sábado, 31 de julho de 2010

Viagem sem retorno


Neste lugar agarrado ao chão
declino a oportunidade de ir mais além,
E não se trata de temer desilusão
tão pouco que alguém
me volte a fazer acreditar no Homem...
São raízes profundas nesta terra
que me fazem questionar o valor de cada passo.
Quando me disseram que aprender
é como subir algum tipo de serra
preferi não acreditar. Foi preciso morrer
para perceber que sou aquilo que sinto e aquilo que faço.

Estou vivo, não me entrego ao cansaço,
Mas todo o meu ser teve de entrar numa espiral
quase divina, exposta a uma realidade que não era a minha.
E foi preciso avançar, soltar-me e deixar-me ir...
E em poucos anos a metamorfose chegou, contemplou
a borboleta, as asas soltaram-se,
E mesmo sem renegar esse passado a borboleta
segue o seu caminho, seja ele qual for,
sem nunca voltar para trás...Porque atrás está algo
que não importa mais. Se conseguiu evoluir
retroceder seria uma mediocridade existencial...
Se consegue voar então não precisa mais do seu casulo.

E mesmo quando essa tempestade de aproxima,
trazendo com ela um apocalíptico clima,
A asas apenas abanam, sem nunca fechar,
E protegem: os orgãos mais importantes,
As pessoas que nunca nos deixaram de amar,
E todos os momentos que foram bons e marcantes.

Quanto mais nos agarrarmos às más cicatrizes
De todos os males da nossa vida expostos e sofridos
mais fundo
se enterram
essas ditas raízes...


(Não rimava desta forma há muito tempo...E apesar de gostar continuo a preferir o verso solto. Espero que gostem...)

Memórias rasgadas


"The hurt inside is fading this shit's gone way to far All this time I've been waiting oh I cannot grieve anymore For what's inside awaking You've taken everything and oh, I can not give anymore..." (Here to stay - Korn)


Cansou-se. A paciência tem limites.
E os que de paciência sofrem de escassez?
Este é o mundo que tenho
um mundo que respira porquês.
Um mundo que absorve tragédias...
É quase impossível segurar o
Homem com racionais rédeas.
São memórias rasgadas no Tempo
que conseguem perdurar...
Queimamos, corrigimos, afastamos,
mas as memórias mesmo rasgadas
conseguem manter-se vivas...conseguem
repetir-se.
Esta dor quase que vai desaparecendo,
Tudo o que fiz ultrapassou o lógico
o humano
o monstro,
Foi demasiado.
Posso segurar uma luz
ou terei de me contentar com uma vela?
Esta dor adormecida volta repentinamente
repetidamente...Que posso mais eu dar?
Terei de dizer: quase tudo.
Luto para sair deste luto em que o mundo
me deixou.
Nunca ninguém me poderá tirar tudo
pois eu apenas tenho pouco mais que nada,
É como se já tivesse quase nascido preparado
para este mundo,
onde os erros humanos se repetem ao longo
da História de forma similar.
Várias vezes...mais vezes...
Esta dor pode nunca passar
mas vai diminuindo...
E às vezes isso talvez baste...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O amor ao ódio

"Quem tem vergonha do que sente perde sempre e nunca ganha..."

Esta é a pequena história que se conta há muito tempo:
Certo dia o Amor, cansado de tanto ser mal tratado pelo ódio, pergunta-lhe:
- Porque me odeias tanto?
E o Ódio respondeu:
- Porque já te amei de mais.

Este mundo é feito de contradições. Eu prefiro chamar-lhe equilíbrio. Não interessa se os opostos se atraem ou se se afastam. Interessa-me compreender e aceitar que o mundo é feito deste modo: tudo tem o seu contrário. E de todas as forças que caminham contrariamente podemos distinguir algumas mais importantes: força e fraqueza, verdade e mentira...justiça e injustiça, certo e errado...e talvez as mais importantes: amor e ódio. São esmagadoras. Com elas tudo caminha para todo o lado, tudo nasce e morre, é um duelo de titãs de duas forças capaz de tudo, desde o melhor ao pior, são duas forças contrárias com uma força igualmente devastadora.
E é em dias destes que me transtorna a falta de organização de Deus neste mundo...é nestes dias que me apetece ignora-lo, quase esquece-lo. É em dias como este que não acredito numa ordem que tenta equilibrar todas estas forças contrárias. Karma? Destino? Justiça?
Podem-me mandar para o Inferno...não me importo pois já lá julgo estar.

São muitas almas, são muitas doses de azar, é demasiado para um só alma numa vida ainda tão curta.
Sempre te admirei. Sempre me orgulhei de ti. Por tudo. Tudo. Mais do que algum dia saberás. Se pudesse escolher ser como alguém seria como tu. Mas ao que parece o universo fez uma suposta perfeição dividir-se em dois. E eu caí no lado menos bom. Mas foste parte de mim durante toda a minha vida, e custa ver-te sofrer. Sem quase culpa, sempre numa rotina tão baixa sentimentalmente...
Escolheste de forma sóbria defenderes a racionalidade. Existem mais como tu. Mas poucos são os que a usam tão eficazmente como tu...Sabes pensar, reflectir e agir, de forma quase fria mas certa. Raramente te arrependes. Raramente talvez te enganes...Queria ser como tu em quase tudo. Mas dentro de toda essa armadura dura existe um ser bem maior, bem mais comovido com o que está mal neste mundo...Um ser que ama muito e que apenas quer ser verdadeiramente amado...Mas parece que está difícil. E custa-me ver-te sofrer. Esta vida tem propósitos estranhos...Quero mais é que este mundo vá para o lixo. Que se lixe. Que morra.
Queria tanto reciclar este mundo. Não é que eu esteja mais certo...é apenas saber que não estou tão errado.
E podia estar ao teu lado, dar-te uma palavra amiga...Dizer-te que tudo se vai resolver...Que estou aqui para ti. Que nunca te deixei. Mas prefiro escrever este texto...Pelo menos é da forma que mais pessoas o podem sentir.
E depois perguntam-me porque sou um monstro? Porque venero tanto o ódio? Porque vejo o amor dar de si. Tantas vezes. Vejo o amor cansar-se de amar...E o ódio é da mesma força, e consegue vencer...
Eu não prefiro o ódio. Tenho é a consciência presente que o ódio, cada vez mais, por vossa culpa, por nossa culpa, ganha uma inércia em sair da nossa vida que o amor não tem...
Querem que eu vá para o Inferno?
Não gastem essa vossa preciosa saliva (que é mais útil em criticar, humilhar, destruir e afastar)
pois no Inferno
muitas vezes eu já julgo estar...
O amor ao ódio.
Porque o ódio cansou-se de amar.

Cais do Mundo

É com o maior prazer que volto a escrever com a Joana Garcia TH, minha adorada irmã. Este é o segundo texto que escrevemos juntos, e mais uma vez, penso que encaixamos literáriamente de forma perfeita. E agradeço-lhe o facto importante de ter conseguido com que eu escrevesse algo ligeiramente belo sem roçar o ódio. Por isso, e mais uma vez, parabéns aos dois, e que surjam mais oportunidades destas. Amo-te, keep going spiral out, contigo.


Chego ao cais bem cedo. O céu ainda está pintado com tons de violeta e laranja, e o sol não passa ainda de uma pequena esfera que ao longe, é tímida, mas ansiosa por nascer.

Inspiro o repentino cheiro do mar e quase consigo sentir o sabor a sal dentro da minha boca.

Sento-me num banco e deixo-me absorver pela vida à minha volta, pelos odores que pairam no ar e pela importância do que eu estou a testemunhar. Barcos partem e barcos regressam ao porto com as suas imponentes velas brancas que se movem ao sabor da brisa. Trazem consigo pedaços de outros mundos, de outras realidades distantes que a mim me parecem irreais e inalcançáveis.

Pergunto-me de onde será cada navio e questiono o que os homens que vêm neles dizem na sua língua. Imagino o que carregarão dentro das grandes caixas que transportam e sinto subitamente que sou realmente microscópica, em comparação com o planeta onde me encontro. Sinto-me realmente pequena com a imensidade de beleza e, ainda que rara, sincera riqueza que existem neste mundo.

Com tudo isto no meu pensamento, aguardo pela chegada do sol que trará consigo calor, mais luz e sobretudo, mais vida.

Porque é de vida que precisamos, em cada dia,

E desse sol que nos aquece bem mais do que o corpo

Que nos aconchega e acalma a alma.

Não louvamos a morte nem por ela esperamos

Pois sabemos que a seu tempo chegará

Mas até lá vivemos, vivemos cada dia como se

Fosse o último, como se fosse único.

Neste cais sinto pequenas gotas de água

Que tiveram a coragem de se afastar do mar

E que se serviram do vento para me tocar na face...

Hoje sou as forças do mundo,

Hoje sou a paz mundial, a ordem universal de todas

As coisas, de todas matérias, de todas as verdades,

Hoje sou este mar, este sossego,

Hoje sou essa doce espera de um sol que virá...

Mas mesmo nesta tempestade exterior que cresce

Consigo encontrar beleza no meu viver

No girar deste mundo.

Este mundo que é tão estranho e intrigante, mas ao mesmo tempo reconfortante. A esta hora, noutras partes dele, são horas de acordar para alguns. Outros estão a apreciar um pôr – do – sol num banco de jardim e outros ainda estão a preparar-se para se entregar ao mundo dos sonhos, dizendo adeus a mais um dia.

Neste mesmo segundo que passo aqui abrigada da chuva, neste cais antigo e parado no tempo, algumas pessoas vivem num dia anterior ao meu, ou serei eu que estou adiantada a eles? Se vivo num mundo à frente deles, onde aqui é dia e lá é a noite anterior, poderei contar-lhes o futuro? Saberei as coisas que ainda não lhes aconteceram? Ou o tempo é o mesmo? A mim parece-me que é quase elástico, ele estica e encolhe conforme quer, nem que seja só para me confundir por um bocado.

Sinto-me perdida. Ainda há tanto para ver, tanto para descobrir. Tantas culturas para conhecer, tantas experiências por sentir... Como vou conseguir tudo isso se o tempo corre contra mim? Se parece querer que eu o persiga, só para me poder ganhar, sempre. Se parece que será uma batalha eterna, uma corrida contra o tempo para conseguir pelo menos sentir metade da terra que banha o planeta a que chamo casa...

É difícil ser mortal, mas também nunca ninguém disse que a imortalidade era fácil. Tenho é de encontrar o equílibrio dentro de mim própria, onde poderei eventualmente deixar-me ir à descoberta do mundo que me espera e que eu tanto desejo conhecer.

Porque esse mundo está à minha espera.

Sempre esteve à minha espera.

E não terá esperado em vão:

Pois chegou a minha hora de o descobrir,

De o sentir em todas as suas vertentes,

E saber sempre que não estou sozinha;

Quando adormeço sei que outros estão a acordar,

Quando sonho no sono

Outros sonham acordados,

Quando me levanto outros estão-se a deitar.

Enquanto vivo outros morrem, enquanto choro

Outros estão a sorrir...Mas enquanto choro

Ou rio outros podem-me também acompanhar.

Se vejo o sol outros estarão a ver a lua,

E existem ainda outros que sentem o sol ou a lua

Demasiado tempo.

O mundo aguarda-me. Chega de o fazer esperar...

Não quero ser chuva

Nem calor

Frio

Ou céu aberto,

Quero fazer apenas o que é certo para mim,

Sentir-me e ser sentida,

Explorar todo o mundo enquanto respiro e ando

Enquanto ambiciono e corro,

Esta sou eu, filha deste Tempo,

Aprendiza desta momento, ser humano

Consciente da aprendizagem que toda esta experiência

Chamada vida tem para me ensinar e moldar.

Chegou a hora de me descobrir

Descobrindo tudo o resto,

Chegou a hora de me deixar ir

E deixar levar.


Por Diogo e Joana, GTH.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A cor da carne - Poesia e prosa


"Time to feed the monster... ...I must keep reminding myself of this.." (The package & The patient)

A)

É hora de me alimentar dessa necessidade que controla o Homem,
A carne é fraca, mas é ainda mais fraca quando se trata de carne
e a carne é tudo o que importa...
É hora de alimentar o monstro que está dentro de nós...
Negar os nossos instintos é negar o que nos torna humanos...
Por isso, escolho estar deste lado, contrário ao vosso,
mas no entanto,
também eu sinto necessidade de satisfazer essa necessidade de carne...
Afinal de contas, apesar de monstro, sou como vocês:
um animal. Dotado de razão, dotado de sentimento e :
dotado de fome carnal. Não me nego, não me censuro, não me iludo...
Será essa uma diferença que nos separa sempre e para sempre.
Sou o que sou, e não o que é suposto ser, e não me minto
nem minto a mais ninguém.
A carne que sacia o meu paladar de um sabor único
quase imortal
que me deixa saudade em vida
e desejo em vida,
Fome; fome de desejo de tudo o que poderia ter
agora e sempre e para sempre.
A fome que me suspende do mundo exterior
deixando-me numa espiral diferente
onde todos os sentido caminham numa mesma
direcção: saciar, amar loucamente o corpo, sentir!, Meu Deus...
Monstros...Monstros...
São monstros dentro de todos nós
à espera de serem soltos
de devorar com dentes e boca e língua
falar tudo numa forma singular
simples e quase carente
sedente, uma fome infinita...Meu Deus...
Uma mistura de tantos sabores.

Não são horrores
nem monstruosas dores...Meu Deus,
Ser-me é isso tudo e muito mais...
De uma forma tão forte
e ser-se sentido
acolher na alma um corpo vivo...
É a cor da carne que nos faz querer
e sonhar desejando, ser, ser de outra forma
também ela vida e alma da nossa essência...
Ai, não nego tudo, aceito muito
enterro o nada...
Está na hora de alimentar o monstro...
E devíamos lembrar-nos disso sempre...

B) Continuação : sobrenome - o Nono Pecado

Quanto mais penso sobre o assunto mais estupefacto fico com o facto de o ser humano se agarrar a coisas sem lógica para descriminar. E apesar de qualquer acto de descriminação ser por si só um enorme acto retrogrado e sem lógica, a realidade é que utiliza-lo devido a diferença de cores da carne é algo no mínimo de um Homem cego de alma, olhos, e racionalização.
Mas afinal, vocês, seres humanos, conseguem encontrar justiça de julgar alguém pela cor de pele?! Como, pergunto eu. Como? Fará a cor de pele diferença na maneira de agir ou sentir? Fará? Serei menos humano, menos capaz, menos qualquer coisa devido à cor, seja ela a que for, que tenho no meu corpo? Pele essa que serve para proteger apenas o meu corpo? Não me parece...
E este é um nono pecado. A capacidade de julgar outrem, por pensarmos termos algo mais que não temos, e que mesmo que tivéssemos não nos daria nunca o direito de pensar estarmos acima, seja de quem for...Nunca. Eu digo nunca. E direi sempre. Raparem bem que independentemente da cor exterior todos temos os mesmos tipos de órgãos, nos mesmos locais, todos temos um coração e cérebro...
E reparei, pensando um pouco, que todos os animais desta terra, racionais ou não, comprovam de facto essa grande verdade que tanto utilizamos, ou deveríamos utilizar no dia-a-dia: o que importa não é casca (exterior) mas sim o fruto\caroço (interior) pois todos temos a mesma cor no sangue, todos, todos temos em nós a fluir esse líquido vermelho que corre todas as veias e que bombeia o sangue...
Todos somos iguais na essência.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Poeira vermelha


"Part vampire, part warrior,...


I need to watch things die from a good safe distance
Vicariously, I live while the whole world dies
You all feel the same so why can't we just admit it?

Your desire to believe in
Angels in the hearts of men...
Devour to survive
So it is, so it's always been ..."


Todos aqueles que sentem um vazio interior
uma fome que reclama por um alimento que não vem
juntem-se a mim...
Reclamam por mais sangue...Pois seja ele derramado.
Será uma poeira vermelha que sobrará neste mundo
para contar uma história bem diferente do que a
que deveria ser contada...Mas eu já não faço mais nada,
fico a observar essa morte que nos aguarda
e que se aproxima a cada momento.
Oh sim!, esperavam mais de mim?
Enganei-vos tão bem...Eu adoro enganar,
Adoro fingir-me morto...calmo...um pequeno anjo
de asas meio brancas...Não. Chega.
Chegou a hora de não ser eu a contar a minha história
a tua história...
Quero morrer deixando para trás um rasto de ilusória
glória, corações arrebatados por fados enganados
que nunca existiram...foram apenas vividos,
mentidos, e depois pelo vento levados...Meu Deus,
dai-me fome neste lugar, não de sangue, não de derrota,

esta minha sorte já nasceu morta,
Mas continuo escrevendo...
Porque não admites?
Porque não admitimos?
O tempo escorre-me pelas mãos
e sinto-me cair num chão perpétuo...Que queda,
é lançada ao ar a moeda, essa que detém a sorte do Homem...

Não...
É esse vampiro que se aprisiona no nosso corpo
que deseja mais e mais sangue
esse guerreiro que conquista através do sangue...

Mas vocês nunca me conheceram como eu sou...
E depressa me abandonaram...

Pois sim gente deste mundo, o melhor homem
está no melhor monstro...naquele que é
vampiro que consegue ultrapassar a fome de sangue
e no guerreiro que conquista sem precisar
de derramar sangue...
Porque ambos precisamos dele...
Mas podemos viver sem ele...
Tenho
saudades.

(Vicarious - Dedicado)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lágrimas de sangue

Na vida por vezes opto por dar exemplos exagerados...ou realidades muito acima ou abaixo da verdadeira realidade em questão. As pessoas, digamos, mais sábias, aproveitam esses meus exemplos hiperbólicos para os utilizarem com o fim que os uso: não perderem noção da verdadeira realidade. É como no olho dos Tool; nós com três ou quatro olhos possivelmente víamos muito mais, a realidade é que só temos dois...Pois bem, eu tento-vos dar esse terceiro ou quatro olho. É o que tento pelo menos. Se o faço bem? Não o tenho feito muito mal.
Valorizo o bom? Sempre...Desvalorizo o mau? Claro. Para quê massacrar-me com algo que não vale a pena? Não vale, por isso não me massacro. E é essa filosofia que tento "implementar" naqueles que aparecem na minha vida...seja qual for a origem, a grandeza, seja o motivo que os trouxe até mim ou me levou até eles.
Dizem ou leiem que Jesus terá chorado lágrimas de sangue...e existem cientistas que afirmam tal acontecimento ser possível devido ao sofrimento, pelo menos físico, de alguém. Todos nós já tivemos tentação ou a infelicidade de chorar sangue...No extremo longínquo da realidade.
Eu, no meu mundo, que é um mundo habitado por todo o tipo de seres, desde racionais, sentimentais, uma mistura dos dois, ou mesmo irracionais, ou ainda monstros, continuo ciente daquilo que é preciso fazer para evitar essas ditas lágrimas de sangue, sejam elas reais, quase reais ou apenas imaginadas.
E já o tenho escrito em dezenas ou talvez uma centena de poemas e prosas...já o tenho dito algumas dezenas de vezes a várias pessoas diferentes...E continuo a escrever e a dizer, porque julgo ser algo importante de ser ouvido,lido e depois apreendido.

Sim, sim...respondo já aos que dizem que a vida não é perfeita e bela...algo que nunca disse ou defendi. A vida tem altos e baixos, alturas mais negras, alturas em que parece que tudo o que nos rodeia não passa de lodo...Uns sofrem mais do que o que têm de bom, etc. Por isso, o que realmente me revolta, é ver praguejarem contra a vida que têm, em certas e determinadas coisas mais que pequenas, quando existem pessoas que de facto, por muita fé que tenham nelas ou em alguém, ou em algum deus/Deus, nada conseguem fazer para ter uma vida normal e boa. E eu falo de pessoas que vivem na rua ( sem ser por sua culpa..., apesar de mesmo tendo culpa a questão não deixa de ser pertinente), as pessoas que passam e morrem de fome ou doenças, rodeadas de pobreza e miséria e morte.

Quando comecei a escrever este texto pensava ter mais coisas importantes a dizer...mas desapareceu tudo...
Depois talvez continue.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A solidão nunca vem nem está sozinha



"Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?"

domingo, 18 de julho de 2010

(...) Dentro de um livro de uma não-história



"Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
P'ra mudar a minha vida
Vem vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite veloz

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas."

sábado, 17 de julho de 2010

O Homem e o monstro (Lição Segunda)


Existe apenas uma diferença básica entre o Homem e o monstro: o monstro esforça-se desde que nasce até ao dia da sua morte, deixando para trás um rasto para que outros o possam seguir; o Homem já nasceu rendido, e nada sabe sobre o significado da palavra lutar, seja por preguiça, medo ou covardia.

Homem: Monstro preciso de falar contigo!
monstro: Diz meu amigo Homem...
Homem: Perdi um ser humano para sempre...E já perdi outros que mesmo não sendo ceifados pela morte nunca mais vou ver...Perdi-o. Porque sinto um vazio e uma tristeza frustrada? Que posso eu fazer agora?!
monstro: Esse é um dos males do Homem...Prefere pensar que tem todo o tempo do mundo para se agarrar à espera. É arrogante ao ponto de pensar que terá tempo para tudo e mais alguma coisa...Mas a vida raramente é como queremos que seja, (porque não a queremos moldar ao nosso gosto, devido à falta de chama), e quando damos por nós...já é muito tarde. Existem duas soluções que te deixarão feliz e com um sentimento completo. Em primeiro lugar dizeres sempre o que sentes a todas as pessoas. Pelo menos os sentimentos bons, para o caso de te acontecer alguma coisa, ou a elas, nada fica por dizer, entendes? Assim o amor espalha-se; ama-se e agarra-se a pessoa, até chegar a hora do mundo findar. As pessoas por vezes tendem a fugir-nos, ou a esquecer-nos, e tudo o que podes fazer é não deixar nada por dizer ou sentir. Isto aplica-se a toda as pessoas. E é bom seja para quem desaparece do local da tua vida ou seja para quem sobe para os Céus. E agora, para aquelas pessoas que te fazem sentir um sentimento de perda, saudade, amor, e tudo o que te deixa completo e feliz, todos esses sabores e sentimentos, tem uma escolha além da que já te expliquei...Lutar. A pessoa está morta? Não. Então só te resta lutar por ela...até chegar o momento em que nada mais podes fazer. E esperar que façam o mesmo por ti. Já senti outrora um sentimento capaz de abalar montes, distâncias, maneiras de ser que eram como pedras...Homem, é hora de lutares e de dizeres. Enquanto há tempo: luta; enquanto há tempo: diz e dá e agarra...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sim?

O tempo é agora...
O lugar é ali...
Faz, não por mim, não por nós, por ti.
O que sentes?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lua negra

Nem de origem pombalino, nem de estilo gótico...Tão pouco sou um protótipo. Resumo-me à minha insignificância e à minha importância: sou eu próprio.

"Be yourself, by yourself!" ( Walk )

Vim aqui hoje declarar...que tenho saudades de quem fui.
Tudo nos custa quando tem de custar,
não é algo que possa por nós ser escolhido
ser ou não sentido.
Escolhe-se um ser humano
deste mundo e observa-se o sentimento
evaporar, tornar-se desaparecido.
Todo este tempo declaraste que morrerias por mim.
Custa-me sentir que talvez seja verdade. Que talvez
seja uma vaga verdade à qual não me dediquei.

Deixei um perfume vivo na tua roupa, deixei uma recordação
viva dos meus actos e pensamentos falados mais alto...
Deixei saudade. Deixei saudade onde ainda existia presença.

Uma lua negra paira num céu branco.
É tudo luz, luz que consegue colorir todo o céu,
e sozinha está essa lua negra, que escurece um pequeno ponto.

A paga é cara para quem não se deixa ser.
O erro pode causar repercussões no círculo que nos
rodeia...mas a verdadeira praga, o verdadeiro sofrimento
o verdadeiro abatimento vai-se fazer sentir em nós
próprios...
E sobra uma secura, uma solidão que se arrasta em loucura...
E no vazio que se estende existe ainda uma procura,
não se sabe dizer muito bem do quê
apesar de sabermos a sua essência.
E este pesar, ou esta saudade,
perdura...
E a teimosia da água
a pedra fura...
Tudo e nada
na mesma figura.
Sinto saudades de tudo
o que enche. Do vazio que enchi.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Monstruosidade de um monstro monstruoso

"None of them can even hold a candle up to you.
Blinded by choice, these hypocrites won't see."


"High is the way,
but our eyes are upon the ground."


"It's time now!
My time now!
Give me my
Give me my wings...!"


Cegos pelas escolhas que não sabem fazer...
Vivo num mundo estranho
apesar de ser um mundo normal,
Belo e grandioso e infinito
para a nossa vida curta,
Pesado e triste e pequeno
para finita fome que nos corre nas veias...na alma,
no corpo e na razão.
Um dia ouvirão falar de mim...aquele que bateu
duas vezes num gigante portão
e que bateu uma terceira para não virar
costas sem a certeza que tudo fez
para ser ouvido e sentido
visto e sentido
antes de virar as costas.
Quando penso que chegou finalmente a hora
de acreditar na raça humana
algo me empurra para o chão
deixando-me com o corpo sujo
a cara suja
e um pó nos pulmões e na garganta
que me sufoca por alguns dias...Durante meses
vive um sabor na língua, um sabor a pó, a terra,
que me relembra que não sou apenas um homem
que sou também um monstro que sofre através
dos Homens.
E Deus?
Acaba por ir sorrindo...por vezes um sorriso aberto
outras um sorriso triste. Como chegamos a isto?
Porque foi este o caminho que escolhemos
porque foi este o caminho que andámos.
Cegos por uma escolha errada, pela possibilidade de uma escolha
que nunca existiu. O ser humano talvez tenha o poder
de criar a escolhas, as suas escolhas...
Ou se calhar não.
Interessar-me-á saber a razão das escolhas
que regem este mundo a correr de certa forma?
Já me interessou menos...
Sei que tenho apenas aquilo que tenho
e neste vago monstro que vai crescendo
dentro de mim também decrescem as sombras
que nem sempre podem vir para ficar.

Estou deste lado.
Encurralado?
Não. Esperando ser esperado.
Completamente destronado, sem ramo
de árvore para trepar, sem sol
que me venha por fim secar, para um dia infinito.
Como poderei ouvir algo que não têm para dizer?
Como poderei voltar a confiar num espaço
que não preenche, que apenas finge preencher
um lugar que se vai tornando mais vazio?
Não consigo mais com tamanhas reticências,
com dependências que só dependem de quem
as molda, como uma muralha que serve para proteger
uma cidade...mas as vossas muralhas não protegem,...
As vossas muralhas servem de ponto fraco
para quem quer mais de forma errada.

É apenas demasiado doloroso para mim acreditar.
Sonhar não me dói muito...é apenas difícil dar uma
oportunidade à minha crença no ser humano...

Não nasci monstro.
Mas não fujam já...a culpa não é só vossa.
Muito desta culpa está aprisionada
em acções erradas que tomei
que vivi.
A fé foi derrubada por actos
cometidos por todo aquele que caminhou na minha vida
pela paixão de quem agarrou
uma fruto
sem se preocupar com a casca
mas apenas com o interior.

Tudo o que tenho é um por de sol,
é uma raiva parada
um ódio adormecido.

O monstro acordou tarde...
E talvez tudo o que ele sempre quis
foi não acordar.
Ficando-me assim, à procura de ser procurado,
de encontrar esse pedaço que falta à
razão do mundo girar.
Respiro com a única lógica
de continuar a respirar, e se
escrevo é porque ainda existe
um monstro
para alimentar.
Invado-me.
Precisava de escrever algo sobre isto, antes de escrever o próximo Vicarious a dois com a Joana GTH, ou mesmo de mais um texto reservado a espirais.
Um dos grandes problemas do ser humano não é saber receber...Isso sabe ele muito bem. A maioria dos seres humanos tem é uma dificuldade tremenda em dar...em saber dar, em escolher o que dar, como dar. No entanto, em certas ocasiões encontramos alguém, que talvez por ter sido vítima durante muito tempo de saber dar sem em troca receber o mesmo, seja no que for, acabou por esquecer o que é receber...e como receber.
As melhores pessoas são aquelas que sabem dar muito e receber muito também. O ser humano é como o universo: precisa de equilíbrio, e com ou sem razão para estar vivo é preciso é saber viver.
E esta música...enfim, hoje lembrei-me dela, e não pude deixar de pseudo-reflectir nesta questão. Não sei até que ponto escrevo isto devido a um passado ou para um passado...mas de uma coisa tenho a certeza: nunca escrevi com tanta força pelo presente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dividir por dois, dividir a dois, exactamente em dois...Outra espiral



Uma grande música, uma grande letra, um clip mais uma vez muito bem conseguido...Desfrutem.

Equador

Pergunto-me nos dias que correm até que ponto
posso-me deixar ir.
Até que ponto a minha capacidade de surpreender o outro
está ainda bem acesa no meu ser?
Não se trata de procurar com algum amor uma flor
mais bela num jardim,
com os próprios dedos separa-la do solo
tirar-lhe a vida
e oferece-la a alguém.
Não se trata disso.
Conseguirei eu, na extremidade de alguma coisa
no contrário de algo
ser o centro de alguém?
Ser eu o sol, o centro acolhedor do mundo,
onde existe calor e frio,
saudade e encontro?
É isso que neste momento me invade os passos,
os sonhos, os pensamentos...
É isso que neste momento me pára os passos,
me faz sonhar...que se apodera dos meus pensamentos.
Onde estarei eu agora? Sei onde já não estou,
mas tirei medo de onde possa estar?

E volta algo que não vem há muito tempo...
O medo de estar errado, o medo de errar.
Porque o meu melhor eu pouco ou nada falha
na hora de provar, de racionalizar,
de ter certeza...
Mas o meu melhor eu teme estar errado...
E se outrora tive vozes que me alimentaram
(ainda mais)
fomes que cresciam,
de momento
pouco ou ninguém tenho.

Eu sei que me podem mostrar a porta
e que só eu a posso abrir...
Mas o que temo é que me mostrem a porta errada...
Ou que eu, arrogante no erro, não aceite
a porta que me apontam.

Sim...Algo está a mudar. Ou algo já mudou.
E é como se um nome divide-se tudo ao meio
tudo feito em dois,
em duas partes quase iguais...
É a porta do tudo
ou é a porta da dor
que se aproxima?
Eu espero um sinal,
espero dois desejos...
Depois altero para sempre a posição do Equador.

domingo, 11 de julho de 2010

O que ajuda este a mundo a girar de forma mais bela



Separei-me desta mulher há um ano e tal. E foi das separações que mais me custou. Confesso que casaria com ela e viveria com o único objectivo de a fazer feliz para sempre. É encantadora, canta lindamente, com uma excelente voz, sabe tocar piano muito bem, tem um sentido de humor simpático, parece simpática, e escreve letras e faz músicas no mínimo geniais...
No entanto fica aqui um pequeno tributo, apesar de merecer muito mas muito mais do que isto. Por várias músicas, por várias letras, e pela falta que me faz, e pela importância que teve na minha vida em alturas bastante negras...E foi mesmo.
Obrigado à pessoa que num dia, me disse o que estava a ouvir...ao qual eu disse secamente: Não conheço, nunca ouvi falar... Passados uns dias ouvia de forma insaciável. Depressa a Joana também começou a adorar...Seria dos poucos concertos que não hesitava em pagar e ir ver se viesse a Portugal. Sara Bareilles, uma prenda deste mundo, um pop ou um não pop muito especial...com um piano e uma melodia suaves, e uma voz encantadora. Capaz de nos manter felizes e capaz de nos ajudar a sair do desespero. Ouçam e sintam.

sábado, 10 de julho de 2010

You know you're right



Quando alguém morre pensamos sempre várias coisas...Para onde terá ido? Terá ido para algum lado? O que podia ter feito se ainda estivesse vivo? Aproveitei bem a sua presença?
Kurt Cobain para mim, de todo o século, de talvez de sempre, é o vocalista, compositor e guitarrista (tudo ao mesmo tempo) que com mais simplicidade fez muito. O seu trabalho não foi em vão...muitos são ainda os que o veneram, o cantam, o passam de geração em geração. E esta música é fantástica. Faz-me lembrar, de um outro ângulo, o Stinkfist. Junta dois lados da mesma moeda. E é uma música forte, que nos abala.
Todos somos importantes neste mundo, mas às vezes damos connosco a pensar que há pessoas que parecem valer mais...Porquê então o suicídio? Não sei, mas lamento-o.

RIP my friend.

Sonambulismo Oco

(Boa noite...)

Aqui estou eu nesta rua estranha
onde a verdade e a mentira
se juntam fazendo arder
toda e cada minha entranha, é o sol e a lua
que se manifestam em mim, lamentando
deixando-me a alma nua, a face crua,
tudo levado em cinzas por um vento
que sobe e desce muito depressa
deitando-me no cimento.

A sanidade mudou-me e para ela não consigo
encontrar cura, são espirais de longo alcance
uma pirâmide de alta altura
uma águia eficaz que perdeu a sua chance...

Passo a passo: cinzas, pó e nada.
Mas ainda procuro essa carta que escondi na manga
da minha esperança, na alma da criança,
tentando dessa forma não me dar como acção terminada.

Guiado por uma voz interior
que me move, que me sacode, e que mais tarde
ou mais cedo vai fazer com que eu acorde.
Neste sono dormente, onde caminham seres
doentes, impacientes, ocos
e pouco contentes, passo a passo vou tentado
acordar desde sonambulismo
que nos altera os reais actos,
pensamentos e pactos, mentiras ocas
e os verdadeiros factos.

Tudo o que temos agora é um sono de criança...
Apesar de triste e medonho...
Está na hora de acordar.

Sacrifício artificial

"Vi sonhos ruírem como castelos de cartas...quase desacreditei, abandonei as palavras..."

Terá chegado enfim a minha hora de partir,
Com uma bagagem de peso satisfatório
no respeita a experiências aprendidas
e lições sofridas e incorporadas no meu ser.

Terá chegado a hora de me conter
fora daqui, onde sinta que me conter
nada de mal traz a esta terra,
Onde seja sem receio: eu mesmo.

Porque nunca será a carne sacrificada
o problema que trava esta terra,
E no que é necessário sacrificar...
É o habitual...apenas fazem um sacrifício artificial.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Desejo temido

A recordação é como uma faca,
se a soubermos segurar ajuda-nos,
mas se cometermos o erro de a agarrar
pelo lado errado é uma estaca
na nossa vida.
O sentimento não é tímido
tão pouco deveria ser temido.

O importante é saber que não é preciso
queimar o passado,
é saber que este já foi queimado.
A minha fome agora é outra.
E a procura talvez já seja pouca.
Chegou a hora
a hora de receber o que a vida sempre me quis dar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Homem e o monstro (Lição Primeira)


Existe apenas uma diferença básica entre o Homem e o monstro: o monstro tenta aprender com os erros do Homem; o Homem não aprende com os erros de ninguém.

Homem: Monstro! Estás aí?!
monstro: Diz Homem. O que te trás cá hoje?
Homem: Vim-te dizer o que ouvi hoje dizerem no mundo. Disseram que a verdade só apareceu porque já existia a mentira. E isto facilita a vida no nosso mundo! Para quê a preocupação com a verdade então? Não interessa!
monstro: As coisas não são bem assim. As pessoas gostam de acreditar nisso porque lhe dás imenso jeito. Eu vou contar-te a história correcta. Primeiro apareceu a verdade, pois a verdade é aquilo que existe, é aquilo que é. Ou seja a verdade, como ela é, existe desde sempre. A verdade é só uma e talvez por isso esteja em desvantagem para com a mentira que nunca está só, as mentiras são infinitas compreendes? A mentira está contigo desde que nasceste. A verdade foi, é e será. E a mentira acompanhará sempre o Homem, porque o Homem a usa. Mas lembra-te disto: por muitas mentiras que o Homem utilize a verdade é só uma, e deveria ser ela a interessar, porque tudo o resto é ilusão. E neste mundo existem muitas mentiras. Cabe ao Homem conseguir descobrir cada uma, evita-la, e procurar e espalhar a verdade. Aceitar a verdade pode custar por vezes...mas difícil é desmascarar a mentira que vive com uma raiz quase tão forte como a própria verdade.

O Pêndulo - O Fechar Das Trevas (finito)


"O lençol já não protege a criança em que eu habito...sinto aromas que me despertam recordações, vejo faces mas não reconheço corações...as pessoas são básicas é lógico...sou paciente terminal...vejo um caixão de negro visto...uma fila inteira que reza a Jesus Cristo..."

Respire fundo, relaxe, e olhe fixamente o pêndulo...
A dor que eu imagino sobrevaloriza-se na minha vida,
Chegou a hora de me bastar, de me iluminar.
Construir uma nova espiral que comece
onde as outras terminaram, para construir um caminho
seguro, estável, um caminho continuado...uma vida.
Nesta viagem ao meu interior tenho de
recuperar valores perdidos, descobrir desconhecidos
e fazer por desligar todas as luzes fracas
para somente ligar as mais fortes...
Elevar-me, como nos bons melhores tempos,
Não me quero aterrorizar com a rotina,
nem ficar à mercê da miséria que nos afoga
num mar sem tréguas...Quando damos por nós
já ninguém nos salva...Só Deus, só nós.
Tenho fé na esperança de querer ser mais,
e basta-me ter fome na vida e na mudança
para me reconstruir.
Sigam-me para a luz...sigam os passos que piso
neste terreno
onde antes de ser pisado é pensado e observado
para ter a certeza que não é veneno
uma areia movediça...
Nesta vida será perigoso abusar da preguiça.

São todos livres de me seguir...O mundo não acaba
nas coisas más que nos acontecem...Acaba na sua desistência.
A minha missão nesta terra tornou-se clara,
e espero estar à altura dela,
e tudo farei para nela ser bem sucedido.

Declaro guerra às trevas.
Sei que voltará sempre, em alguns momentos...
Mas será a minha única cruz, que irei combater
com sentimento e dedicação...
Com poesia, com acção.

Esqueci-me durante muito tempo que a minha
essência é ter iluminar tudo o que me rodeia
e não deixar o mundo entregue às suas próprias trevas...
E espero ainda voltar a tempo.

Declaro guerra às trevas.
Quero estar de volta.
Que se comece uma nova era.

Já esperei tempo de mais nas sombras.
Se não me iluminar a mim mais ninguém me ilumina.
Está na hora, está na hora certa de voltar,
Está na hora de conquistar pequenos mundos
e depois tudo o que puder conquistar.

Vou voltar aquilo que faço melhor:
escrever e acender corações,
tentar acordar almas dormentes que se esqueceram
de continuar a viver a vida de forma aguerrida.
Eu sou palavras escritas...
E nada mudará isso.
É isso que sou. E esse é o meu segundo melhor eu.
E usarei as minhas ferramentas para
fazer aquilo a que me propus de inicio:

Acabar com toda esta apatia! Ou mudar toda à qual que puder chegar.
E se fizer o que posso? Mesmo tudo aquilo que posso?
A mais não serei nunca obrigado,
e é isso que farei!


Ouço uma voz doce e amiga que diz:
É bom estares de volta.
O prazer é todo meu.

terça-feira, 6 de julho de 2010

The pot



É a música favorita do Raul do CD 10 000 days. E confesso que não percebo o porquê disso (tendo em conta a própria música 10 000days, vicarious, jambi, wings for Marie). Mas confesso que compreendo porque acho esta música genial. Enjoy it.

E é por isso que escolho ser-me do lado contrário ao vosso : a monstruosidade



"A humanidade é faminta, mastiga-me o coração..."

Continuarei a ilustrar mais textos com esta imagem, sempre que achar adequado. É uma imagem que já vem de um passado, é uma imagem que é como se estivesse dentro de mim...E só não a tatu-o no corpo porque seria muito difícil sair tão perfeita como está aqui. Talvez não sejam precisas duas órbitas em cada olho para vermos melhor este mundo...Mas uma órbita por olho parece não chegar.

Foi talvez a frase mais pesada, ou das mais pesadas que ouvi na minha vida e nem sequer foi dirigida para mim...Mas o soco que deu no meu estômago e a vontade de sair de junto de todas as pessoas que ali estavam presentes foi enorme. Senti-me mal. Foi uma pancada forte que abalou a minha presença. Será possível sentir isto tudo desta forma?
A rapariga aproximou-se e começou a falar do antigo namorado. São um casal, ou eram, amigo. E começa a falar de várias coisas. Discussões, razões, todas essas condicionantes que fazem parte da vida e da vida a dois. E foi então que falou com um tom de voz triste e melancólico:
Ele não sente saudades minhas...Ele tem medo é de estar (ficar) sozinho.
Desisto. Declaro K.O., tirem-me deste ringue.
Tive alguma pena dele, por aquele sentimento que ele sentia...Mas tive muito mais pena dela. Se ela sentiu isso então não poderia querer mais nada, nem sonhar com mais. Porque a diferença, toda a diferença, a que muda tudo, é um pormenor valioso.

Neste momento não odeio o ser humano...Mas também já o deixei de amar. É tudo agora uma questão de reconquista.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nos segundos que passaram nas possibilidades de um Inferno


"Some say the end is near. Some say we'll see armageddon soon. I certainly hope we will.
I sure could use a vacation from this...Here in this hopeless fucking hole we call LA
The only way to fix it is to flush it all away.Any fucking time. Any fucking day.
Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay.

Time to bring it down again.
Don't just call me pessimist.
Try and read between the lines.

I can't imagine why you wouldn't
Welcome any change, my friend."
(Aenima-Tool)

Poderei concordar com alguns infernos de Dante. Mas para mim esta será uma das melhores imagens do Inferno. Sim. Eu não estou disposto a acreditar que à simples frase "Estou arrependido" as portas da Luz se abrem logo no momento...Lamento, mas não. E esta imagem do filme Constantine parece-me uma imagem soberba...e para mim realista desse dito local. Tudo em chamas...um cidade consumida pelos erros, arrependimentos (ou os seus supostos...), mas muita culpa...Eu adorei este filme, por três motivos: adoro essa batalha entre o bem e o mal, gosto bastante do actor Keanu Reeves, e gostei muito da banda sonora do filme (que conta com a música Passive dos APC).
Tudo se consome em chamas vivas...mas chamas mortas, sem lugar na nossa alma, pelo menos de forma positiva e libertadora. Meu Deus será assim o Inferno? O mais irónico nesta vida é que possivelmente imaginamos mais depressa o Inferno do que o Paraíso...porquê? Porque no nosso dia-a-dia olhamos o mal, sentimos o mal, e veneramos o mal...Infelizmente minha gente, nós veneramos o mal, o ódio, o mal estar...E a pergunta que vos faço não é que tipo de monstro sou eu, mas sim: que tipo de monstro não são vocês afinal? Pensem nisso...Talvez seja de facto verdade que o Inferno e o Céu caminhem ambos nesta terra...mas nós desvalorizamos o Céu, e como se isso não bastasse ainda valorizamos o Inferno. Que vida a nossa!
E hoje, enquanto estava do outro lado do rio, depois de um dia que me corria tudo menos bem, tentei fazer algo que não tenho feito, procurar uma sombra fresca...Ultimamente tenho agido como um girassol ou como um gato, que se vira ou move para onde está o sol. Mas hoje o calor era muito e o sol queimava muito também...então ignorei o girassol e o gato que há em mim e parti para a sombra...Mas não bastou...O calor era muito...E foi então, que mesmo num lugar supostamente fresco, veio do nada uma rajada de vento...Pensei sorrir, aí vinha um pouco de frescura...mas não. O vento trouxe um ar tão abafado que por momentos julguei-me nessas ruas em cinzas, onde os mortos deambulam à procura de velhos e novos culpados...Por momentos pensei sentir aquilo a que chamam Inferno. Não tanto pelo sentimento mas sim pelo calor, belo abafar de um ar pesado...Quis estar longe daquele sítio. É nestes momentos em que sei que não sou sombras...que não sou um monstro...sou apenas mais um humano. Mas estes momentos na vida são curtos, como essa aragem infernal...E não estive no Inferno...Apenas o terei sentido. Só terei a certeza quando chegar a minha hora...E se lá for parar.
E este calor em excesso também me fez pensar no porquê da sua existência...E infelizmente voltei a pensar em vocês: no Homem. Até que ponto serei monstro por reciclar, por tentar manter o meu mundo limpo? Até que ponto será loucura querer ver medidas serem tomadas por vocês? Medidas julgadas menos de bom senso mas com senso suficiente para este mundo não arder às vossas mãos?

Eu já não sei nada. Ou pelo menos sei muito pouco.
Mas senti um Inferno que não me agradou
nem que nunca me vai agradar.

domingo, 4 de julho de 2010

Olho por olho


Como chegámos a isto? Obrigado por de certa forma teres-me dado a ideia deste texto.

"Clever got me this far, then tricky got me in. Eye on what i'm after, I don't need another friend...Comfort is a mystery, crawling out of my own skin...Just give me what I came for, then I'm out the door again...(Give this to me!)..."


Nunca pensei ter tamanho rasgo de elucidação
nestes tempos que se vão consumindo em mim.
Terei talvez descoberto tarde
mas não ainda tarde de mais...
que as trevas com trevas se combatem.
Olho por olho, dente por dente,
é nesta filosofias que se vai acalmando as gentes
e que se consolam as almas mais dormentes...
Pois que assim seja.
Serei apologista de lutar em terrenos mais escuros
fingindo favorecer o adversário...
E serei trevas em dias negros
até que chegue hora de ser contrário.
Até que toda esta batalha seja de luz contra luz...
Até lá consumo-me nesta espiral...que começou por ser branca
e que agora se vai transformando em preta.
A minha situação é muito concreta:
é um sentimento de perda,
e deixar nas mãos ausentes
a coragem e a dedicação
de olhar a outra face da moeda...

Se por um lado procuro uma regra
que me faça entregar à entrega de nunca
mais me entregar...a verdade é que será trevas
com trevas...Olho por olho, dente por dente.
Serei trevas, serei antigo Testamento...
E deixarei solto todo o mal que tem estado
guardado aqui dentro...

As trevas com trevas se combatem.
E eu vim, sorrindo honestamente,
sendo-me totalmente, abrindo todos os braços
do meu ser, pronto a agarrar e a proteger
a dar tudo por ser o melhor
e por fazer o melhor
como qualquer ser humano deveria fazer...Talvez não baste.
Talvez não chegue.

Mas sei eu o que é meu.
E quero o que é meu de volta.
Serei um hipócrita camuflado nessas realidades
que me fogem aos sentidos...serei aquilo que não sou
só para ter o que é meu de volta...

Depois de o ter, vou-me embora...

"Take what's mine, take what's mine, take what's mine,
This is mine, mine, mine [whispered]..."

sábado, 3 de julho de 2010

Metamorfose sentimental e física

"Mutation is the key for our evolution..."

"Acredito em pesadelos quando a vida me dá estalos com luvas de ferro..."

"Mas de coração cheio vou compreendendo que a máquina que move a vida é o sentimento..."


Este mundo exige mudanças constantes
pelo menos até chegarmos ao mundo que queremos.
E a vida é feita de mudanças.
Umas boas outras más...
Outras, enfim, nunca saberemos ao certo.
Mas deduzo que seja a vida...apesar de ser
contra estas pseudo interrogações que surgem
nas nossas vidas.
Mas é preciso mudar, evoluir.
Acompanhar os sonhos que temos
e fazer deles a vontade e a acção
que nos realiza e que nos preenche.
Não queremos ser apenas outros que caminham
sem razão de alegria, sem razão de vontade,
...a vida não pode ser toda como queremos,
mas pode ser modificada por nós
e por outros para de lá se aproximar
o máximo. A maioria das pessoas não acredita nisto.
E são elas que acabam por perder os melhores sabores.
Será a vida?
Para mim não é.
A vida envolve muito mais garra,
muita mais luta.
Envolve força de alma, espírito de sacrifício
onde se trata de ser melhor e mais feliz.
Eu estou cansado de remar contra marés.
Estou cansado de sentir que só eu puxo a corda...
Cansado de lutar
sem ser lutado.
A minha vida tem sido isto...
Por várias vezes em várias ocasiões.
E por muito que tente, que faça mais
até mais do que pensavam ser possível,
roçando já o esforço máximo de um ser humano
e de um monstro...Não consigo encontrar.
Ou melhor, talvez encontre, mas não consigo agarrar...
E neste momento tudo o que menos me interessa
é saber de quem é a culpa.
O ser humano é assim...capaz do melhor e do pior...
Talvez seja por isso que falam do inferno e do céu
na mesma terra...
Estou exausto. De tentar, e tentar muito...
E não consigo avançar...porque ainda tenho um defeito(?)
enorme que é sonhar...e tentar e tentar...
Mas tentar até onde? Até quando?

Dizem-me para escavar até sentir algo.
Queria tanto. Queria mais que tudo.
Mas não estou a conseguir.
E a teimosia de alguns cega correntes
que estão ligadas por uma força poderosa.
Mas o poder já não é o que era...
Eu já não sou o que era...
É preciso uma metamorfose
é preciso amar os defeitos do outro
mas também é preciso saber quando mudar
e entender a delicadeza dessa mudança
e a sua importância...

E eu de momento não estou para mais ninguém,
estou apenas para uma pessoa.
E para já ainda vivo nesse sentimento, nesse mundo,
Para já não quero mais ninguém...Porque só quero uma pessoa.
Mas isto é destino farto, é dizer para mim mesmo:
tudo não é assim tão exacto...
O que interessa?
Quem se interessa da forma mais sentida?

Eu mudarei...
E acabarei desta forma...
Ceifado.
E não posso dizer mais nada.
Agora é quase esperar...
E não é muito mais.
Acabei.
Findei.
Tudo acabou hoje...para onde?

Queria pensar em redescoberta mas ...

Metamorfose sentimental e física


"Mutation is the key for our evolution..."

"Acredito em pesadelos quando a vida me dá estalos com luvas de ferro..."

"Mas de coração cheio vou compreendendo que a máquina que move a vida é o sentimento..."


Hoje acaba tudo...Até logo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A minha culpa dos outros


(Nota: Como já tive oportunidade de escrever e dizer várias vezes sou cristão. Apesar de ser contra toda a comunidade Católica. Esta música não faz de mim um herege. É uma música que penso estar muito bem conseguida, e mesmo que seja exagerada é o que nós pensamos muitas vezes, independentes de crentes ou não...Na prática esta música é reflexo de dias maus que temos por vezes, ou de sentimentos maus que muitas vezes nem sequer são contra o divino. Seja como for, nesta canção abraço as partes que me fazem pensar e ficar "triste"...espero que gostem.)

(A letter to God - London after Midnight)

"Is this life, this degredation
this pointless games, humiliation
Born to die, we're born to lose
Not one choice we make we chose
And when this life is at an end
We find that death's our only friend
Must we suffer through your games, Oh Lord?
Can God really be so bored?"

"We spend our lives destroying, hating
Beneath our flesh a skull lies waiting
Blind to beauty blind to love
We fear our loving Lord above
Some live their lives to play their games
Some live as victims, gone insane
Your experiment has failed oh Lord
and i trust that when we meet you will forgive us."


"It's futile so i'll end this note and
find a knife and slit my throat
And come to track you down, Oh Lord
You better watch your back, be sure
That when we meet you'll be surprised,
No loving praise, no glee filled cries
Just hate and pain and tear filled sighs
and the question in the end is why!"


A culpa é toda minha
e é dos outros
e não é de mais ninguém!
Quando descobrimos que a morte
é a nossa única amiga
neste mundo desorganizado
então atingimos a verdade.
A culpa não é minha
nem vossa
nem de ninguém...Talvez seja destino.
Percorrer todo um caminho
farejando sinais e pedaços que valem
a pena ser agarrados,
para nada.
Para nada porquê?
A minha culpa é dos outros.
Estou mal sozinho e estou mal acompanhado.
E sobra no estômago um pensamento rejeitado
no peito um coração agoniado.
Chega. Preferia tudo o que fosse diferente
disto.
Chega!
Chega.........
Só quero respirar tudo de novo,
pela beleza de quem nasce,
e nada mais me interessa.

Lullaby


"Vem além de toda a solidão...
perdi a luz do teu viver,
perdi o horizonte...
Mas vem depois iluminar um coração que sofre...


...Pertenço-te até ao fim do mar,
sou como tu
da mesma luz do mesmo amar,
por isso vem, porque te quero consolar
Se não está bem deixa-te andar a navegar..."


Entrego-me a esta calma momentânea,
e deixo que este consolo me embale
todos os sentidos, enquanto penetro neste mundo
onde a luz e a escuridão dão as mãos...
Começo a cantar...a canção é cantada
como um suspiro, mas sentida o suficiente
para que tu consigas ouvir
até adormeceres.
Sou como tu.

Quero cantar para ti enquanto resisto
ao sono que se começa a abater sobre mim,
estar aqui, neste conforto, neste calor,
neste espaço físico onde partilhamos a cama,
um lugar comum.
E canto até entrar nessa terra onde tudo pode acontecer.
E mesmo contigo ao lado deitada
e mesmo podendo tocar-te
aproximar-me e agarrar-te
sentir-te, cheirar-te,
e tudo aquilo que vai no desejo da nossa alma
sei que vou sonhar contigo.
É como se não existisse separação.
Como se te quisesse levar comigo
para todo o lado,
possível e imaginário.

Vou pensando nisto enquanto te vou cantando
pequenas canções ou pedaços delas
enquanto te acaricio os cabelos,
as costas, e enquanto te vou ilustrando
o que sinto...
Os teus olhos começam a fechar e tu sorris.
Declaras todo o teu amor,
e agradeces por me teres ao teu lado.
A sorte é toda minha,
mas já não me ouves...adormeceste.
Dorme meu pequeno anjo...dorme bem,
amanhã é um novo dia
e um dia a dois
com nós os dois
é um dia para sempre.
Bons sonhos.
Até amanhã.
Estarei aqui...
A canção de embalar morre nos meus lábios
quando chega a minha hora de partir.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Silenci(a)dor


"I was so lost in my pain, fear was melting my brain,
I was counting the days to insanity, I was afraid to move myself
Afraid to hurt myself, more than I had until that day
Everything I believed in, everything I fought for
Was now underneath my feet and my heart beat
Was so gone, couldn't be felt by anyone
So alone it gave me the creeps
My drugs got me in bed went up to my head And I really don't wanna depend
So I'll stick to...

I'm amazed I'm amazed with myself
And my brain and my pain
And my pain and my veins
Are delivering it to my health
My self-confidence was broken while my trust was taken
And it left me with an empty life and this knife
Rests on the middle of my bed, I think in all the things she said
Close my eyes and sleep
All these drugs in my head, it seems I'm already dead
And I really don't want to depend...

Can't smoke anymore can't drink anymore, still I do it, I do it again
Lost everything I had, Far from mum, far from dad
I thank God for my good, good friends
But where's this God that I mention? Where is He right now?
As I die as slowly as I can? All my plans, went down the hole
My life has no goal, and I wonder if this is worth it..."


(By Silence 4, possivelmente a melhor banda (grupo) da música portuguesa (juntamente com os Madredeus). E esta música para mim é das melhores (do melhor álbum, na minha opinião: Silence Becomes It.)

Criatura , o levantar de quem se Deita



"Dentro de mim próprio existe algo adormecido que fica ferido se eu não falo...
acordaste de um sonho, entraste na realidade e foi medonho..."


Não consegui estar muito tempo
longe da criatura que mais está viva dentro
de mim. Pelo menos a única que não quer
destruir ou destruir-se. Acabo por ir compreendendo
que de nada vale ficar fechado.
E segurar, apenas por mim, a minha caixa
de Pandora vai-me fazendo gastar
a vida fora, toda ela, até tudo o que eu
amo me ter abandonado, ter-se ido embora.
Queria apaziguar várias criaturas que tenho em mim,
ou mesmo mata-las. Mas de momento não consigo
e pouca é a pessoa que me consegue ajudar.
De que me vale parar?Pensar? E apreciar o momento?
Vale de tudo, mas por agora parece nada.
Perdi algumas batalhas, em algumas
ganhei algumas lições,
e as criaturas vão evoluindo.

E algumas pedem apenas
ao ódio e à repulsa
um grão que seja de sorte!
Mas outras vão fraquejando
sentindo que o sentimento já parte...
Rezam à morte.
E tentar sobreviver
é uma espécie de arte
que fazem por aperfeiçoar.