Desonrei a vida que me foi dada...
Perdido em sonhos medíocres
que fingem alimentar a alma humana.
Se for possível terminar um caminho,
mesmo sem a nossa completa vontade,
ou começar um novo,
mesmo sem outro ainda estar completamente terminado...
Então, chegou a minha hora.
O braço alarga o movimento possível.
Mas é esticado ao máximo, até a alma
suportar a dor do corpo.
Afastado de uma crença humana
que não consegue satisfazer a realidade
estou agora nas mãos...de outro, de outra,
de algo...
Cansei-me deste sentimento frígido.
E se não o posso combater
terei de me aproximar dele.
Porque não me falta uma vontade
mas apenas a sua concretização.
Espero que seja agora, a hora,
o estrangulamento desta falta de eficiência;
está na hora de esculpir-me, mesmo em algo
que ainda não me é de todo real...mesmo não sendo
de todo o que pensava ser o melhor...
Mas eu já não penso no que pensava,
não posso...Porque nada se concretizou.
Estou à tua vontade, mas consciente
que a metamorfose será a frio, a gelo,
quase à força, profunda, como se moldavam
as antigas estátuas...um trabalho àrduo.
A tua vontade...
...nas minhas mãos.