sexta-feira, 10 de maio de 2013

a sede da secura

Olhos fechados, cabeça para baixo inclinada,
Rosto firme livre de emoções...
A cabeça levanta-se e os olhos abrem,
Nada de diferente terá acontecido,
bastou a percepção de que tudo está igual
para absorver a realidade com uma sede
nunca antes sentida.
Ganância na ignorância para se alcançar a dormência eterna.
Revoluções suspiram impotentes escondidas
em escondidas cavernas.
A ascenção espiritual, física, sentimental e mental
está em constante submissão, por todas essas
variáveis pessoais, exteriores,
De todos estes vazios da desculpabilização.

Lábios secos, um peito queimado,
Rosto firme livre de emoções...
Por favor não deixem entrar o mal
nos vossos corações; mas é um pedido vão,
com vários séculos de atraso.
O desejo que arde, na esperança que nunca
acabe, na ilusão de um ou mais brilhos que pareceram
viver em outros olhos,
O fado e a vontade são curtos,
mais curtos que um curto cigarro.

A negação é um fardo pesado,
A escuridão é apenas o outro lado da luz,
Por entre sorrisos e tristezas,
Esse líquido límpido seduz
O afastamento das trevas,
Num pensamento dormente, mas acordado
Sedento, na busca do iluminado...

 (imagem de Alex Grey)