sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pétala



Como um sorriso aberto ao vento,
És meu nesse teu momento, tão teu.
Deus fica indignado, como este meu pensamento
De ser sua criatura, tão louca, tão sem saber o que
aqui faço.
Partilhar a vida com os meus, agarrar o positivo
e a verdade, a luta interior como um dom,
Usando as lágrimas apenas para sarar, usando-as
para renovar os olhos apenas,
Deitado na relva a sentir o cheiro das folhas à minha volta,
Sem pensar no dia de amanhã, sem recordar o dia de ontem,
Agarrar este, como dia único, só meu, como se fosse
o meu último.

O que quero mais? Não posso querer mais nada,
Estou vivo, quero ser livre e agir com utilidade,
Ser feliz, mas sempre na responsabilidade,
Sonhar, mas viver na realidade.

E no acto do toque, na paixão da palavra dita,
No ouvido de quem escuta, somos matéria do universo.
Num recanto qualquer...

E a vida é como essas folhas de Outuno que caiem,
Gostamos de as ver cair, sentimos a sua falta,
Mas a verdade é que elas voltam a crescer.
Como a força que me invade, e que me falta, e que me
invade novamante.

É desgaste em forma de poesia, é aquilo que sou,
Não pétala caida, tão pouco sou pétala apanhada.
Somos apenas uma pétala, à espera do momento certo de cair,
De ser apanhada, ou de voar ao vento...