
Como um sorriso aberto ao vento,
És meu nesse teu momento, tão teu.
Deus fica indignado, como este meu pensamento
De ser sua criatura, tão louca, tão sem saber o que
aqui faço.
Partilhar a vida com os meus, agarrar o positivo
e a verdade, a luta interior como um dom,
Usando as lágrimas apenas para sarar, usando-as
para renovar os olhos apenas,
Deitado na relva a sentir o cheiro das folhas à minha volta,
Sem pensar no dia de amanhã, sem recordar o dia de ontem,
Agarrar este, como dia único, só meu, como se fosse
o meu último.
O que quero mais? Não posso querer mais nada,
Estou vivo, quero ser livre e agir com utilidade,
Ser feliz, mas sempre na responsabilidade,
Sonhar, mas viver na realidade.
E no acto do toque, na paixão da palavra dita,
No ouvido de quem escuta, somos matéria do universo.
Num recanto qualquer...
E a vida é como essas folhas de Outuno que caiem,
Gostamos de as ver cair, sentimos a sua falta,
Mas a verdade é que elas voltam a crescer.
Como a força que me invade, e que me falta, e que me
invade novamante.
É desgaste em forma de poesia, é aquilo que sou,
Não pétala caida, tão pouco sou pétala apanhada.
Somos apenas uma pétala, à espera do momento certo de cair,
De ser apanhada, ou de voar ao vento...