Aventuram-se nessa queimadura imensa
nessa chama intensa de tentarem ser deuses,
Adamastores, históricos colossos,
Julgam-se aplaudidos, venerados,
Nesses actos dramáticos, de máscara ao rosto
como os antepassados nossos...
Pintores e escritores, e das artes da moldagem manual,
Matemáticos, pensadores, filósofos,
E amantes do próximo,
Escondidos, presos, servos de uma rotina habitual,
Criada por outrém, apodrecem nesse fosso
quase sem fim, onde d'outros repousam apenas ideias mortas
e os ossos.
Sigam por entre as estrelas,
Neste calado grito de raiva dormente
As histórias belas
não chegam a ser vividas.
Desvalorização do que realmente importa,
da simplicidade à qual fecham constantemente a porta,
Desde a queda desses meteoritos d'ilusão
Aos trezentos e sessenta graus da calamidade
presentes nos gestos diários desta dita humanidade.