Não preciso de bussúlas
Pois tenho plena consciência
Que a direcção é só uma.
Em plena comunhão comigo mesmo
Sinto vontade neste quarto
De ouvir um som abstracto.
Não preciso de asas para voar
Para isso basta-me a imaginação,
De olhos bem abertos
Vou respirando
Até ser vida em vias de extinção.
Não quero o vosso abraço
Em horas de aflição
Nem quero o vosso sorriso falso
De falsa excitação,
Prefiro ser e estar ou estar e ser
Sozinho...
Não, não quero absolutamente nada.
Tenho tanto tempo para morrer
Que só quero um pouco de vida.