sábado, 11 de janeiro de 2014

Consequências ingratas

Esqueci-me de como continuar a respirar,
Linha por linha, verso por verso;
Nada mais alimenta o suficiente
para que os fragmentos de ideias,
teorias e rimas se tornem em algo mais.

Como que vivendo entre Homens,
partilho da mesma demência
clandestina de todos os outros,
Sem explicação, sem curas da Ciência.
A semelhança imensa cansa,
Quando as barreiras se aproximam
trazendo uma solidão inata,
Sem imaginação, sem inspiração,
Restando para a maioria
a ingrata claustrofobia
da amarga maresia
da espera pela morte...

Não há destreza na certeza 
do limar das arestas; 
Num correr sem pressa, 
Numa gargalhada irónica
de quem se ri de todos - menos de si próprio,
Temo que a consciência se torne tão pobre
quanto o mundo que recuso voltar respirar.