que querias ser?
O rapaz balbuciava grunhidos...
-Preferes morrer nas traseiras de uma loja?!
-Não quero morrer! Queria estudar animais e essas coisas...
-Ah!, querias ser veterinário!
-Sim e essas coisas...
-Sim e essas coisas já percebi.
-E porque desististe?
-Porque tinha de estudar muito...
-Preferias estar morto? (E o Tyler fez uns sons com a pistola que deduzi darem-se antes de se disparar uma arma)
-Não, não por favor!
O Tyler guardou a arma. Tirou a carta de condução do Raymond da carteira e guardou-a no bolso:
-Vou guardar a tua morada. Para saber onde moras. Vou andar de olho em ti, se daqui a seis semanas não te estiveres a esforçar para ser veterinário então estarás morto. Agora vai, corre. Run Forrest Run!
O rapaz correu até sair da nossa vista:
-Estou enojado. Para que é que foi isso tudo? Estás feliz?
O Tyler só respondeu:
-Amanha vai ser o dia mais belo da vida do Raymaond...Tudo lhe vai parecer belo. O seu pequeno-almoço vai-lhe saber melhor que qualquer refeição que nós alguma vez comeremos. Ele vai viver o sonho dele...
O Tyler mandou-me a arma para a mão. Abri-a. Não tinha nenhuma bala...As coisas, mesmo que à maneira do Tyler, começavam a fazer sentido. Ele tinha um plano.

"Só quando perderes tudo é que estarás livre para fazer tudo...

Tens de desistir. Tens que perceber que um dia vais morrer! Porque até perceberes isso és inútil."

Durante a corrida, sentimento primeiro

Este texto, se menos fortemente sentido, poderia acabar na apologia do meu eu. Por alguma razão achei mais correcto coloca-la aqui.

Ontem corri. Corri muito. Foi a vez que corri mais ao que me lembro. E a minha cabeça ia pensando da mesma forma que todo o meu corpo ia sofrendo dor. Todo o meu corpo é exagero...apenas as pernas e os pulmões. Quando estou a correr as músicas que prefiro ouvir nem sempre são as mesmas que prefiro ouvir quando não estou a correr...Apesar de gostar de todas as que transporto. Os meus pensamentos iam já perdidos, quando parei na música Sober, dos Tool. A verdade é que a ouvi umas quatro vezes. Na altura foi o que me fez companhia, e a razão pela qual comecei a pensar nas reflexões que me fizeram escrever este texto.
Comecei a pensar que não, não queria ser esse tipo de monstro. Esse tipo de ser vivo. E a música entrava dentro de mim...de forma tão suave...e eu deixei. O bater do meu coração começou a bater ao ritmo da música, pelo menos assim parecia. Comecei a ter medo não sei do quê. Não quero ser mais um imbecil neste mundo, nem o pior mentiroso. Não quero preencher ninguém só para depois sair de lá, deixando um espaço vazio. Não te quero elevar só para depois te fazer cair...Não. Eu não quero ser assim. E depois pensei...mesmo não sendo assim, conheço tanta gente que sofre por pessoas como estas, que existem em todo o lado, a todo o tempo.
Meus caros...As pessoas não são objectos, que são usados e descartados. As pessoas não devem ser abraçadas apenas em alturas que vos dá jeito para depois serem descartadas. Usam e largam...sem qualquer amor puro ou reconhecimento...Amor?Amizade? Não...para vocês, tudo se resume a necessidade. E vocês são falsos...fingem amor, ou amam mesmo, mas muito pouco, para terem o que querem...seja lá o que for.
Dizem-me desde pequeno que não se deseja a morte a ninguém...muito bem, não o farei, mas devido ao sofrimento que causam, às cicatrizes que deixam nas pessoas, posso afirmar, sem qualquer ponta de sensibilidade, se morrerem não vos lamento, e não afectarão a direcção da minha vida por um milímetro que seja.
Há pessoas que não parecem pessoas...ou então sou eu que estou no lugar errado. Talvez isso seja mais verdadeiro. Todos queremos aquilo que queremos...mas a vossa necessidade é satisfeita da forma que calhar...a minha pode ficar pendente, mas tudo o que vem com ela é a fome e o sentimento. O mais triste é que vocês mesmo sendo dessa forma, dormem descansados (não sei como), sem arrependimento, e satisfizeram-se...Não sei porque sou assim. Por isso façam-me um favor: não me preencham se depressa me deixam.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Elogio à parvoíce : D - Parte dois

A pedido de muitas famílias...Não. A pedido de uma pessoa em especial, e para outras que também sorriram (pois rir é capaz de ser um verbo exagerado...de qualquer das formas...), quis colocar mais alguns vídeos. A parvoíce não dura para sempre (será?). Obrigado às pessoas que estão no vídeo. Sem vocês a minha parvoíce...bem, não era tão parva. Foi um prazer ser eu próprio com vocês...apesar de consciente que desta forma não vou muito longe em termos de relações e trabalhos futuros...e esta frase merece um smile: xD . Ou talvez vá...Obrigado e divirtam-se!
(um vídeo do Algarve e três vídeos de uma "louca" ou douda viagem para Cascais. No nosso carrinho azul...)

"Fogo Raul reage!" "Esta passividade não é natural."
"Dá-lhe com força! (Dá-lhe com força!)"
"Parece que estamos em Marte...é só asteróides."
(se tomarem atenção reparem nos 3 segundos...que bastam para o meu amigo Bruno Varela beber um copo normal de cerveja...admiração e orgulho. Quem me dera.)

O "monstro" que ajudei a criar - Com todo o amor e orgulho do mundo

Aproveito este post para dizer às pessoas que vêem ao meu blogue para lerem este texto em particular (mas todo o blogue vale mais do que a pena). Sintam mas sintam-se.
Querem descobrir se existe utopia? Perfeição? Hei-la:

http://memoriasrasgadas.blogspot.com/2010/05/desaparecida.html

domingo, 23 de maio de 2010

Reflexologia


Era bom por uma vez na vida alguém se adaptar a mim, e no o contrário. Foi reflectido. Agora dito. De qualquer forma, nenhuma verdadeira amizade, nenhum verdadeiro amor, nenhuma família pode sobreviver ou ser saudável se jogarem "ao quem se adapta primeiro"...Não. Imaginem que são uma peça. Duas pessoas, duas peças. Se uma se for moldando à outra, para se encaixarem melhor, pode demorar muito tempo...pode causa transtornos. Pode não ser satisfatório. Mas...e se ambas as pessoas se forem moldando? Quando derem por eles já as peças se encaixam. Foi todo um processo construtivo, ambos se esforçaram.
A vida é assim...é como atravessar uma passadeira, temos de olhar para os dois lados, ou podemos acabar mal. Um lado não chega. Uma peça não chega.

"I know the pieces fit..." ( Tool )

Faço por pensar mas só faço por pensar
se for pensando sentindo.
Prefiro a verdade dolorosa do que viver iludido.
Mas não aceito dolorosas verdades que são mentiras.
Por isso procuro tudo e todos
como se procurasse as mais preciosas safiras.
Detesto que me tapem saídas
que me fechem janelas...
São as mais belas frases
que ficam guardadas e vivas nas nossas almas.
Sou firme como as pedras da calçada.
Penso estar no direito de vos pedir o mesmo...
Sei de cor cada lugar teu,
Cada projecto meu,
Sei de cor o futuro que quero ter,
E a única visão difusa é aquela que esconde
a maneira de o alcançar...
Como? Quanto tempo?
Não me custa ser,
Custa-me ser sem sentir.
É como se olhasse para um espelho
sem encontrar o meu reflexo...
Serão as minhas acções vãs? Sem nexo?
Estarei eu a transformar-me num ser
vazio e complexo?
A desilusão é a melhor amiga do ser humano
a seguir à morte.
Mas existem coisas bem melhores...
E vocês sabem que sim.

Sem rumo - Retorno

http://versologista.blogspot.com/2008/07/sem-rumodedicado.html

O rosto já não está ocultado pelas sombras
Mas continuo a rezar por essa calma
por essa paz, por esse calor interior
que é tão forte que nos altera o exterior...

A alma não me dói. Mas vai doendo.
E a chuva...já não me afecta.
Os sentimentos agora são outros...
A força é superior, a queda é maior,
E sofro nessa tentativa de os tentar apanhar...
De os juntar...
E eles vão se rindo enquanto brincam ao vento.
Mas continuo fora do paraíso
E continuo fora do inferno.
E não quero estar em mais lado nenhum.
É isso mesmo a vida?
É isso o quê?
Se estivesse à espera que me iluminassem
morria durante a espera.

Não...eu nisso mudei muito.
O rosto já não está oculto.
Já não me escondo...e tu viste o brilho
da minha alma.
A cor dos meus olhos bem de perto...
Nada estaria errado...
Se desde cedo tivesses tomado isto como certo.
Não ando perdido...não. Isso já não.
E tenho força.
E as lágrimas? Secaram.
Réstia daquilo que nos prende à vida?
Eu sou a vida e tudo disso me resta.

Mas sim...
Pobre ser vivo, monstro ganancioso,
Sentado neste mundo ocioso...
Continuo à procura dessa cura, desse algarismo,
A metáfora.
Acrescentei à minha vida a ironia,
a curta alegria,
Mas continuo a agradecer toda esta contradição...
Tirando pessoas que usam e abusam dela
sem dela tirarem qualquer tipo de lição.

sábado, 22 de maio de 2010

Auto-destruição descritiva(a questão essencial) - Retorno


http://versologista.blogspot.com/2008/07/auto-destruio-descritivaa-questo.html


A chama que me queima
Devora-me por dentro,
Sinto falta de tudo o que me faz falta.


E passados dois anos podem ter mudado muitas coisas.
Mas nem tudo mudou.
Nada se perde...tudo se transforma.
Tudo piora, pouco melhora. Aceitem...

Sufoco nesta alegria morta
À espera de ressurreição.


Quase cansado dessa espera.
Esta vida tem demasiadas variantes para
a nossa mente presa.
Sinto choques eléctricos no meu peito...
Sinto as minhas costelas a partirem-se...
O que interessa é trazerem-me à vida.
Mas...
Os choques vão e vêem...
Venha o Céu. Venha o Purgatório.

Essa verdade intocável
De que é impossível viver outra vez tudo.


Felizmente estava enganado...é possível viver
outra vez tudo.
Depende da decisão humana de cada um.
Tenho medo...
Outra vez...

Não quero ser diferente do que sou
Quero ser eu mas melhor.


Porque há coisas que nunca mudam...
(Nem vão mudar.)

Ultrapassar a indecisão,
Surpreender a surpresa, ...


Todos os dias desejo
ver em vós esta força, esta mesma vontade.

Não sou vítima nem culpado,
Quero um pouco mais daquilo que não tenho.
Rotina? Rotina só nasce quando não percebem
Que a vida é bela.


Sim. Um sentido enorme de auto-destruição.
Eu sou a dinamite, e vocês a ignição.
Para o bem como para o mal...fim(?).

Narrativas deste monstro


(este é o meu post número 300...Não vou entrar em pormenores de comoção. Tenho tempo para quando fizer dois anos de blogue (se lá chegar). O que digo agora a todos é: Ouçam a música Stinkfist com ouvidos atentos, cérebro acordado, e coração vivo...façam o exercício de traduzir toda a canção...não se arrependerão...Eu sou péssimo a inglês e consegui fazê-lo. Absorvam algo...só vos faz bem.)

Isto já não é sentimento, já não é pensamento...Isto quase não
passa de sofrimento.

Esta inércia dos tempos que correm
afecta todos os que caminham neste mundo...
É triste, bem o sei...
E também eu sou por ela afectado.
Mas não faço disso o meu fado.
Continuo a sonhar fazer parte da História,
Tento aperfeiçoar-me sempre que posso
naquilo que posso
porque o engenho e arte nem todos podem ter...
E foi o Eça, e foi o Camões, e foi o Pessoa...
Eu tento.
Artista que é perfeccionista quer a aresta bem limada.
É a capacidade de valorizar o tudo
e ignorar o nada.
Estas folhas já não chegam para aprisionar o monstro
que há em mim.
Tenho desenhado no meu peito um olho com duas órbitas
que me lembra que este mundo está camuflado
em pormenores ocos...
Eu reconheço que sou louco.
Mas a minha loucura ainda tem limitações...
Não escrevo canções mas é como se as fizesse.
Consegues alcançar-me? Não. Então esquece.
Esquece-te. Começa de novo...
Uma folha branca.
Mas não uses folhas antigas
que ainda guardam pessoas e situações
muito mal apagadas...
Dou-te esta folha nova, é lisa, é virgem,
é uma folha perfeita para começares...
Narrativas de um monstro que escreve
para apaziguar a alma?
Eu já não sei.
Por vezes não encontro significado em escrever,
é algo que tomo como certo, como correcto,
existem coisas sem explicação...é vive-las apenas.
Não utilizo pêndulos para hipnotizar mais ninguém
além de mim próprio,
Consciente da minha vida passada...Tantos momentos.
Consciente que vou morrer, mais depressa do que aquilo que
poderão querer, mais depressa do que eu possa querer,
Acordo-me, e acordo a suar...não é calor, é um pesadelo,
ou será um sonho?
Não interessa...não consigo resolve-lo.
Nesta vida cometi várias vezes o erro que
Ícaro cometeu apenas uma vez.
Onde vou chegar eu?
Frustrado nessa missão de encontrar Pandora,
E depois de encontrar? A caixa não se abre...
Não estou acompanhado, estou sozinho por dentro,
faço lembrar a Circe.
Tudo vive e tudo morre num ápice.
As pessoas que me vêem parar aos braços
acabam por vir quase obrigadas,
Serei Hades?
Não sorriam por fazerem parte de todas as minhas
fases, todos nós fazemos parte de histórias alheias.
Corro para sentir sentimentos apenas,
corro para apanhar quem amo,
Sou um Mercúrio apaixonado...
Odeio o ódio, faço os possíveis
para ser um Cupido, sempre activo
na união de almas,
Sou frontal e frio quando chega a hora
de vos apontar erros desnecessários!, erros que fazem sem razão,
Erros que são mais prejudiciais a vossos próprios
do que as outros...
Todos somos diferentes...é verdade sim...
Mas todos temos um coração e todos nós fomos
abençoados com razão...
Não arranjem desculpas só para me causar transtorno,
Para isso já me basta a minha monstruosidade,
Não sejam felizes nem mudem para melhor por causa de ninguém...
Façam-nos por vocês.
Canso-me, desta intolerância com a qual me banham,
Farto-me, que tédio, que raiva.
Este monstro...
Este monstro.
Quem me dera que certas coisas dependessem de mim,
Quem me dera poder destruir barreiras que vocês
tomam como certas...
quando elas nem sequer existem...
Meu Deus...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Primeira vez

É como se fosse a primeira vez, mas dizem não haver vez
como a primeira...
Olho para as pegadas que deixei neste rasto...
São poucos os momentos que não foram sentidos.
Espero a minha vez?
Não quero esperar...quero voltar ao início,
Começar outra vez mas com toda a capacidade já apreendida.
Um regresso às essências.
Apaixonar-me como se nunca te tivesse conhecido,
Meu Deus, de volta às origens...
Como poderei ter duvidado de tudo isto se eu sempre existi?
Se eu me mantenho vivo desde o começo,
Olha-me nos olhos e diz-me que sou mais importante
do que a tua primeira vez...porque isso é raro,
é especial, e como sempre,
tem um significado...
Como podem duvidar do sentimento se ele sempre lá esteve?
Ele por vezes vai-se guardando...acumulando...desaparecendo...
e quando depois disto tudo ele ainda lá está?
Talvez tenha sido a primeira vez que o amor nos marcou.
E sabê-lo? É algo que se sente, mesmo que se tente ignorar.
Voltar às origens, às profundezas do meu ser...como me lembro.
Pensar em todas as rimas e linhas
todas as almas, todos os cálculos,
cada tentativa que se transformou em ferida
cada tentativa que se transformou em dádiva,
todo o esforço suado, todo o tempo sentado
no abstracto e no concreto à procura de respostas
mas encontrando sempre cada vez mais perguntas.
Foram muitas desilusões, choques quase frontais
e alegrias, fotografias que ficam para sempre guardadas no meu peito,
Conclusões vagas, tentativas quase frustradas de ser perito,
E por muito que ainda me vá sofrendo continuo nesta luta
até me cansar, e quando me cansar prefiro morrer,
Porque sem alma lutadora ninguém está de facto vivo.
Mantenho-me activo, sempre compreensivo, tentando penetrar
em todos esses mundos que me fazem sonhar mais
que me fazem compreender que a vida é bela,
Não sou doutra espécie estou apenas mais ligado,
Mais envolvido, e se tento consumir mais
também acabo mais consumido...
Talvez seja o meu calcanhar de Aquiles.
Mas fiz mais que eles,
e isso não deveria ser ignorado, derrubado, destruído
como se fosse uma casa feita de papel no centro de um ciclone,
Tudo aquilo que escreve é escrito pela fome,
Uma vontade de ir mais longe.
Eu procuro estar a anos de luz da vossa miséria espiral
e vocês fazem por estar inertes na escuridão...
Afinal qual é principal questão?
É toda a que sai do teu coração.
Vinte e três primaveras...aplicando cada acção com
a mesma magia como se fosse a primeira vez.
A primeira vez não me interessa.
Interessa-me compreensão, verdade, e um sentimento
que aparece uma ou duas vezes na vida,
Outras partes não aparecem sempre.
Tento manter aberta a minha mente.
Se grito é para vos fazer seguir em frente...
Talvez tenha andado perdido, sem necessidade de encontrar
o meu Norte, mas chegou a hora de mudar, elevar-me,
Atingir-me, sentir a vida como se fosse o último segundo
antes da morte. E se morresse agora? Que levava eu deste mundo?
Continuo a querer mais, sempre mais, não ambiciono bens materiais,
ambiciono ser lido por cada vez mais almas,
Ambiciono assentar com alguém que me ame, sem dúvidas,
quero amar, sempre amei no meu melhor, sempre apoiei,
sempre suportei, sempre dei tudo o que podia dar,
E dei-me sempre como se fosse algo eterno...
Ainda acredito que isso é possível alcançar,
como vejo em muitas relações por aí,
carinhosos idosos juntos, mais de metade da sua vida...
Não ambicionas nada?
Passo a passo, como sempre, procuro a felicidade que
me faz esquecer os problemas deste mundo,
Procuro aquilo que sempre procurei...Procuro aquilo que
já senti ter encontrado...Mas a vida é irónica,
e às vezes a ironia magoa. Tento fluir-me como se fosse água.
Continuo a agarrar-me a sinais, a coincidências,
a momentos que marcam uma época, e por vezes uma vida,
E continuo a procurar certezas.
Tudo, tudo o que quero, tudo inspirado como se fosse a primeira vez,
a tentar derrubar essas fronteiras, esses limites.
Não me desvalorizo...tenho noção das minhas potencialidades,
tenho noção do poder das minhas verdades,
Tenho noção que quando me aproximo de ti
o coração bate mais depressa...o que se espera?
Já não sei, a minha vontade nunca bastará sozinha,
Infelizmente.
Sozinho sou a força escrita que tenta alterar o mundo...
Não sei até onde conseguirei ir. Mas não me prendo nesses
sentimentos negros, vazios...Não me dou ao suicidio
de sofrer por antecipação...
Continuo a tentar afectar todos aqueles que amo, que venero
que adoro, que gosto,
Continuo a tentar derrubar todos aqueles que me enfurecem
que me causam transtorno.
Esta é a minha vida.
Este é o que sou.
E como sempre, nunca peço muito mais do que aquilo que posso.
Se me dão pouco porque não vos apetece dar-me mais...então
não sei onde vamos todos chegar.
Estou a ficar velho. O tempo cada vez corre mais depressa.
Quero agarrar tudo o que posso agora, antes que seja demasiado tarde,
Construir seja o que for com alicerces fortes e sólidos,
Encontrar ou ser encontrado por alguém, que juntos sejamos felizes,
quero ter filhos, educa-los e seguir as suas preciosas vidas,
Ouvir as suas primeiras palavras, estar presente na vida deles,
Apoia-los, fazê-los sorrir.
Quero que percebam que já é altura de entenderem que é tempo
de agarrarem.
E a minha melhor primeira vez será aquela que se prolonga
na minha vida, de forma sentida, e que com alguma sorte,
seja a última.

No limiar da loucura, no limiar da tortura, no limiar de qualquer coisa, venha o amor ou não venha nada, venha um tiro no coração e dois na cabeça

Começar por dizer, considerando-me um ser que escreve de forma séria, que este texto tem tanto de verdadeiro como de desespero. E por desespero entenda-se a capacidade de se dizer coisas que se deviam manter na nossa cabeça sem serem ditas. Mas também o que interessa? Junto as minhas duas partes: a do Diogo que sabe ser e estar com o Diogo que vive a vida de uma forma bem diferente. Disse uma vez a uma pessoa : nenhum homem é totalmente maduro...dentro de cada um deles existe algo, que sendo mais forte, acaba sempre por se manifestar. É tudo uma questão de tempo e local...Se me deixarem vivo, façam-no com carinho...

Cansa-me a capacidade do ser humano para guardar coisas importantes só para ele próprio...
As mulheres são o melhor do mundo. Concordo, confirmo. E daí advém a sua capacidade do melhor e do pior...tudo ao mesmo tempo. Somos obrigados a escolher? E se formos?
São muitas coisas...muitas características em comum. Às vezes...
É uma tortura que começa por ser divertida...um jogo de palavras ou de carícias...quando damos por nós estamos em cima do lodo a brincar sozinhos.
Irás perdoar-me, mas existem dias em que se alguém depositasse uma bala entre os meus olhos era um alívio. Eu sei. Estou a exagerar. Não em pensar isto, mas em pensar tão forte. E outros tantos, que se entregam à sorte, à espera que lhes caia um piano em cima, estilo desenho animado, ou que lhes passe um autocarro assim muito pesadamente em cima. Eu estou a exagerar. Pensamos isto mas de forma muito dentro do divertimento físico. Como se a dor, fosse, um escape...E não o é?
Sinto as pernas pesadas, cansadas. Mexe-las é fazê-las doer...Tenho corrido muito. Mas sabe-me bem, ao senti-las sei que me esforcei, que nada foi em vão. Nem o tempo utilizado nem a respiração mais que ofegante...Tenho de deixar de fumar. Eu digo tudo isto consciente do que estou a dizer...algumas pessoas não dizem nada...óptimo, eu digo por todos...Equilibrado? Ficamos bem assim? Pelo silêncio outra vez vago deduzo que sim...Obrigado.
Antigamente a vida dos outros não se fazia sentir tanto em mim como agora...acho que ao envelhecermos começamos a ver certas coisas...a desejar certos fins. Aceitamos com um grande sorriso certas conquistas e ficamos muito tristes com tristezas alheias. E porque será isto?
Eu não vos compreendo...a felicidade custa-vos alguma coisa? Porque a negam como se fosse um veneno que depois de ingerido dá em morte? Mas que confusão...
Vocês não me detestam...nem eu a vocês. Mas sinto tentação de vos acordar com um estalo em cada face. Dar uns tiros para o ar. E gritar-vos...durante todo o processo de ajuda...
Algumas pessoas compreendem-me...e essas poucas, quase desejam o mesmo tiro no coração e dois na cabeça, por verem as coisas não andarem...Outros compreendem-me, mas não vão tão longe...Não os censuro, cada um sente da forma que sente...Mesmo sendo esta moldável. O que espero, honestamente, que se dê para uma moldagem melhor, e isso nota-se quando vocês ficam mais felizes do que o que eram...
Avaliar...auto-avaliação...esse conceito escolar do 5º ao 12º ano. É um exercicio muito bom, e com óptimos resultados, se o aplicarem à vossa alma. Antes de dormir principalmente. O que mudou? Como estou? Como queria estar? Com quem? O que fiz? O que posso fazer? O que não devo fazer? O que não posso fazer mais? O que tenho de fazer sempre que possa?
Em primeiro lugar escusam de pensar tanto...ou melhor, se querem pensar tanto, falem na mesma quantidade...ou lá próxima, dado que ninguém diz o seu total, nunca.

Os amigos estão cá para isso. Não tens de agradecer o nosso apoio emocional. Quando chegam as nossas horas mais apertadas também contamos contigo.
É bom ter-se amigos. Até porque, mais tarde ou mais cedo, percebemos que o nosso problema não é assim tão grande...ou que, mesmo que seja, pode ser diminuído. Boa? Passemos à frente.

Vou-me revoltando com estas pequenas coisas que me movem...eu sei...não sou perfeito. Oh, longe disso...mas gosto de ir limando "arestas" até alcançar esse circulo perfeito. Das duas uma: ou eu tenho algum tipo de problema, que me deixa demasiadamente ligado e sentido em coisas de fraca importância, ou , estou sozinho nessa sensação, mesmo tendo pessoas à minha volta que concordam comigo...Mas é complicado ter a certeza. E eu detesto não encontrar ou sentir certezas...eu sei que há coisas que não podem ter certezas, mas muitas podem, e são essas que me revoltam.

Por isso, se me matarem, façam-no com cuidado e algum amor. Pelo menos que não seja algo rápido, sem que me seja dado tempo para despedidas.
Já estou farto de dizer que quando morrer quero que seja algo lento, para ter tempo de me despedir das pessoas...Alguns compreendem...outros chamam-me, e penso que a palavra certa é : parvo. Ambos têm razão. Sofrer mais só para umas últimas palavras? E não será isso muito pior para os que cá ficam? Não sei.
Eu não temo a morte...Temo talvez, se bem que já temi mais, a forma de morrer. E não temo, mas é algo que me deixa muito triste, é deixar pessoas cá, neste mundo. Não que eu seja o seu ar, mas sou de alguma forma uma peça importante nas suas vidas. Mas posso evitar morrer? Não. E mesmo que pudesse não o faria. A morte deve ser encarada como uma amiga, que está sempre ao nosso lado, lembrando-nos que temos de aproveitar a vida, antes que ela se aproxime demasiado de nós...Ai morte, morte, sempre aí desse lado a causar pressão. Mas ainda bem que aí estás.
Por isso, dado que gosto de viver, apesar dos altos e baixos, mais ou menos importantes, da vida, recrimino o suicídio. Por isso, quando digo que uma bala entre os olhos era bem vinda, é de certa forma um desespero falado...O que eu quero dizer, neste aparente texto sem muito nexo, ou até com nexo em demasia, é que existem coisas que nos irritam e afectam. De forma...vá lá, negativa. E não, não pensem que me afasto delas por me irritarem, ou tão pouco as tento destruir...tento sempre lidar com elas. Mas os resultados nulos que por vezes encontro nestas afrontas tornam-me um monstro, em que toda a raiva...sai para algum lado.

Eu sei que tinha muito para escrever...o que pode soar a falso. No entanto posso acrescentar que existem tempos para tudo. Para a vida, para agir, para não fazer nada. Mais do que isso não sei ainda.
Sei é que o que vejo nessas pessoas é uma confusão autêntica, que me confunde e me torna ainda mais confuso e confundido, uma falta de qualquer coisa. Como se apontar um erro desse mais gozo que sorrir a gestos de facto belos...E não só! Festejar a discussão e a guerra...onde está a graça? E aproveitam a coisa mais minúscula e quase inócua para cortar um "mal" pela raiz...pergunto eu meus leitores, existia raiz? Pois...se calhar não...ou era fraca. Mas dou graças a alguns por saberem a diferença entre paixão e amor, a outros por saberem distinguir o que vale de facto a pena daquilo que não vale ou é passageiro, a outros por lutarem pelos seus sonhos e pelas pessoas, a outros por acreditarem no amor, a outros por não acreditarem no ódio.

O homem é tão cem por cento maduro como uma mulher que diz ser sempre compreensiva. Ninguém é um todo, ninguém é um total. Duas pessoas podem-se completar, mas uma sozinha não se completa a si própria. Mas há mais...eu não comecei este texto por tédio, oh não, nada disso...mas este tipo de texto fluido tem o contra de ser escrito de forma tão rápida, como se o tivesse a falar, que acontece como na vida real, quando falamos...esquecemo-nos de algumas coisas...

E eu por agora estou mais que ... não diria satisfeito. Pelo contrário...talvez um pouco ou nada aliviado. Pois é menos alguma coisa para me acompanhar na cama.

Lembrem-se, se me quiserem matar, façam-no de forma simpática, como se fosse um assunto pessoal. E façam-no de forma a que me atinja o coração e o cérebro. Agora vou dormir...que os dias que se aproximam definem de alguma forma o meu futuro...
Pelo bem ou pelo mal, para sempre ou para sempre talvez...Um bem haja a todos. E não só!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O exército dos mortos


(antes que alguém se apercebesse, começava a tocar uma música muito baixinho...fazia lembrar tambores de guerra. A canção passava por cima da música, mas poucos conseguiam ouvi-la...eu sei-a. Fiz questão de a saber...do que me recordo dizia isto:
"Não te esqueças de respirar...
A vida anda, mas o tempo corre, e não corre devagar,
Agarra-te e agarra. Tudo o que possas agarrar.
Agradece a dádiva da vida
e vive-a como se esta estivesse mesmo a acabar...
")

Estava um dia igual a outro qualquer...
Tudo no seu devido lugar, organizadamente desarrumado,
Da forma que vocês tanto gostam...
O céu estava pintado de azul...não existia uma única nuvem,
Era só azul. Era o azul acompanhado do sol.
E tudo parecia estar bem.
Tudo. Tudo menos eu.
Mas eu não me levantei sozinho.
Comigo levantaram-se outros mais...
E o que ao inicio parecia ser só eu
Afinal era eu e outros seres aparentemente mortos
Mas cheios de vida, prontos a tomar este mundo.
Não sei se foi Deus ou o diabo, mas o céu perdeu todo o azul que tinha...
E foi substituído por um cinza leve, que depressa deu lugar ao negro.
Dada a nossa intenção deverá ter sido Deus...
O diabo estaria presente...mas presente do vosso lado,
Não do meu.
Nem do nosso.
O que queremos?
O que podemos fazer.
Nestas almas que acordaram, para lutar ao meu lado,
Encontram-se caveiras humanas de grandes pessoas que já pertenciam
Ao céus...
São guerreiros, no verdadeiro sentido da palavra,
Filósofos e profetas, cientistas, escritores que mudaram o seu e o nosso
Mundo, filantropos, pessoas que souberam, na sua altura, lutar contra
A maré, e outros tantos que ficariam inscritos na História...
A maioria só depois de morto...
E agora marchamos, com um só propósito.
Não quero saber de limites fechados.
E eles tão pouco querem.
Há lutas que têm de ser travadas...
E quando falta força a uma pessoa só
Temos de encontrar outros, com o mesmo sentimento
A mesma sintonia, a mesma fome de mudança...
Comigo estão aqueles que não foram subjugados...nem por outros nem
Por eles próprios.
Comigo estão os que são diferentes da manada.
Comigo está um exército de mortos e de alguns vivos
Prontos a destruir esta falta de fome,
Esta injustiça, este pecado novo grotesco.
Não precisamos de armas...A cobardia não faz parte de nós.
Se eu estivesse sozinho estaria sentado a escrever este texto...
Agora já não...Levantei-me
E não me levantei sozinho.

Emotional slave , segunda parte

(The Patient - Tool )I must keep reminding myself of this:

E se a pessoa certa para nós não nos quiser?

Esta frase retirada de uma série televisiva fez-me parar um pouco...Já pensaram no mesmo?
Porque o mundo parece estar grande parte do tempo ao contrário...mas será que está de facto? Ou estaremos nós por vezes de pernas para o ar?
Todos nós somos escravos emocionais. Porque mesmo quando o sentimento não é tão belo, como nós o descrevemos, é-o de outra forma.

Perdemo-nos em coisas que não valem um pouco que seja do nosso tempo...
E perdem-se pessoas que valiam mais que muito do nosso tempo...
Afinal para onde caminhamos nós?
Estamos a caminhar por caminhos certos ou damos voltas? Ou andamos para trás?
A vontade que tenho de estar a escrever é tão fraca como a vontade que tenho
de me sentir...
Então porque estou a escrever?
Pela mesma razão que ainda tento sentir...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sabor amar(go)


Não deixa de ser frustrante ter num segundo toda a felicidade numa mão, e aos poucos, nos irmos apercebendo que a felicidade está a fugir...tentamos fechar as mãos em forma de concha...Mas não vale de nada. A felicidade começa a fugir como se fosse areia, de forma mais ou menos rápida...e quando olhamos outra vez já foge como se fosse água. Em menos de um minuto tudo que sempre se sonhou parece estar próximo de ser realizado...e em menos de trinta segundos já chegámos à conclusão que volta a ser apenas um sonho...
"Desejamos-lhe felicidades como escritor e para o seu livro..." Eu também me desejo felicidades...Todo o santo dia. Toda a santa noite quando me deito. Tudo o que peço sempre é uma chance, seja no que for, peço que me dêem tempo suficiente para moldar algo, pensar algo, construir algo...não tenho por característica construir casas de madeira para depressa sucumbirem ao vento, ao fogo, à água ou mesmo à terra...Não sou assim, nem gosto de ser, nem vou ser. O que eu preciso é de uma oportunidade para ser eu, eu no meu melhor, eu no meu eu que se vai elaborando com o tempo, com a experiência, com a sensação elevada ao extremo...E dão-me isso? Não. E dão-me um pouco menos do que isso? Também não. Cortam-me as pernas quase na mesma altura em que as sinto pela primeira vez...
E tenho noção que os meus problemas, ou falta deles, nada se compara às pessoas que me rodeiam...Mas mesmo assim, acabo por pedir sempre um bocado mais, mas um bocado mais do muito que podem dar...Também não tenho por hábito pedir impossíveis (quando os há), porque cada um deve dar o que pode, e o que quer dar. E se queremos dar mais porque damos tão pouco?
As pessoas pensam que amar é difícil, e que odiar é muito mais fácil...enganam-se. Mesmo sabendo, por experiência própria e de outros, que um verdadeiro amor não é fera fácil de controlar, porque são muitas sedes e fomes, e palavras e gestos e contactos, e sonhos e planos (e intimidades de várias formas...), a verdade é que o amor, assim que aberto, é uma porta que leva a uma caminhada bastante confortável e acessível...Já o ódio... Para odiar, é preciso sofrer muito. Porque o verdadeiro ódio não nasce do nada...mas pode-se tornar num "tudo". O amor pode nascer do nada...mas ganha um significado especial se não aparecer sozinho. E se com ele trouxer histórias, e "coincidências", idas, vindas, e fugas, sorrisos, alegrias e surpresas (etc)...ganha outro toque. E depois, o ódio não traz com ele nenhum sabor à nossa língua...nem nenhum perfume ou cheiro...O amor sim. Traz um pouco de tudo e leva de nós um pouco de tudo na partilha. O ódio...o ódio é querer fulminar, trespassar, destruir ou matar...o ódio é a força destruidora que temos cá dentro, e que uma vez solta, pode ser o fim de coisas boas que tínhamos dentro de nós. É sabor amargo como uma frustração, mas pior.
Amar é fácil. Mas amar "bem" pode ser diferente, mais complicado. Diz a Teresa Salgueiro, numa música muito bonita dos Madredeus, que talvez defina muito desta vida: "Amar, amar, amar, só vale a pena se tu quiseres confirmar, que um grande amor não é coisa pequena...". Há que estar atento. Há que ser atento. Há agarrar essa laranja, agarra-la com a mesma força como se ela se estivesse a escapar...como essa felicidade que me fugiu das mãos. O amor não é discussão, mas tem discussões, o amor não é triste, mas tem os seus momentos...Porque o amor também é a capacidade de agarrar esse alguém e superar essas discussões, porque não é uma discussão, é um diálogo mais vivo...é dar a volta às tristezas, porque são apenas momentos menos bons da vida, como todos nós tempos. Amar é deixar que o outro esteja ali a dar o melhor de si, independentemente de nós ainda não estarmos a dar o melhor de nós, porque tudo tem o seu tempo...e quem ama mesmo, sabe e aceita esperar. Amar é isso, e muito mais...mas por hoje, e dado que estou a falar de matéria pouco usual na minha pessoa, (mas que espécie de apologia do amor!?), fico por aqui....................................................................

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A ironia da hipocrisia (espécie de tributo ao Judith)

Judith, Mer de Noms, APC.
Outra música ligeiramente 'contra' Jesus. Mas não a ouço dessa forma, a menos que me encontre numa fase mais revoltada divinamente. De qualquer forma o importante aqui é deixar-me levar pela revolta. Sim, hoje quase dispenso o ódio, para me revoltar com o meu já acostumado ódio de estimação...Por isso, estejas onde estiveres Judith, ajuda-me nesta 'missão', e abre caminho à revolta de crente, e à revolta de não crente, espalha fé, seja em que sentido for, desde que no fim se chegue onde se quer chegar.

Disse a minha irmã um dia destes ao jantar, algo que eu já tinha pensado há uns anos: porque é que não deixam entrar pessoas de calções e chinelos na igreja? Era assim que Jesus andava(de chinelos, e a túnica, que chegava até aos joelhos)...Que bem reparado. É por estas e por outras, já tantas vezes emanadas pela minha escrita e voz, que vocês continuam no topo da minha lista...Até porque, podem alguns apontar o dedo, também vocês guardam no vosso seio assassínios, assaltos, e um elevado número de vários tipos de violação. Logo, podem estar neste meu topo...
Mas falando do que me trouxe hoje aqui. Como podem de facto fazer com que a roupa, essa em concreto, não seja digna de entrar na casa do Senhor, que dessa mesma forma as usou? Como? Ele próprio era o mais simples possível. Como? Porque entendem vocês os Seus mandamentos ao contrário? Ele era simples...vocês complicam. Ele pediu um amor honesto entre todos...amor não vejo, e quando o há não passa de algo que dão contrariados. Ele apoiou e ajudou os outros, principalmente os mais necessitados...com respeito, amor e dedicação...vocês? Não ajudam. Ou ajudam com repulsa, nojo, medo, como se aquelas pessoas sem nada, vos fizessem pensar que este mundo seria muito melhor sem elas...Porquê? O que são vocês afinal?
Para além de todo o exagero, quer social quer económico, (na minha opinião), que este meu país deu à chegada de sua santidade na terra, como se a sua vinda trouxesse paz e calma interior, o que mais me fez pensar foi a frase que se seguiu à sua vida, que foi espalhada pelas ruas: Obrigado Bento XVI. Mas obrigado pelo quê? Alguém me explica? Por favor?
A única coisa boa que vi acontecer nesta semana humano-divina foi ter ouvido a melhor frase que alguma vez este Papa disse...e confesso, fiquei chocado com a verdade exposta assim, ainda hoje me custa a acreditar: Os piores pecados foram cometidos pela Igreja. Sim senhor, alguma humildade. A verdade é que este factor deve-se apenas a todas essas tristes verdades que se vão descobrindo agora sobre a Igreja. Porque se tudo tivesse camuflado como sempre, nada disto seria dito...Por isso, e por outras coisas, o único Papa que senti ser um homem que "representava" Deus, pela sua maneira de ser e de ver, era o Papa João Paulo. E disse ele, sem existirem explosões recentes no seu diâmetro: peço desculpa pelos erros da Igreja, inclusivé os autos de fé. Eu sei que não muda nada agora...mas foi melhor que nada.
E pronto, para não me alongar muito mais: porque razão se enchem vocês de ouro e diamantes quando Jesus era carpinteiro? Gostava de saber. Vocês acabam por ser como o ser humano fútil que vê importância algo que luz...Porquê? Até os próprios cálices, que deveriam ser o mais simples possível...são puro ouro. Tudo em vocês é ouro, tudo em vocês é riqueza, e vocês não passam disso mesmo (tirando raras e belas excepções...), se pensam que tanta luz material e rica vos leva em direcção à luz, então posso quase garantir, tentando manter o coração puro: estão completamente enganados.

domingo, 16 de maio de 2010

16º Tributo - The Hollow (APC - Mer de Noms)



[Por Joana Garcia]

«run, desire, run
a sexual being
run him like a blade
to and through the heart, no conscience
one motive: cater to the hollow

screaming feed me here
fill me up again
temporarily pacify this hunger

constantly consuming, conquering, devour.
cause its time to bring the fire down
and permanently fill this hollow»

[Para aqueles que não estão habituados à minha escrita, quero desde já introduzir-vos nesta espiral que nem sempre é muito boa, mas pelo menos entretém. O que quero aqui mostrar-vos é o outro lado, aquele que está depois da barreira da música. Lêem a letra, percebem-na, ouvem a música, sentem-na, mas muito depois disso, ainda há aquele lugar onde só existem as cores; onde só existe aquele a que podemos chamar "vazio ocupado". Ocupado com quê? Sabedoria, iluminação, amor...? Talvez. Ouçam a música. Leiam o texto, e talvez aí, percebam]

Corre, porque sei que te posso apanhar.
Corre porque eu sei que te quero apanhar
Mas não posso. Porquê?
Talvez não saibas, mas ando há muito a tentar.
Tentar preencher este vazio que sinto dentro de mim
Dentro da minha alma, dentro do meu sangue.
Dentro do que sobrou dos meus restos mortais.

Sim, eu sei o que quero
Mas também sei que é exactamente o que não posso ter.
Talvez por isso seja tão atractivo, talvez por isso,
Me chame tanto à atenção.
Corre e perfura-me o coração, mas ele ainda bate.
Corre e chama por mim, como nunca.
Vá lá, se ao menos acalmasses este vazio que eu sinto...

Está na altura de acabar com esta tortura mórbida!
Eu já não sinto muito, mas sei o que sinto
E é este vazio eterno, infinito, sem limites que me enche
Que me embala, que me atormenta
É o vazio que me faz querer mais, ao mesmo tempo que não o quero

Consegues calá-lo? Consegues calar a vontade que não cessa de gritar
Aos meus ouvidos, por uma cura?
Diz-me que sim, diz-me que desejas colar as minhas peças
Que entretanto se espalharam pelo chão...
Diz-me que queres correr, para seres tu a apanhar-me
Diz-me que queres acalmar esta sede, esta paixão de tudo
Que só deixa aqui o nada

Diz-me que sim, que consegues calar o desejo de apagar o vazio,
Diz-me que que já não
estou...
...vazia

15º Tributo - Jimmy (Tool - Aenima)



[Leiam do videoclip, porque esta, assim como outras merecia copy+paste na sua totalidade...façam-me esse favor, não se vão arrepender. Prometo)

(Já tinha tido a ideia(agora podem desconfiar) de dar um título diferente ao estilo de música dos Tool...infelizmente houve outro fã que já o disse...por isso terei de utilizar entre aspas: "orgasmo sonoro". Não podia deixar esta música de lado. Não podia simplesmente. O Jimmy, H. e Forty six & 2 formam um Triângulo Equilátero, na minha alma. Possivelmente vou terminar com este texto. O Jimmy possivelmente fala de muitas coisas...oxalá conseguisse compreender. Mas sabem que mais? Ouçam e sintam à vossa maneira. Se a minha vida tivesse banda sonora esta seria uma das músicas que cabia nesse "CD". Eu interpreto à minha peculiar maneira, mas cada um tem a sua. Espero que gostem, principalmente da música...Obrigado. Pela poesia de quem escreve em prosa...)

Como seria veres a face da tua estabilidade?
Quando desvias os olhos, por um breve momento,
ela já não está lá...Deixou-te sozinho, sem esperança.
Quando olhei ela tinha-se ido embora...
Quando olhei ela já me tinha acenado adeus...
Quando olhei percebi que era hora de voltar para casa...
Puxa-me de encontro a ti, agarra-me, sente-me,
Ou solta-me...mas não me deixes ir para casa sozinho.

Mostra-te com um gesto, mostra-te com uma palavra...
Mas não desapareças com a estabilidade que tinha.

E custa-me dizê-lo: mas demorou algum tempo para me aperceber
que era tua a voz que me chamava de regresso a casa...guiando-me.
Estou debaixo deste céu sentado a ver chover e a ser chovido
enquanto seguras nessa luz, enquanto a defendes,
Pergunto-me onde estive eu?
Estou tão feliz por te ter reencontrado,
Por estar agora finalmente acordado
e por me guiares a casa...

Segura essa luz para sempre...e segura-a onde a possa ver
como se fosses uma espécie de farol...
Guia-me ou vem comigo para casa.

Guia-me gentilmente, ou deixa-me guiar-te, e vamos juntos,
Pelos caminhos de um passado construir o futuro...
Assim que a dor passar estaremos prontos para ver bem novamente.

Podes brilhar agora, podes ficar feliz,
Pois estou finalmente a ir em direcção de casa...



Fim - Espero que gostem dos textos. Foi um prazer.

O amanhã pode não chegar


(No momento que terminei o tributo Stinkfist senti-me vazio. Como foi possível com uma música tão perfeita ter escrito um texto tão aquém? Por isso, vou aproveitar este texto para tentar, de certa forma, remediar-me.)

O amanhã pode não chegar. Mas quando digo isto é no sentido que o amanhã pode ser pouco, podemos querer mais. (Em termos científicos não há garantias que o amanhã exista de facto, que venha como todos os dias...por isso temo-nos de agarrar à questão: chegará para nós?!)
Durante dezenas de meses ouvi esta música, venerei-a. E continuo. E nesse tempo todo ignorei essa frase que agora não me sai da cabeça: I'll keep digging till I feel something. (Vou continuar a cavar até sentir alguma coisa - mesmo à Tool). E esta frase é uma frase excelente para descrever algumas das nossas acções...
Eu gosto dela, e escrevo-a, consciente que continuarei a cavar até sentir algo, não desistirei facilmente! , mas ... Agora começamos todos a ver o outro, ou outros, lados da moeda...E se estivermos a escavar incansavelmente para nada? Estará lá algo para ser descoberto de tanta escavação? Será? E se estivermos a escavar por algo que não quer ser encontrado por nós? (Sejam quais forem as razões.) A vida nem sempre tem graça, e nem sempre é de fácil aceitação nestas verdades...E se o que queremos descobrir, apesar de querer que o encontremos...dá voltas e voltas no subsolo porque ainda não está preparado para ser descoberto? Neste caso podemos pensar que não existe nada e deixamos de tentar...ou continuamos a escavar...
Toda esta frase desenvolveu-se na minha cabeça. A capacidade de acreditar e lutar. Isto no ser humano ou resulta numa alegria imensa ou numa frustração, tristeza.
Por isso, o que vos posso dizer acerca da minha opinião? Escavem. Seja qual for o caso, comecem sempre por escavar, sempre!, depois, durante a escavação vão sondando o solo...se mesmo ao inicio ainda não existirem novidades, podem escavar mais um pouco...com força e esperança, se passado já algum tempo ainda não existirem boas novas...então é com vocês. Mas lembrem-se que existem várias escavações possiveis, por isso não percam muito tempo só com uma porque o amanhã pode depois não chegar...
No entanto, se encontrarem algum caso em que a vossa vontade de escavar, mesmo quase sem resultados, não desanima, por estarem perante uma escavação anormal, diferente das outras, então meus leitores...é com vocês mesmos...o que vos dita o coração? "Cava?" "Vai-te embora?!"

Escavem até sentirem alguma coisa.

sábado, 15 de maio de 2010

A minha razão

Não fiques alterado com a minha confissão...
Decidi vender a minha alma.
Mas ainda não sei a quem.
Poderás estar interessado?
Claro que sim...Estás a ficar ansioso,
e mal controlas os músculos que definem o teu rosto.
Reza até que fique cego, até perder as minhas defesas.
Depois disso, chegou a hora.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

14º Tributo - Prison sex ( Tool - Undertow)

(o videoclip está genial se conseguirem entender o sentido nem precisam da letra)

"It took so long to remember just what happened.

You know it hurt me,
But I'm breathing so I guess I'm still alive
Even if signs seem to tell me otherwise.

Do unto others what has been done to me,
Do unto others what has been done to you.

My lamb and martyr, you look so precious.
Won't you, won't you come on a bit closer,
Close enough for I can smell you.
I need you to feel this,
I can't stand to burn too long.
For one sweet moment I am whole.

I am your witness that blood and flesh can be trusted
Only this one holy medium brings me peace of mind.

I have found some kind of temporary sanity in this
Shit, blood, and cum on my hands.

My lamb and martyr, this will be over soon.
You look so precious now."

(Já disse isto várias vezes à minha irmã: o que na minha opinião distingue poesia de prosa é a linguagem utilizada e não forma. Ou seja, na minha opinião a poesia é mais cuidada e complexa em termos de linguagem. Já vi poesia que parecia prosa e vice versa. Neste caso, dado o tipo de texto e de linguagem que vou utilizar não censuro que a conotem de prosa...
Esta música não fala de amor. Nem da morte...Fala de algum tipo de sofrimento: violação e pedofilia. Espero explorar bem o assunto, de qualquer forma vou aproveitar esta soberba canção, mesmo tratando-se de um assunto tão triste.)

Demorei tanto tempo a recordar o que se passou
apesar de quase ainda sentir entranhado em mim
esse teu cheiro a podridão...
Tu sabes que me magoaste...Mas eu ainda respiro,
por isso ainda devo estar vivo...assim parece.

Porém, como qualquer ser humano tiveste um momento de sanidade
quando te encontraste com todo esse sangue
fezes e esperma...Aí, nesse momento soubeste que erraste...
Mas logo te sentiste preenchido...Fui-te tão precioso...
Fui o teu sacrifício, fui o alimento do demónio que há em ti.
Deixa-me dormir um bocado...preciso de descansar...
Mas não, precisas de mais.
Pedes-me que me aproxime de ti, queres sentir-me vivo perto de ti,
O meu cheiro de criatura viva, de carneiro pronto a ser sacrificado,
de mártir por algo importante como o tua necessidade negra...
Queres-me tanto...mas eu só desejava estar morto, ou noutro lugar
qualquer...longe de ti...só queria que morresses agora mesmo à minha frente.
Como consegues?
Porquê a mim?
Antes de fazeres o que precisas olhas para mim e dizes:
pareces tão precioso agora...
Pareces tão precioso...

Estamos a chegar ao fim de mais uma jornada

É com imensa pena que me aproximo do fim de mais uma jornada. Deu-me um gozo pessoal imenso toda esta rubrica de tributos. Entre textos mais bem conseguidos, outros assim assim, e um muito mal conseguido, estou-me a aproximar do fim. Dar relevo a 3 Libras, H. e The Grudge, textos sobre os quais penso ter exercido um excelente trabalho, modéstia à parte. Da parte dos APC penso estar o essencial. Dos Tool fica a faltar Prison Sex (o meu próximo quase de certeza), Lateralus, Jimmy, Parabol\Parabola e claro : Reflection. Queria ainda conseguir pegar, todos juntos num só pelo menos, em: Madredeus, Sara B., Silence 4...e pegar ainda na música Every day is exactly the same. E penso que é tudo, pelo menos como parte desta rubrica. Espero que tenham vindo a gostar, eu adorei.

Elogio à parvoíce : D







Se soubesse que ia morrer hoje ou amanhã não dispensava por nada dar uma vista rápida por estes vídeos. Sou um autêntico parvo, tenho noção desse facto. Serei parvo em demasia? Talvez, mas é da forma que equilibro o mundo, pela falta de parvoíce dos outros. Afinal de contas para o bem e para o mal, sou aquilo que sou, e não o que é suposto ser.

"Onde estás Garcia? Estás camuflado puto!"

"Oh yeah...Oh yeah!" (penso que esta fase por enquanto já passou.)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

13º Tributo - H. (Tool - Aenima)



"What's coming through is alive.

They're both totally void of hate,
But killing me just the same.

What my damage could have been.
My blood before me begs me
Open up my heart again.

And I feel this coming over like a storm again.
Considerately.

Without the skin here,
Beneath the storm.
Under these tears now,
The walls came down.

And as I look in your eyes
My fear begins to fade
Recalling all of the times
I have died
And will die.
It's all right.

I am too connected to you
Slip away, fade away.
Days away I still feel you
Touching me, changing me...
"

(Estive agora mesmo a reler e a re-ouvir esta música...Assim como o The Noose, não a ouvia há algumas semanas...E posso chegar a uma conclusão sensata, algo que ainda não reparei em mais nenhuma, mas que terei mais atenção a partir de agora: a sua forma actualizada. Ou seja, parece que esta música se altera ao nosso eu presente. Por outras palavras, esta música adapta-se à situação em que estamos, e diz-nos aquilo que sentimos, aquilo que queremos e devemos ouvir. Esta música acabou de me fazer sentir...um ser humano. Alguém que aqui está, que pensa e sente. Lembro-me que apenas os primeiros segundos da música eram aliciantes...depois comecei a reparar no resto. Eu nem sempre reparo em tudo à primeira, mas no momento em que reparo, é para sempre. Esta canção arrebata o sentimento, a perda, a morte. Não dando no entanto qualquer sensação extrema de negativismo...somos aquilo que somos, amamos como amamos, e vão morrer da mesma forma magnifica como nascemos. Ainda estou a sentir isto. Queria que mais pessoas sentissem. Obrigado.)

Cabe-nos saber se o que aí vem é vivo ou se é uma mentira...
Pode custar tentar sentir ou pensar...Mas mais vale agora
que estamos vivos, do que tarde de mais.
A tristeza e o ódio fazem-me sentir diferente
de quando amo e procuro felicidade...
Mas ambos me matam, na mesma medida, da mesma forma.
E apesar das feridas é difícil não abrir o coração outra vez,
e todos nós sentimos isso de certa forma. Todos...o que fazer?
E temos anjos, ou amigos, que nos tentam guiar, com uma voz doce,
e que nos tentam trazer para a nossa realidade, são a nossa
gravidade, puxando-nos para junto dos nossos sonhos,
Abrem-nos os olhos, e colocam as suas mãos dentro do nosso peito
e reanimam a chama do coração que se ia evaporando com ou sem razão...
E temos vozes venenosas, que nos querem de forma bem diferente...
Essas, se as deixarmos, levam-nos para onde quiserem...E nós, sem querer,
sem saber totalmente, vamos para o caminho mais fácil...
E nem sempre nos apercebemos daquilo que ficou para trás,
dessas não-histórias que ficaram por contar.
Mas eu voltei abrir o meu coração. E heis que volta essa sensação outra vez
que sinto aproximar-se como uma tempestade. Tão certa, tão forte,
Tão imensa.
Eu deveria ter chorado. E eu chorei. Mas não chorei sozinho.
E por debaixo dessas lágrimas todas as muralhas sucumbiram.
E foi então que olhei nos teus olhos
e o meu medo começou a dissipar-se,
Recordamos bons velhos momentos
e pensámos já noutros novos...
Mas afinal, é como se eu estivesse a morrer...
Eu já morri. Se não, morrerei...
Minha querida, não faz mal...está tudo bem.
Eu não me importo...

Estou demasiadamente ligado a ti, em sentidos e sensações que recordo,
Demasiado ligado a ti para me afastar verdadeiramente
Para não me preocupar mais contigo,
Para deixar de...eu só...
Em todos os dias que passam e que passaram
nunca deixei de te sentir, de te recordar,
Enquanto me tocavas...enquanto me mudavas.
E pouco ou nada importa o dano que se causou
Importa sarar e reforçar...Porque todos erramos
e todos causamos dor, por vontade ou sem querer.
Não deveríamos avaliar as coisas pela dor sentida
mas sim pela verdade da ternura e do nosso melhor que foi aplicado.
Sempre.

Eu vou morrendo da forma que tiver de ser.

12º Tributo - The Grudge (Tool - Lateralus)



"Wear the grudge like a crown, of negativity
Calculate what you will will not tolerate
Desperate to control all and everything
Unable to forgive your scarlet letterman...

Otherwise it all comes down
Terrified of being wrong...

Justify denials...

Controlling
Defining
And we're sinking deeper...

Or drags you down like a stone
To consume you 'til you
Choose to
Let this go
Choose to
Let this go...


Let go (crescendo) (elevado a um expoente infinito)"

(Esta música é a base da minha aprendizagem nesta experiência em forma de espiral. Não posso acrescentar muita coisa, as pessoas de que gosto têm "sofrido" (um sofrimento positivo e iluminador) com ela. Inicialmente, há um ano e tal, esta música era para mim um "barulho" agradável. Não passava disso mesmo. Mas eu não me deixei ficar de olhos tapados, e comecei a prestar atenção à letra. É uma tarefa quase "dolorosa" escolher o álbum preferido...mas quando ouço esta música, o Reflection e o Lateralus, não me restam muitas dúvidas...Esta música já me serviu para imensos textos, cartas, mensagens, conversas com várias pessoas...quase sempre chegamos ao fim e agradecem-me, pois o resultado é o esperado, a capacidade de seguir em frente. Mas nem sempre. Por isso, hoje, tento mais uma vez, dar tributo a esta grande música. E já agora: Deixem-se ir, e deixem ir.)

Utiliza o rancor como uma coroa de negatividade...
Escolhe aquilo que vais ou não tolerar,
Desesperado para controlar tudo e todos...
Impossibilitado de perdoar...

Não justifico negações, devoro-as!,
Procuro um caminho como vos ajudo a procurar,
se assim o quiserem,
Não controlo ninguém nem controlo muito mais,
Controlo alguns dos meus impulsos, outros não,
Controlo alguns dos meus músculos, outros não,
E se quero ser honesto não posso controlar as minhas palavras
e pouco ou nada das minhas acções.
Utilizo o rancor e ódio, como parte integral do meu ser,
Mas nem sempre foi assim, nem será sempre assim,
Mas é o amor que me bombeia o coração. Eu sou desta forma
e só mudarei quando deixar de acreditar naquilo que tomo como
seguro.
Eu sei perdoar, mas também sei que nem sempre devemos perdoar.
Nem todos merecem segundas oportunidades...é um facto.
E terceiras oportunidades ainda menos...mas vocês veneram dor
eu apenas venero o ódio...quem é o mais louco afinal?
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Eu avisei-vos, eu ajudo-vos, mas não me consigo a mim impor essa regra:
deixar-ir, esquecer...por isso acabo por me ir consumindo nessas lembranças
e acontecimentos...Mas prefiro ajudar uns tantos, que no fim conseguem
crescer e elevar-se que só eu, e apenas eu.
Retira esse peso das tuas costas antes que seja tarde de mais...antes que o peso
te esmague. E mesmo enquanto não esmaga vai-te estragando o corpo (e não só);
Esquece as pessoas que te fizeram mal, esquece o que te fizeram, ... pelo
menos retira-as do teu ser, para teres espaço e emoção
para receber outras pessoas...outras que valarão a pena.
(Let go, let go, let go, let go...)
Consegues deixar-te ir? Eu tenho tempo, posso esperar, desde que no fim
tenhas essa coragem. Se deres esse passo então tens a felicidade, ou o
começo dela, a teus pés.
Continuo terrificado de estar errado. Esse medo pode estancar
o passo a qualquer ser humano...e até mesmo a um monstro.
De que vale este medo? Vale de nada.
É como sofrer por antecipação.
Não sou só iluminação, também sou escuridão,
Mas escolho as pessoas certas e os momentos certos
para me deixar ir, aprender, viver, e morrer consciente que amei tudo
o que podia amar, de forma intensa.
Não quero desperdiçar mais momentos com pessoas que não merecem,
Quero receber de todos aqueles que me merecem
o total de tudo,
Tudo ao máximo possivel.
Não quero que saiam da minha vida, seja qual for o motivo,
E ficar a pensar que podia ter aproveitado mais, não...
Não quero ser igual ao humano comum...que vive criticando
e que depois se encontra sozinho, carregado de arrependimentos,
E saudade...Não!
Eu não sou assim.
Eu já aprendi a soltar-me de quase tudo.
Eu aprendi a deixar-me ir...tirando um ou outro caso. Um.
E então?
Sou assim. Até deixar de o ser.
Tudo o que faço não faço por fazer,
Faço porque sinto, por quero sentir,
Porque para já ainda é saber que vale a pena...
No dia em acordar e sentir que é obsessão abraço todos aqueles que amo
para que me gritem durante o tempo necessário: Let go, let go, let go...
Até lá, não desisto. Até lá respiro e vivo e dou o meu melhor,
Deixo-me ir mas ir ao encontro da luta, da força. Imparável pelo amor sem ser parado
pelo ódio ou medo ou negações e desculpas sem sentido.
Eu sou racional e sou emocional.
Mas eu sou assim.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

11º Tributo - Stinkfist (Tool - Aenima)



(Esta merece...por todos nós):

"Something has to change.
Undeniable dilemma.
Boredom's not a burden
Anyone should bear.
Constant over stimulation numbs me
But I would not want you
Any other way.
Just not enough.
I need more.
Nothing seems to satisfy.
I said,
I don't want it.
I just need it.
To breathe, to feel, to know I'm alive.

Finger deep within the borderline.
Show me that you love me and that we belong together.
Relax, turn around and take my hand.

I can help you change
Tired moments into pleasure.
Say the word and we'll be
Well upon our way.
Blend and balance
Pain and comfort
Deep within you
'Till you will not want me any other way.
But not enough.
I need more.
Nothing seems to satisfy.
I said,
I don't want it.
I just need it.
To breathe, to feel, to know I'm alive.

Knuckle deep inside the borderline.
This may hurt a little but it's something you'll get used to.
Relax. Turn away.

Something kinda sad about
The way that things have come to be.
Desensitized to everything.
What became of subtlety?
How can this mean anything to me?
If I really don't feel anything at all?
I'll keep digging
Till I feel something.
Elbow deep inside the borderline.
Show me that you love me and that we belong together.
Shoulder deep within the borderline.
Relax,
Turn around and take my hand."

(No meu dia de anos não podia ignorar esta música. Por várias razões. Primeiro é a música mais "feliz" dos Tool. E será de mim ou é uma música de "amor"? É que parece...mas não tenho a certeza. Esta música inspira. Dá me força. Faz-me sorrir. Foi amor à primeira audição...nunca me separei dela, nem quero, espero que seja um amor eterno. Esta música é daquelas que ouço, sempre, se estou feliz, se amo, fico ainda melhor, se estou triste, esta música tem a capacidade, pelo menos enquanto toca, de me fazer acreditar. Esta música é a injecção que todos deveriam ter no bolso, para alturas mais carregadas de lodo, emocional ou físico. Esta música...é aquilo que é, capaz do melhor em mim, sempre. E não lhe posso fugir. Porque esta música já era importante para mim...agora é o ainda mais. E não posso ignorar esse facto...até porque mesmo com tudo o que se passou ou que ainda se possa cantar, nunca a deixei. Não sei que mais diga...venha de lá o sentimento. As mãos dadas...e uma espiral, tão boa, tão confortável. Esta é a música dos 'amantes', e de todos os que querem amar. Esta é a música de quem não mas já amou. Esta é a música para quem quer começar a amar...Esta é a música, que nos abre olhos, o coração, a boca e as mãos...)

Alguma coisa tem de mudar...nada será como dantes.
O tédio é um fardo que ninguém deveria suportar...
E por muito que sejas estranha, complicada,
Não te quero de outra maneira.
Para já nada me chega, sei que quero muito mais,
Quero sentir-me vivo, respirar, sentir!
Quero mais.
Um pouco mais.
Prometo transformar o vosso tédio existencial em harmonia,
Os vossos problemas serão desvalorizados,
Incentivarei a loucura, e uma postura positiva perante a vida.
Posso ajudar-te a mudar, aquilo que queres mudar, nada mais,
Não procura forjar maneiras de ser por puro entretenimento...
Diz as palavras certas e continuaremos juntos...
Quero sentir-me vivo, respirar e sentir!
Quero mais, o mais que seja pelo menos suficiente.
Isto pode doer...mas é algo a que te habituarás...não existe
vitória sem sofrimento, nem felicidade sem sacrifício...
Descansa, volta-te para mim e dá-me a mão...
Espero que escaves, que continues a escavar até sentires algo...
O que será de nós sem sentir?
Seremos pedras...
Como chegamos a isto?
Como acabou tudo tão de repente?
Mostra que me amas e continuaremos juntos...
E quando sentires hesitação lembra-te:
"Relax, turn around and take my hand...".



Este poema ficou muito à quem daquilo que queria...não sei se por falta de ambição, da minha parte, quer por falta de esperança...Não sei o que se passou. Estava tudo a ir no bom caminho. Mas de facto, para meu mal, alguma coisa mudou...e foi para pior.
Espero voltar a este poema, com a cabeça e o coração nos sitios certos, para dar o meu melhor, pois foi algo que não senti fazer, e quando isto acontece, o pior vem ao de cima. Lamento...

9º e 10º Tributo - Vicarious e Sober(Tool -10 000 days e Undertow)





Infelizmente não tenho muito mais a acrescentar a estas duas músicas. Qualquer pessoa que me leia minimamente ou me conheça, já sabe o meu sentimento e inspirações por elas derivadas...Vicarious é para mim a música que me aceita e vê como monstro que sou...e como vocês também são, se tiverem humildade e coragem para admitir. "Why can't we justo admit it?" Perfeito. Possivelmente a melhor música do CD 10 000 days, ou muito taco a taco com a própria música 10 000 days. Vejam o videoclip, que está genial.
Quanto ao Sober...é a música que nos ensina a não ser monstros...Já gastei muita linha com ela, e não me arrependo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

9º Tributo - 3 Libras Acoustic (APC - Mer de noms)



"I Threw you the obvious...

Difficult not to feel just a little bit
Disappointed and passed over...


'Cause I threw you the obvious
Just to see if there's more behind the
Eyes of a fallen angel
Eyes of a tragedy

Here I am expecting just a little bit...

Cause you'll never see me


You'll never see me..."

(Música preferida dos APC (3de3). Escolhi a versão acústica...Perde de certo muito de boa letra, mas ganha imenso em termos de música...Das poucas músicas que me deixa comovido, seja qual for o meu estado de espírito. E os violinos...que sensação. Penso estar perante uma das maiores obras primas musicais, e quer se goste quer não do grupo, penso que alguém que saia ileso desta música, será alguém que tem o coração feito de pedra. Por isso, dedico esta música, e o meu poema, aos dois tipos de pessoas: aos que tentam, que fazem por ser "vistos", e aos que, na maioria dos casos, têm a sorte (entenda-se o privilégio e ou o prazer), de ter alguém que faça, perante eles e elas, de ser visto...Um poema, para variar, que encaixa em todos...Façam por serem vistos, e não recusem ver. Mas ignorem o que não vale a pena...e é assim que se começa a dar os passos para a elevação. Obrigado)

Estou nu perante ti. Despido desses tecidos que nos cobrem o corpo
despido das mentiras dos humanos...estou apenas eu,
com os meus defeitos e as minhas qualidades, à tua frente.
Queria-te tocar, mas não posso...por isso apenas quero
que me vejas...
Mas tu não me vês.
É como se nunca aqui tivesse estado, como se fosse invisível.
Sabes o quanto isso magoa?
Porque tu nunca me vês...e por muito que me esforce,
Por muito que deseje, sei que tu nunca me verás...
Através do óbvio, dou-me a conhecer. Dou-me por inteiro, no
bom e no mau, porque sei que não sou perfeito,
E desde logo mato a arrogância de que nada tenho a aprender contigo...
E apoio-me na humildade de ainda tanto ter para te conhecer.
E sei todos os dias aquilo que quero, e sonho todos os dias contigo,
Por saber que ainda tenho tantas alegrias para te dar,
Tantas experiências e talvez algumas mágoas...mas recupera-las também.
E sonho isto tudo, mesmo sabendo que nunca me verás
porque nunca me vês...
Porque tu nunca me vês...
Expulso o óbvio da minha vida, dou um significado prático aquilo que sinto
e aquilo que quero que sintas.
Existe tanto por detrás desse véu da vida, e tu finges que apenas
esse véu é suficiente...
É impossível não me sentir um pouco desapontado..é impossivel.
É impossível não me sentir odiado, e odiar-me ainda mais...por não
me conseguires ver...
E eu, estou aqui, perante um impasse de desejo, de fraqueza,
de um sentimento supremo, de tristeza, a pedir tão pouco...e tão pouco de ti,
e no entanto, tu não me consegues ver...
Não chores...talvez seja assim que o mundo é feito...
Mas eu não acredito nisso, nem quero acreditar, por isso
continuo a lutar para que me vejas...mesmo sabendo que nunca me verás.
Será obsessão? Saberei ainda distinguir o que vale a pena?
Penso que sim, ainda sei. E ainda quero...então porque ainda luto para que me vejas?
Mesmo sabendo que nunca me verás?
Por um lado é como se isso fosse uma das razões do meu viver,
e por outra,
a mais importante,
se um dia conseguir que me vejas,
(mesmo sabendo que nunca me vais ver)
tudo vai ser bom, tudo vai ser melhor, e toda esta luta:
valeu a pena.
Eu sei disso...E quero que tu saibas...

Mesmo
que tu
nunca me vejas...
Porque tu nunca me vês.

8º Tributo - Forty six and 2 (Tool - Aenima)



"My shadow's
Shedding skin and ... I'm down, digging through, my old muscles, looking for a clue.
I choose to live and to
Grow, take and give and to
Move, learn and love and to
Cry, kill and die and to
Be paranoid and to
Lie, hate and fear and to
Do what it takes to move through.
I choose to live and to
Lie, kill and give and to
Die, learn and love and to
Do what it takes to step through.
See my shadow changing,
Stretching up and over me.
Soften this old armor.
Hoping I can clear the way
By stepping through my shadow,
Coming out the other side.
Step into the shadow.
Forty six and two are just ahead of me." (Não me consegui conter...esta música é demasiadamente "forte"...tanta informação útil.)

(Forty six and 2. Leiam o videoclip e percebam. Mas basicamente, existem três tipos de seres humanos, falando em termos de cromossomas. Existem os 42+2, uma minoria, os 44+2 a maioria...e por fim, algo que ainda não existe, os 46+2 (nome da música). Este foi talvez a primeira música (assim como H. e Jimmy, musicas que serão também faladas aqui, que me fez começar a perceber que estava perante uma metamorfose na minha vida...Foi aqui que se iniciou o significado de : espiral, evolução, elevação. Esta música roça a perfeição, não consigo nela encontrar qualquer falha...e nela apenas encontro eu próprio. Forty six and 2.)

Sinto a mudança a aproximar-se...por vezes temo-a...sou igual a vocês.
Por vezes deixo-me ir, sinto-a a trespassar a minha pele...
A minha bondade, o meu amor, a minha podridão, a minha decadência:
tudo resumido numa sombra.
Porque escavamos lixo das nossas crostas e cicatrizes?
Porque foi lá o lixo parar?
A minha sombra, as mudanças vêem através dela,
Chegou a minha hora! E chegou a tua...e a vossa.
Tenho vindo a rastejar, dentro deste mundo complicado por mim
e pelos outros, como se dentro dele apenas existisse caos...
Chegou a minha, sentir a minha memória a progredir por um futuro
bem melhor...sem me agarrar a um passado inútil, sem alma,
sem fogo de chama bem acesa...
Eu, escolho:
viver e crescer, aceitar e dar,
e mover-me, aprender, amar e chorar,
a matar e morrer, a ser paranóico a mentir...
A odiar, a ter medo, e a fazer o que for preciso
para ultrapassar barreiras.
Vem aí a mudança, através dessa sombra,
que de negra nada tem...conseguirás ver?
Entender enquanto te resta tempo?
Sentir?
Aprender a amar e a chorar?
Aceitar e dar?
Vejo esta minha sombra a rasgar-me o corpo e a alma, sinto-a,
Esmagando toda a minha pele, a minha armadura,
Desejando iluminar-vos, como a mim mesmo...
Entrando e saindo de mim, como ar que inspiro e expiro,
Este limite, este sonho, esta verdade desejada
está a um pequeno passo, mesmo à tua frente...
Por amor de Deus, não me desperdicem nem a desperdicem.
Forty six and 2, just ahead of me!

7º Tributo - Eulogy (Tool - Aenima)



("Songwriters (especially in the case of Tool) can convey many different meanings and interpretation in their lyrics.
The words are going to mean different things to each listener, that is the beauty of music!" (isto serve para todas as bandas e cantores...mas realmente para quem quer ouvir Tool, é um excelente começo pensar assim...mesmo estando perante uma música, que na minha opinião tem tanto de anti-Cristo como de cristã...por isso, julguem-na como quiserem. Eu quando a ouço penso em muitas coisas, e neste caso vou dedica-la a quem a merece, entre eles, ao meu ódio principal: Igreja Católica.
"Como se chama essa música que tem a frase" "Like I care at all?", chama-se Eulogy. Uma das melhores músicas dos Tool (que são todas mas enfim), que está num top de ódio e raiva e de preenchimento (uma das 'pontas' da espiral na qual quero estar dentro).)

E vocês que tanto nada têm para dizer...a todos vós, dedico este poema,
A todos vós dedico esta música, que se fosse minha, seria ainda mais preenchida
de ódio, e mais raiva para com as vossas acções...
Vou sentir a vossa falta, tom sarcástico na minha escrita,
Vamos sentir a vossa falta...Nem pensar!
Durante tanto tempo...gritaram, julgaram, disseram guiar...
Mentiras. Verdades inventadas...Mas não chores
se não ficas abaixo dos sentimentos verdadeiros...
Nem todos podemos marcar a História pelo bem e pela verdade
mas ao menos vocês tentaram...
Gritam para o vosso povo, aqueles que vos seguem como se fosse
cegos, sem postura, nem ética, nem sentido de verdade,
E gritam bem alto...ouço-vos mesmo sem querer...
O que me querem vocês dizer? Como se eu me importasse...
Mas vocês falam alto...só vos falta mesmo gritar...
E eu tapo os meus ouvidos e escrevo mais forte, mais minuciosamente
para abrandar esse vosso "amor" cheio de distinção...
Enquanto eu escrevo vejo-vos a engolir em seco...Dói?
Sentem-me? Consigo vos doer?
Não ultrapassem os limites e não me mintam!
Dizem que podem salvar a humanidade...como?
E agora, enquanto vos leio este final elogio
parece que ficam surpreendidos...então?
Não têm noção de todos os vossos colossais erros?
Encontrem outra máscara, arranjem outro nome...
Eu estarei atento.
Só me apetece gritar Adeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeus,
mas ainda é cedo.
As pessoas que mataram...as pessoas que ainda privam de ajudar
para consumar mais riqueza...
Enfileirem-se para o perdão...pobres criaturas de Deus.
Ajoelhem-se...que se abra o pano e comece o acto.
Que se dê o pecado e o esconder do parto...
Leiam o meu passado para temerem o vosso presente...
O vosso futuro é nulo como as vossas ditas verdades,
E eu? Continuo aqui, o tempo que Deus quiser.
ADEUUuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuS!

6º Tributo - The Noose (APC - Thirteenth Step)



"So glad to see you well...

But I'm more than just a little curious...

You've cast your demons out..."

(Durante semanas não consegui ouvir esta música...Ouvi-la era uma pontada no estômago. E custou-me. Um dia destes ganhei "coragem"...e foi dos melhores momentos desta semana. Estava a sair do barco quando a coloquei a tocar...e desde logo senti arrepios, e uma sensação de leveza. Esta é dessas músicas que todos nós temos, que nos comove verdadeiramente, pela sua letra mas principalmente pela beleza da música. E a parte final, com coro, é ... consegue causar uma lágrima ou um aperto cá dentro, como se fossemos...não sei explicar. Espero que gostem da música. Quanto ao meu texto, vou tentar dar o melhor...mas será dificil fazer o que os APC fizeram. Obrigado pelo momento. Obrigado.)

Estou feliz por te ver tão bem...observo de longe
o teu sorriso enquanto te moves na tua vida.
Um sorriso são, uma alegria de movimentos, como se cada
dia, mesmo sendo parecido ou igual, tivesse uma importância
especial. Orgulhas-me. É um prazer observar-te mesmo sem saberes
que estou aqui.
Ganhaste asas, fazes o que gostas, e aprendeste finalmente
a deixares-te ir. Como fico feliz.
Derrotaste os teus fantasmas, expulsaste os teus demónios
com uma luz derradeira.

Estou apenas curioso...como mudaste assim tanto?
Quem foi a pessoa que acendeu em ti tamanha luz?
Quem se esforçou por te dar o melhor
quem se esforçou para te conquistar?
Quem acendeu em ti essa luz?

A tua aura cresceu...
Depois de tanto escorregar para baixo...e para os lados...
Vejo-te agora a emanar toda uma luz, quase divina, mas humanamente linda.

Não deixo que sufoques em nada...nem do que vem do exterior a ti
nem do que vem do teu interior...
Juntos cantaremos, até as almas se tornarem numa.
As peças separaram-se anteriormente...
agora seria a hora de as voltar a encaixar.