quinta-feira, 18 de abril de 2013

O dia em que o anjo sangrou

Escavam o primeiro chão...
Retiram-nos o segundo chão...
Quando damos por nós
rastejamos pela saliva do vulcão.
Esquecem-se constantemente deste desejo
que nunca dorme...
Esquecem-se sempre que há demónios
com fome...
Anjos de mãos atadas suspiram
de intraquilidade enquanto observam

a moeda que cai no chão dando a conhecer uma terceira face.
O arrependimento nunca matou, mas vai matando,
Remoendo, triturando, cansando o ser mais paciente.
A verdade voa sempre mais alto, fora do alcance,
Enquanto a mentira está tão próxima do nosso olhar.
A ideia de evolução é o zombar divino
perante toda esta tragédia.

Conseguem arranjar perícia para escavar além magma,
o que sobra então?
Porque terá sido ela a escolhida?
Porque foi ele que mereceu?
Cegos ao sentimento, surdos à razão,
Estátuas perante a acção.
Quando abres os olhos já a escuridão
da noite se afastou...e na brancura mais pura
tudo o que resta é desilusão e sangue,
litaralmente, metafóricamente,
E as tuas mãos estão algemadas.
Onde está a virtude? O chamamento?
O objectivo? A cura?
Nada dura, por vezes nada começa.
E sangras, choras nesse teu lugar,
Como qualquer um dos outros,
Como qualquer um de nós,
Consciente que não há nada
que te impeça de viver assim...
                                              e assim viver etermamente.


(Imagem retirada da S6E11 Dexter)