domingo, 16 de maio de 2010

16º Tributo - The Hollow (APC - Mer de Noms)



[Por Joana Garcia]

«run, desire, run
a sexual being
run him like a blade
to and through the heart, no conscience
one motive: cater to the hollow

screaming feed me here
fill me up again
temporarily pacify this hunger

constantly consuming, conquering, devour.
cause its time to bring the fire down
and permanently fill this hollow»

[Para aqueles que não estão habituados à minha escrita, quero desde já introduzir-vos nesta espiral que nem sempre é muito boa, mas pelo menos entretém. O que quero aqui mostrar-vos é o outro lado, aquele que está depois da barreira da música. Lêem a letra, percebem-na, ouvem a música, sentem-na, mas muito depois disso, ainda há aquele lugar onde só existem as cores; onde só existe aquele a que podemos chamar "vazio ocupado". Ocupado com quê? Sabedoria, iluminação, amor...? Talvez. Ouçam a música. Leiam o texto, e talvez aí, percebam]

Corre, porque sei que te posso apanhar.
Corre porque eu sei que te quero apanhar
Mas não posso. Porquê?
Talvez não saibas, mas ando há muito a tentar.
Tentar preencher este vazio que sinto dentro de mim
Dentro da minha alma, dentro do meu sangue.
Dentro do que sobrou dos meus restos mortais.

Sim, eu sei o que quero
Mas também sei que é exactamente o que não posso ter.
Talvez por isso seja tão atractivo, talvez por isso,
Me chame tanto à atenção.
Corre e perfura-me o coração, mas ele ainda bate.
Corre e chama por mim, como nunca.
Vá lá, se ao menos acalmasses este vazio que eu sinto...

Está na altura de acabar com esta tortura mórbida!
Eu já não sinto muito, mas sei o que sinto
E é este vazio eterno, infinito, sem limites que me enche
Que me embala, que me atormenta
É o vazio que me faz querer mais, ao mesmo tempo que não o quero

Consegues calá-lo? Consegues calar a vontade que não cessa de gritar
Aos meus ouvidos, por uma cura?
Diz-me que sim, diz-me que desejas colar as minhas peças
Que entretanto se espalharam pelo chão...
Diz-me que queres correr, para seres tu a apanhar-me
Diz-me que queres acalmar esta sede, esta paixão de tudo
Que só deixa aqui o nada

Diz-me que sim, que consegues calar o desejo de apagar o vazio,
Diz-me que que já não
estou...
...vazia

15º Tributo - Jimmy (Tool - Aenima)



[Leiam do videoclip, porque esta, assim como outras merecia copy+paste na sua totalidade...façam-me esse favor, não se vão arrepender. Prometo)

(Já tinha tido a ideia(agora podem desconfiar) de dar um título diferente ao estilo de música dos Tool...infelizmente houve outro fã que já o disse...por isso terei de utilizar entre aspas: "orgasmo sonoro". Não podia deixar esta música de lado. Não podia simplesmente. O Jimmy, H. e Forty six & 2 formam um Triângulo Equilátero, na minha alma. Possivelmente vou terminar com este texto. O Jimmy possivelmente fala de muitas coisas...oxalá conseguisse compreender. Mas sabem que mais? Ouçam e sintam à vossa maneira. Se a minha vida tivesse banda sonora esta seria uma das músicas que cabia nesse "CD". Eu interpreto à minha peculiar maneira, mas cada um tem a sua. Espero que gostem, principalmente da música...Obrigado. Pela poesia de quem escreve em prosa...)

Como seria veres a face da tua estabilidade?
Quando desvias os olhos, por um breve momento,
ela já não está lá...Deixou-te sozinho, sem esperança.
Quando olhei ela tinha-se ido embora...
Quando olhei ela já me tinha acenado adeus...
Quando olhei percebi que era hora de voltar para casa...
Puxa-me de encontro a ti, agarra-me, sente-me,
Ou solta-me...mas não me deixes ir para casa sozinho.

Mostra-te com um gesto, mostra-te com uma palavra...
Mas não desapareças com a estabilidade que tinha.

E custa-me dizê-lo: mas demorou algum tempo para me aperceber
que era tua a voz que me chamava de regresso a casa...guiando-me.
Estou debaixo deste céu sentado a ver chover e a ser chovido
enquanto seguras nessa luz, enquanto a defendes,
Pergunto-me onde estive eu?
Estou tão feliz por te ter reencontrado,
Por estar agora finalmente acordado
e por me guiares a casa...

Segura essa luz para sempre...e segura-a onde a possa ver
como se fosses uma espécie de farol...
Guia-me ou vem comigo para casa.

Guia-me gentilmente, ou deixa-me guiar-te, e vamos juntos,
Pelos caminhos de um passado construir o futuro...
Assim que a dor passar estaremos prontos para ver bem novamente.

Podes brilhar agora, podes ficar feliz,
Pois estou finalmente a ir em direcção de casa...



Fim - Espero que gostem dos textos. Foi um prazer.

O amanhã pode não chegar


(No momento que terminei o tributo Stinkfist senti-me vazio. Como foi possível com uma música tão perfeita ter escrito um texto tão aquém? Por isso, vou aproveitar este texto para tentar, de certa forma, remediar-me.)

O amanhã pode não chegar. Mas quando digo isto é no sentido que o amanhã pode ser pouco, podemos querer mais. (Em termos científicos não há garantias que o amanhã exista de facto, que venha como todos os dias...por isso temo-nos de agarrar à questão: chegará para nós?!)
Durante dezenas de meses ouvi esta música, venerei-a. E continuo. E nesse tempo todo ignorei essa frase que agora não me sai da cabeça: I'll keep digging till I feel something. (Vou continuar a cavar até sentir alguma coisa - mesmo à Tool). E esta frase é uma frase excelente para descrever algumas das nossas acções...
Eu gosto dela, e escrevo-a, consciente que continuarei a cavar até sentir algo, não desistirei facilmente! , mas ... Agora começamos todos a ver o outro, ou outros, lados da moeda...E se estivermos a escavar incansavelmente para nada? Estará lá algo para ser descoberto de tanta escavação? Será? E se estivermos a escavar por algo que não quer ser encontrado por nós? (Sejam quais forem as razões.) A vida nem sempre tem graça, e nem sempre é de fácil aceitação nestas verdades...E se o que queremos descobrir, apesar de querer que o encontremos...dá voltas e voltas no subsolo porque ainda não está preparado para ser descoberto? Neste caso podemos pensar que não existe nada e deixamos de tentar...ou continuamos a escavar...
Toda esta frase desenvolveu-se na minha cabeça. A capacidade de acreditar e lutar. Isto no ser humano ou resulta numa alegria imensa ou numa frustração, tristeza.
Por isso, o que vos posso dizer acerca da minha opinião? Escavem. Seja qual for o caso, comecem sempre por escavar, sempre!, depois, durante a escavação vão sondando o solo...se mesmo ao inicio ainda não existirem novidades, podem escavar mais um pouco...com força e esperança, se passado já algum tempo ainda não existirem boas novas...então é com vocês. Mas lembrem-se que existem várias escavações possiveis, por isso não percam muito tempo só com uma porque o amanhã pode depois não chegar...
No entanto, se encontrarem algum caso em que a vossa vontade de escavar, mesmo quase sem resultados, não desanima, por estarem perante uma escavação anormal, diferente das outras, então meus leitores...é com vocês mesmos...o que vos dita o coração? "Cava?" "Vai-te embora?!"

Escavem até sentirem alguma coisa.