terça-feira, 15 de julho de 2008

Pedaços teus

São pedaços teus que me
Prendem ao teu mundo,
Esse mundo estranhamente
Próximo de um paraíso tão longínquo.
Passeio no mundo e vejo-te,
Desvio os olhos e vejo-te.
Fecho os olhos e vejo-te.

Pedaços de ti afastam-se
De mim em tempos que
Padecem de fome.
Fome essa saciada
Do nada que invento.
Mas o tempo cura tudo
E os pedaços teus vão desaparencendo.

O meu inferno interior
Está em constante mudança.
Amo-te no sentido do sentimento
Mass esse mesmo amor
Tornarse-á veneno,
Esse mesmo amor dará
Lugar ao ódio,
Mas conseguirei eu
Deixar que me fujam os pedaços teus?

Sentença

Perdi a lógica do abstracto
Nesse limiar do momento:
O que é melhor o peso
Ou a leveza?

Nasci com o peso da sentença
Uma sentença tão leve:
Esforça-te e sê feliz.
Não estará este mundo trocado?
Vivo desenfredo, neste busca
Pelo impossivel.
Larguem-me, soltem-me
Porque me sufocam dessa maneira?

Agradeço o peso da roupa que me aquece
Desprezo a leveza que me leva para
O lado errado.
Respiro o sol através da pele,
Um dia de chuva é sempre pesado
Mas a chuva é sempre leve.

Num universo regido por leis
Contrárias sirvo-me das histórias
Diárias para escrever prosa
Em forma de verso.

Façam o que quiserem,
Mas jamais me encurralem
Nessa vossa realidade monótoma,
Jamais ousem dizer que sou aluno
Da rotina, não me salvem da loucura,
Não me ensinem inutilidades
Dessas que veneram todos os dias.

Ajoelho-me perante a irrealidade,
Venero a utopia,
Agradeço essa sentença
Que me lembra
Que devo tentar ser melhor.