quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

The Nobodies

És o retorno. O assombro de uma sombra,
um trono sem rei, um trono sem liderança
sem razão de conquistar.
Não és ninguém
por muito que queiras ser.
Estás perdido.
Não vagueias num espaço infinito
estás preso a um lugar exacto
tão bem protegido
como se guardasse um artefacto.
Não queres sequer que te falem de amor,
Que sabem eles? O que pensam eles saber?
Nada. Eles não sabem nada. Nunca amaram.
Nunca sentiram o sentimento mais extremo.
Porque julgam então saber? E porque fingem saber
e espalha-lo como se fosse assim tão leve
e fútil? Não te sei responder.
És tão pequeno nas grandezas dos outros;
quase não existes,
Não fugiste, apenas não ficaste,
e caminhaste cuspindo lágrimas tristes...
Porque ainda respiras?
Porque ainda não estás morto.
Ainda...
Não és ninguém.
Não fazes nada que seja digno de ser contemplado
ou sentido,
Na tua imaginação tens a esperança
de já teres nascido amaldiçoado,
marcado desde o Início, para nunca seres ninguém...
Eu sei, também queria estar contigo,
dizer-te que tudo vai ficar bem,
e não só dizer; fazer com que tudo fique bem.
Mas não estou. Tens de sobreviver sozinho.
Mas não queres. Não consegues.
Pois venha então a morte, que te ceife de forma
exacta, como se fosses um guerreiro
portador de honra;
Que a vida se lamente agora, num grito
comprido, arrepiante,
capaz de causar terror à sombra.
Miserável solidão sem misericórdia...
Não olhes para o chão.
Nem agora, nem nunca mais...

Daqui passarás para nunca mais seres igual;
Agradece aos Céus, agradece aos teus;
é a tua vez.
É a vez de seres tu
mesmo que te digam:
és ninguém.
Porque um corpo só repousa
morto
quando deixa de lutar.