domingo, 18 de outubro de 2009

My Last Breath

"Can you hear me?
Holding my last breath..." (Evanescence - My last breath..)

Despeço-me desta realidade...
Foi-me aberta uma janela, uma saída,
Que foi fechada logo de seguida.
Eu ainda não aprendi. Continuo a cometer o mesmo erro...
Um erro que já é só meu. Não levo mais ninguém atrás...
Aqui, neste erro, sou só eu.
Sozinho, em toda a mediocridade, em toda a totalidade,
Só eu a fazer-me mal, só eu a destruir o mundo,
A destruir cada lar, cada sentimento.
Neste erro sou eu o anjo negro, o monstro reconhecido,
A cara tapada, a facada no segredo...
Despido de verdade, despido de razão.
Esmago o sentimento, como se fosse vidro,
Crente ateu, destruido, com sede, desiludido.
Não fugi, apenas me desencontrei.
Continuo desencontrado. E não sou procurado.
Não quero piadade, quero reconhecimento.
Não sou nulo. Sou positividade...rodeado de negatividade.
Não sou esperança. Não sou fê.
Não sou cura para ninguém...Nem quero ser.
Sou lógica irracional...mas vocês não me percebem...
Porque eu não me sei explicar.
E porque escrevo...dói, não escrever. Mesmo falando...
O tamanho da minha alma é quase inexistente.
Sinto-me frustrado, neste momento sou ninguém,
Degrau que falha no pé, nuvem que esconde o sol,
E amarro o meu ser, numa vontade louca de não dar o melhor,
Por razões infantis...porque tenho raiva contra quem não merece.
Em agonia constante com fantasmas, por razões idênticamente
infantis...
Sou uma pessoa com margens sem rio.
Não sou cego, mas às vezes prefiro ser.
Luto por aquilo em que acredito, mas às vezes desisto.
O meu último fôlgo permanece por muito tempo,
Pela mesma razão de não acabar logo:
Não sobra nada para ser utilizado.
Encontro em mim a capacidade de amar os defeitos dos outros...
Mas o vazio ultrapassa as fronteiras da minha vontade.
Pensava que era superior a tudo o me deixa
enterrado nas verdades que me destróiem...mas não.
O meu último suspiro surge.
Para trás ficou aquilo que nunca fui.
E arrisquei.
Mas não estou morto.
Estou vivo.
E estou para errar novamente...

(Frase a itálico , da C.C.)

Des-comunicação


Se por um lado: "Cold silence has a tendency to atrophy any sense of compassion."(Tool)
Também estou ciente que: as experiências que vivemos às vezes são pequenos vazios, preenchidos de pouco nada...

A dor é uma ilusão. Miragem para apaziguar a rotina.
Se vivermos na dor, vivemos na mentira de ultrapassá-la.
Parado. Visitei sentimentos, memórias.
O que sobra de mim é a experiência.
Dolorosa? Nem sempre. Feliz? Raramente.
Supostos amantes giram numa espiral...
Tenta agarrar-se, as mãos quase tocam,
Mas é em vão.
As peças encaixam...mas não será hoje.
Tão pouco sei o dia, a altura certa.
Descobri que a sombra chega às cores de todos,
Umas vezes demora-se...outras vezes desaparece
tão rapidamente como apareceu.
Sinto-me vento, outra vezes poeira...
Não queria começar de novo,
Quero começar onde já estou.
Nunca estamos demasiado velhos para a vida,
Podemos é estar demasiado novos para a morte.
E até que a sorte se esgote, temos de espremer
cada fruto, na sua totalidade.

Não tentem chegar até mim...às vezes sinto
que já não tenho mais nada para dar.
Não me descubram, não se aproximem.
Para quê perder tempo?
O tempo perdido, morre esquecido, no passado.
Mas não quero começar de novo.
Eu quero aquilo quero, aquilo que ninguém me pode dar.

Respiro imaginação, sonhos de impossível concretização,
Nostalgias brancas, banhadas em escuridão!
Sinto-me preto, mas inalo todas as cores!
Desgosto, desconforto...des-comunicação!
Os dissabores, neste mar de acontecimentos, deixam-me
à mercê da fraqueza. Porque sou mais forte quando
estou longe de sensações...
Seguro nesta luz...enquanto não se apaga.
E logo tu...que tanto nada tinhas para dizer,
Encontras em mim mais um ser humano.

Não faz parte da minha natureza ser diferente
do que sou. Por muito que quisesse...
A revolta, a agonia, a mágoa...
São pequenas ondas cravadas num lago
depois de pedra deitada na água.

Des-comunico, crio a des-comunicação,
Porque os sentimentos não são escolhidos
Tão pouco aparecem em vão, mas âs vezes
estamos perdidos, e o que sentimos
São meros conflitos de existência
que só demonstram o verdadeiro monstro que
está dentro do nosso coração...