quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Deterioração ou combustão

Cansaram-se de encarar a fase rosada da vida,
que correndo se cansou sentando-se cansada.
A vida nunca pareceu tão complicada
como se cada recta
parece-se uma encruzilhada...

Estou demasiado cansado para enfrentar
o sonho, para ser eu próprio mais uma
e outra vez, como se a verdadeira causa
da vida fosse viver ou chegar.

Numa corda meio fina meio grossa
olho para o chão...Não vou dizer que me mentes
a menos que me mintas...Só não me roubes
o que nunca me poderás devolver.
De um lado o sol, o calor o bem estar,
e ao mesmo tempo o calor que queima, que consome;
de outro lado a lua, na escuridão da noite a dançar
bela, tentando aclarar as trevas
e ao mesmo tempo roubando o dia, castigando
a luz, até quando, até onde, é tanto nada...

Não conseguem pensar mais;
Dói-vos o estômago, sangram das gengivas,
Dói-vos o lado esquerdo ou direito do crânio,
ou será do cérebro? E um impulso eléctrico
percorre algumas articulações, outras vezes
alguns músculos...E a sede com que beijam a vida
vai e vem
com uma intensidade terrível.
Estou demasiado exausto.

Estou demasiado zangado para adormecer...
Assim não consigo.
Nunca me sentirei a salvo, não aqui,
é essa a água que nunca beberei,
afirmando de forma arrogante, seca, fria,
com um ego tão grande ou maior do que o dos outros...

Não me chames mentiroso...
Não nesta vida.