sábado, 15 de janeiro de 2011

O mundo não pára. Em uma semana, num grupo bastante restrito, três novos casais. É de sorrir sim. E é de aproveitar a eficácia feliz, e de felicidade, dos outros.

Congrats.

Nightmare before life

(Depois do dia que passou...Queria abordar vários ângulos da realidade. No entanto, para não cometer um erro no qual erro sempre, vamos dividir as coisas. E escrever cada uma no seu lugar; tenho a vontade constante de encaixar tudo, mesmo onde talvez (e em alguns casos: com toda a certeza) não haja encaixe. Portanto...Para começar vai este. Depois o resto. Boa leitura.)

Nem sequer devia ter começado...
Nem sequer me deviam ter deixado acabar assim,
(Não desta forma)
Enquanto caminhava nesta estrada de Benfica
sobre um nevoeiro medonho e triste que nunca mais abandona
esta cidade, noutros tempos bela,
Mastiguei angústia. O grave foi não a ter conseguido cuspir.
É nestas alturas que me agarro ao passado,
e enquanto alguns com uma força grandiosa tentam travar um
futuro que não lhes agrada
e enquanto outros tentam apagar um passado
é com essa mesma força que tento matar um presente,
Mas a tarefa é mais difícil do que pensava...
Queria voltar a poder dar tudo o que tenho dentro de mim
sem medo de viver,
e como em outros tempos, onde a vida parecia da cor mais bela e pura
que tento oferecer aos outros,
voltar a conquista-la e vive-la sem medo de perder.
Não me digam o que não sentir;
mas também não me digam mais nada. O que vale a pena,
como essa correria constante de agarrar algo que é mais rápido que
nós, essa vontade louca de conseguir agarrar, como tão alegremente
cantam aos velhos e bons ventos
com essa esperança reacendida...Acreditam mesmo nisso?
A esperança é a primeira a morrer.
Uma epifania restaura-me um sentido. Mas mais nada do que isso. Resta-me?
Sobra-me? BASTA-ME? Basta a quem?!
Roubem-me, roubem-me por completo,
deixem-me nu...
(Nunca esperes pela morte...De maneira nenhuma!)
O Karma, ou o destino, ou o Deus que comanda,
fizeram com que ficasse quase céptico, obrigado a louvar
quase numa blasfémia, onde estás?
Funciona tudo de uma maneira hipócrita...Dar ou não dar,
fazer o melhor ou não fazer...Areia para os olhos...Engana-se
quem espera uma recompensa qualquer
mesmo não agindo melhor para a receber...Porque não será assim.
Como da minha própria poeira. Um dia, se lá chegar, terei tempo
para me arrepender do que digo...mas por agora, neste momento,
só desejo escrever, porque não deixo de pensar
e pensar e pensar mais um pouco...Odeio. Queria odiar mais
mas não devo.
Hoje caminhei...e por momentos, julguei-me a caminhar sozinho,
sem ninguém dentro de mim, sem centelha de qualquer matéria, ou alma.
Eu, eu e o frio e um rastro de fumo que saía da minha boca.
O cancro cheira a restos de cinza de cigarros acumulados
com um pouco de água da chuva, dentro de um cinzeiro, que captou
o ambiente à sua volta.
Tudo tem o seu tempo. Este é o tempo me segurar a uma corda
que desce de alguém que ainda não conheço bem, que nem sequer conheço,
ou que conheço mas que se esconde,
em que a minha outra mão agarra uma bagagem só minha...
Não me quero despedir desta vida assim...Já disse: não desta forma;
como se fosse uma luz que alguém apagou à espera de ser acesa;
Não me digam o que sentir...
Se quiserem não sintam
ou digam-me o que não deveria sentir.
O meu ouvido atento capta de longe
as palavras mais pequenas...
Não quero a vossa ajuda
nem a pena
nem as duas quando aparecem por aparecer...Vida triste,
vida do mundo...
Enquanto a morte ceifa tantos por esse mundo fora
que nem sabem sequer o que os atingiu
eu refiro-me a mim próprio como se isso significasse algo.
Não preciso de compreensão.
Tudo o que queria
era aprovação, numa almofada,
Esta vida são vários dias...
E mesmo que isto pareça, seja o que for,
talvez não o seja de facto.
Porque eu já não sei o quero
ou o que quero deixar de querer.
Nesse espaço escondido, cravado no fundo do nosso ser,
está sempre uma voz interior, um desejo que ruge,
um sentimento concreto...As minhas dúvidas
são as mesmas que as vossas...Os meus sonhos? Iguais.
Não somos assim tão diferentes...
Alguns esperam por um milagre, outros por um quase milagre,
outros lutam por fazê-lo...
Todos os dias quando me deito, rezo
para que o dia seguinte traga aquilo que espero
ou que me abra respostas
formas de me recriar...
Todos os dias, antes de vir o sonho antes da vida que chega no dia seguinte:
peço sempre a mesma coisa.
E não importa o que deseje ou lute
nem importa o tempo e a força que aplico
porque o dia nasce
e espero que chegue mais uma noite
para voltar a pedir.
Fecho os olhos
e peço aquilo tudo que não depende de mim
e um pouco do que depende.
É isso que agora quero:
fé que mate este pesadelo.