terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Distância afastada

"To consume you 'til you
Choose to
Let this go...
" (Tool-The grudge (álbum Lateralus)

A proximidade do sentimento, a proximidade da racionalização
coloca-nos num patamar novo: a capacidade de nos deixarmos ir.
Ficar presos aquilo que éramos, travar aquilo
em que nos sentimos melhor é um crime pessoal,
Capaz de nos fazer sofrer para sempre.
Censuro, julgo todo aquele que prefere ficar aprisionado,
fixado em algo que só o retrai,
que só o influência a escolher o caminho mais fácil...
e o errado, em quase todos os casos...

É uma distância afastada, este que nos mantém tão próximos.
Estamos fora da vista, da realização,
A uma distância maior que os cento e oitenta graus que separam
o sol e a lua, fora da órbita deste universo qualquer.
Porque a distância física é forte sim...mas não é nada.

E alguma coisa tem de mudar...deve mudar...
Porque tudo muda tudo, e o que é para melhor deve
ser fortemente agarrado.
Quem me dera...
Conseguir...
Demonstrar...

Não é escrevendo que me liberto ao ponto
de ser eu próprio, o mais próximo de ser quem sou,
mas já é uma ajuda.
Distante. E vem o frio do norte, com toda uma chuva irritante,
um ar fresco que me gela as mais simples acções.
Tudo por ser de fácil movimentação...

Queria pois ser vento.
Queria ser tempo, sem tempo para falhar.
Queria ser acção.

Já não sou prisioneiro. Aprendi depressa.
A facilidade com que me deixo ir é natural,
eficaz e concreta, é certa na evolução...
Foi preciso aprender à distância,
Foi preciso alcançar por dentro um estado raro
de auto-reconhecimento, foi preciso abrir a alma
a outrem. Foi preciso deixar-me levar...
Quando dei por mim a distância não deixou de existir
mas passou a ser curta.

"Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go
Let go!
" (Tool-The grudge) ( O mais difícil é soltar a primeira asa...)