domingo, 13 de julho de 2008

Pequenos deuses


Caminhamos neste mundo
Incertamente fabuloso,
Arrastando os pés
Olhando para o chão
Sacudindo o pó da desgraça
Dos ombros culpados.

Preferimos observar
Sentados no conforto
As batalhas que são travadas.
Temos a espada guardada
Já pelo tempo enferrujada.
A covardia sorri-nos
No rosto exausto de esperar.

Não sei por quem esperas
A história não se faz esperando.
Não é a revolução
Não é o quinto império,
És tu, pequeno deus,
Que deves erguer o corpo
Olhar o horizonte
E deixar arder a raiva de guerreiro.
Eu ergo a espada
E limpo a ferrugem usado-a.

No mesmo dia

Pensas em mim agora
E depois do futuro?
No mesmo dia festeja-se um nascimento,
Uma vitória, uma união,
No mesmo dia chora-se a morte,
Uma derrota, uma separação...

Não pensas em mim agora
E então?
O momento perfeito não existe,
A palavra ‘quase’ decora a nossa vida.
A vida é isso mesmo
Uma mudança constante
Incompreendida inicialmente.

Não desejei um dia de sol
Sem nuvens de calor ameno,
Tão pouco pedi a melhor paisagem.
A vida é isso mesmo:
Sujeitarmo-nos ao que temos e torná-lo melhor.

Não vou usar frases modelo
Que giram à volta de todos os outros,
Mais importante que dois corpos
São duas almas
E foste esse vento na cara
Que nos sabe tão bem,
Porque o vento sabe sempre bem.

E por isto tudo
De pouco valer esta vontade impotente
De mudar seja o que for
Seja quem for,
Escrevos este versos
No mesmo dia
Em que os rasgo.

Diogo GTH 17h30 04/07/08

Auto-destruição descritiva(a questão essencial)


A chama que me queima
Devora-me por dentro,
Sinto falta de tudo o que me faz falta.
É o amor que se torna veneno
E não quero o seu antídoto,
É o sorriso afastado
Que me faz sonhar dorido.

A fé no homem há muito que foi abalada,
Falam e dizem
Não acredito numa só palavra.
Sufoco nesta alegria morta
À espera de ressurreição.

O tempo passa
E deixa no ar esse perfume a melancolia,
Essa verdade intocável
De que é impossível viver outra vez tudo.

Deixas-me no centro do nada,
O que me rodeia perdeu o sentido,
Perdi a conta à vida que levo.

Sentir sentimentos?
Já não sei o que pensar.
Não és corrente que me prende
És chave que me solta.
O Homem não percebe.

Palavras? De Nada valem.
São as acções que fazem pessoas avançar,
São acções que nos fazem mudar,
Não quero ser diferente do que sou
Quero ser eu mas melhor.

Serei capaz? Quero revelar-me
A mim mesmo.
Ultrapassar a indecisão,
Surpreender a surpresa,
Ser algo mais, ser alguém mais.

Não sou vítima nem culpado,
Quero um pouco mais daquilo que não tenho.
Rotina? Rotina só nasce quando não percebem
Que a vida é bela.
Não te procuro, porque já te encontrei.

Diogo GTH 06/06/08 02:06

O essencial que fugiu

Como que olhos pesados

De quem acaba de acordar

É assim que olho para a realidade.

Vontade sem força de a ter

E uma paixão quase morta

Pela passividade que me controla.

Vejo nesta esfera descomunal

Um ínumero conjunto de arestas

Por limar.

Falta-me a vitória inexistente

Que por vezes esteve para acontecer

Resta-me fazer algo...

Num mundo de contradições

Gerido por pessoas contraditórias

Resta contrariar-me..

A principal diferença entre

Deus e o Homem é que Deus

Não precisa de dar justificações.

Às vezes escrevo sem assunto

Mas mesmo assim prefiro escrever,

É menos algo que me atormenta.

Há dias complicados ou dias descartáveis

Mas mesmo esses dias fazem

Parte da vida, da vida inteira.

O essencial que fugiu?

Não sei ao que se referem,

Eu ainda ando à procura.