O meu animal favorito é o pinguim. Gosto bastante de gatos (e felinos maiores), gostava bastante de ter um lince ibérico também; gosto de cães, gosto de coelhos. Também gosto de ver documentários sobre cobras e tubarões. E apesar de não gostar muito de ver coisas, animais ou pessoas maiores que eu (o que é muito mais que fácil), adoro o tubarão baleia (apesar deste nome, e de ser o maior mamífero marinho, é inofensivo para os humanos). Mas tenho de me focar no que interessa. Pinguins...O pinguim é conhecido pelos humanos como o animal "mais bem vestido", aquele pobre de smoking; o pobre coitado que até já tem a camisa branca por baixo, falta-lhe apenas (a menos que o queiram imaginar num jeito mais descontraído) o laço ou a gravata. Servirá às mesas? Peixe talvez. Ou fará horas extraordinárias no escritório? (Alguma empresa de peixe?) É assim visto. E com razão confesso. Vamos supor que de facto o é. Vamos então imagina-lo como o mais parecido com vocês. O trabalhador, o servente da rotina...Onde quero chegar? É fácil de ver este nosso amigo pequeno, que marcha de fato e gravata, a brincar com as suas crias...É fácil de ver este empresário a caçar em grupo. Este pequenino brinca e salta...e como a maioria de vós, ele ambiciona ser diferente...e é então que faz algo que vocês não conseguem fazer; ele solta-se, e desliza o tempo que conseguir, triunfante na leveza da felicidade, pelo gelo fora...Ainda consegue arranjar tempo para "trabalhar", olhar o horizonte, e tudo o resto (independentemente do tamanho e longevidade). E tudo, se quiserem, de smoking.
Há quase um ano atrás, vinha no autocarro. Vinha nessa linha quase recta chamada Estrada de Benfica; entre o Jardim Zoológico de Lisboa e a minha casa passei por um pequeno campo de basketball (que tem por detrás um pequeno jardim para os mais pequenos, assim como os respectivos bancos de jardim; tem ainda um chafariz mas se a memória não me falha já não funciona lá muito bem). O que vi? Algo que na altura mexeu comigo. Eram por volta das dezanove horas, ou pouco mais do que isso. O que vi? Um casal, já de roupa mais confortável a jogar com dois filhos...Uau. Pinguins. Fiquei feliz. Sorri bastante, quase até chegar a casa. Foi uma imagem, para mim, triunfante; ali estava a raça humana a mostrar-me: Sim, também nós conseguimos fazer algo de diferente, e sermos felizes; manter a chama da vida viva.
Conseguirão algum dia arranjar tempo? Claro que sim, a menos que seja demasiado tarde. Haverá tarde de mais? Acho que há sempre; mas também acho que é possível fazer algo antes disso.
Os pinguins têm muito que se lhe diga (e deles sei muito menos do que o queria); e no entanto o pouco que já sei deles é reconfortante, cá dentro, naquele espacinho apertado, onde existe espaço para surpresas, para elevações, etc. Os seres humanos ainda podem fazer tanto por eles...
(Muito mas muito mais do que aquilo que pensam, e infelizmente, do que aquilo que fazem.)
Conseguirão agora arranjar tempo?
Espero que sim.
Há quase um ano atrás, vinha no autocarro. Vinha nessa linha quase recta chamada Estrada de Benfica; entre o Jardim Zoológico de Lisboa e a minha casa passei por um pequeno campo de basketball (que tem por detrás um pequeno jardim para os mais pequenos, assim como os respectivos bancos de jardim; tem ainda um chafariz mas se a memória não me falha já não funciona lá muito bem). O que vi? Algo que na altura mexeu comigo. Eram por volta das dezanove horas, ou pouco mais do que isso. O que vi? Um casal, já de roupa mais confortável a jogar com dois filhos...Uau. Pinguins. Fiquei feliz. Sorri bastante, quase até chegar a casa. Foi uma imagem, para mim, triunfante; ali estava a raça humana a mostrar-me: Sim, também nós conseguimos fazer algo de diferente, e sermos felizes; manter a chama da vida viva.
Conseguirão algum dia arranjar tempo? Claro que sim, a menos que seja demasiado tarde. Haverá tarde de mais? Acho que há sempre; mas também acho que é possível fazer algo antes disso.
Os pinguins têm muito que se lhe diga (e deles sei muito menos do que o queria); e no entanto o pouco que já sei deles é reconfortante, cá dentro, naquele espacinho apertado, onde existe espaço para surpresas, para elevações, etc. Os seres humanos ainda podem fazer tanto por eles...
(Muito mas muito mais do que aquilo que pensam, e infelizmente, do que aquilo que fazem.)
Conseguirão agora arranjar tempo?
Espero que sim.