segunda-feira, 29 de junho de 2009

Fearless

"run, desire, run
a sexual being
run him like a blade
to and through the heart, no conscience
one motive: cater to the hollow

screaming feed me here
fill me up again
temporarily pacify this hunger that's so cruel" (Hollow , A perfect circle)


Sem medo, neste rochedo sentado, à procura
do vento mais favorável, que me leve para
paragens bem melhores.
Nem sempre procuro nudez de almas, nem sempre
posso ter o que penso mais querer,
A vida é injusta para alguns, busca menosprezada para outros.

O sentimento de frustação alimenta alguns momentos,
Repulsa pelo adorável, fome pelo impossivel.
Sonhos são formas de acção passiva, sem utilidade prática.
Orações, esperanças, são canções quase vãs,
Cantadas, pedidas, por quem ousa tentar.

Comporto-me como a chuva, esclareço como o sol,
Vivo na paisagem mais bela, no momento mais querido,
Sou escuridão para os iluminados e pedaços de lodo
Para os mais limpos...

Tento não esperar, para não ganhar medo,
Um medo de despero, tão áspero, tão odioso.
Raiva à impotência, à apatia de todo o género.

Nada muda, nada se transforma, nada cresce,
Vivemos num caminho agreste incorrigivel.

Sem medo, neste rochedo sentado, à procura...

sábado, 27 de junho de 2009

Desapologia sobre o tabaco


Maço de tabaco = 20 cigarros. Componentes: Alcatrão 8mg, Nicotina 0.6, Monóxido de carbono 9mg. Filtro supostamente feito de caramelo e algum papel...

Num jantar de anos de um amigo meu, depois de beber alguma sangria a mais, e de ter comido quase nada, levantei-me e fui até lá fora. Vim com o aniversariante e com mais um amigo. Falar das mulheres presentes, do estado de espirito das pessoas, etc. Cá fora estava o dono do restaurante...a fumar. Ele estava a falar ao telemovel, quando terminou colocou conversa connosco. Acendi também eu um cigarro, e disse o dono:
- Isso é a pior merda em que alguma vez se podem meter...Isto de fumar é lixado. O vosso amigo sabe do que eu estou a falar! Olhou para mim e os meus amigos também. Sim é lixado. Sabe bem, faz-nos falta...Ilusão. Como tudo na vida.
E continuou:
- Se estamos tristes, fumamos. Se estamos irritados, fumamos...
- Se estamos felizes, fumamos. Tudo é desculpa para por a porcaria do cigarro à boca. Terminei eu.
- É verdade. Tens tu razão. Mas sabe-me bem um cigarro. Isto faz parte de nós, da nossa vida. Nas minhas piores noites fumo que nem uma chaminé.
Eu sei o que isso é...É para nós uma preciosa companhia, a merda de uma ilusão.
Uma doença triste, um suicidio lento...

Quando vejo a publicidade televisa ou do cinema, chego à conclusão que arranjaram o melhor slogan: Não comeces a fumar.

Ninguém tem desculpa para fumar, ou para ter começado a fumar. Ninguém mesmo. Mas é com tristeza que vejo crinças, pseudo-jovens de 12 e 13 anos a fumar. Não interessa a razão, porque todas elas são futéis.

Hoje sou escravo de algo que me mata, mas não só. Sinto-o quando corro (e eu que amo correr), sinto-o em todo o lado. E como seres humanos que somos não tememos nada...até ao dia do aneurisma, do ataque do coração, dos cancros...Passado o susto volto esta escravidão.

Fumar é isto. E não sei o que mais.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pétala



Como um sorriso aberto ao vento,
És meu nesse teu momento, tão teu.
Deus fica indignado, como este meu pensamento
De ser sua criatura, tão louca, tão sem saber o que
aqui faço.
Partilhar a vida com os meus, agarrar o positivo
e a verdade, a luta interior como um dom,
Usando as lágrimas apenas para sarar, usando-as
para renovar os olhos apenas,
Deitado na relva a sentir o cheiro das folhas à minha volta,
Sem pensar no dia de amanhã, sem recordar o dia de ontem,
Agarrar este, como dia único, só meu, como se fosse
o meu último.

O que quero mais? Não posso querer mais nada,
Estou vivo, quero ser livre e agir com utilidade,
Ser feliz, mas sempre na responsabilidade,
Sonhar, mas viver na realidade.

E no acto do toque, na paixão da palavra dita,
No ouvido de quem escuta, somos matéria do universo.
Num recanto qualquer...

E a vida é como essas folhas de Outuno que caiem,
Gostamos de as ver cair, sentimos a sua falta,
Mas a verdade é que elas voltam a crescer.
Como a força que me invade, e que me falta, e que me
invade novamante.

É desgaste em forma de poesia, é aquilo que sou,
Não pétala caida, tão pouco sou pétala apanhada.
Somos apenas uma pétala, à espera do momento certo de cair,
De ser apanhada, ou de voar ao vento...

domingo, 21 de junho de 2009

Terceiro olho




Vejo-te a palmilhar o chão...

Há procura de respostas , de uma razão,
Vivendo nessa desilusão humana, chamada sofrimento.

Queres amar, mas não amas ninguém. Não queres odiar, mas odeias todos.

Revoltas-te dentro de um caminho escuro, com todas as luzes apagadas.

Escuridão...nada mais existe além dessa tua escuridão?
Porque preferes a escuridão a abrires o teu mundo?
O escuro fecha-nos a alma, entrega-nos ao mofo, ao desespero, à solidão,
A uma frustação desesperada recheada de desilusão.

Não te sufoco mais, longe de mim afundar-te mais...
Não procuro vontade louca. Procuro encontrar-me,
Sai do meu caminho ou junta-te a mim...

Um olho gigante vigia-me, como se estivesse amaldiçoado,
E sei que também te vigia, de perto com o seu olhar,
Um olhar negro, penetrante, à espera que a tua vontade
se desfaleça...
Um olho com dois olhos, à procura de algo.

E no escuro aguardo a escuridão, como se não me restasse quase mais nada.
E no escuro recebo a luz para sair da escuridão.

Sinto por não sentir um pouco mais,
O mais que seria suficiente.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Kiss me

This is the last time that I call for you,
This is THE last time, before I give up...
I just want to touch you, throw your skin,
I just wanna feel your lips, burn my desire, my curiosity,
I wanna fill your emptyness...

Do me a favour, just be yourself.
Just let me be the person who can catch
you from a big fall and turn you to something better.

I can't speak anymore. I can't be...i can't kiss you,
So kiss me.


Para ser honesto prefiro escrever em português, isto correu pior do que estava à espera.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Rendição


(Imagem tirada do albúm dos Tool. Para mim será sempre A banda. Músicas\letras, imagens e videoclips subjectivos. Mas obrigado. Transformaram-me.)

Pessoas que amo e respeito dizem-me: Diogo não desistas nunca! Obrigado. Regra geral estão certos. Eu também gosto de dizer essa mesma frase a vocês e a outro. Mas a verdade é que:

Nem sempre vale a pena.
Às vezes não vale a pena o esforço, a luta.
Nem sempre a meta é a meta merecida e apetecida.
Não...
Temos de pensar, pensar a sério e avaliar tudo,
É preferivel desistir por vezes e partir para outra meta,
Para algo que de facto valha a pena.
Desistir nem sempre é fraqueza, por vezes é ser-se racional
Crescer, ser honesto e mudar de rumo.

Dou-me a quem merece, dou tudo o que posso a quem merece,
Detesto ser usado, detesto coisas mornas!
Ou frio!Ou calor! Mornices sufocam-me, frustram-me...

Odeio a apatia como odeio a hipocrisia.

Luto se vir que vale a pena, que valem a pena,
Não luto para ficar frustrado,
Tento não lutar em vão, cansando-me sem razão.
Para quê?
Para nada e o nada não me agrada.

Se luto e porque sei que vale a pena, que valem a pena,
Se desisto da luta...então não valia a pena.

E tudo vale a pena?
Nem tudo...
Longe disso, são poucas as coisas ou pessoas que
valem mesmo a pena, seja a nossa alma
grande ou pequena.

Se desisto é porque não acredito.
E não peço perdão, não me aflijo,
Fico triste por ter pensado apenas valer a pena.
A vida é estranha e contraditória.
Já o tenho dito, mas a vida é assim,
Por vezes uma pequena luta inglória.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Frio coração em forma de poema

O teu trono é tão pequeno,
Tão pequeno como tu,
E tu és ainda mais pequeno
quando comparado com os grãos de areia
do meu deserto.

A tua doçura quase me suplica uma lágrima
nos sentidos...
Vejo-te a acariciar a maldade
como se fosse um gato ao teu colo...

És dor suave diante do meu rosto,
Alma pequena por se julgar tão superior.

Não sou o que tu queres que eu seja,
E o frio dissolve-se, numa amargura,
Secam-me-se os lábios ao ver-te cair,
Um gelo cresce, e nada mais sobra.

O inverno chegou, apenas o inverno da tua alma,
Sem sol, sem calor, sem nada mais.
Frustação fria, silêncio frio,
Apatia...

Desculpa-me a ousadia...
Morres hoje, mas nasces noutro dia.

Erguido das cinzas

Às vezes escrevo poemas em folhas soltas. Depois acabo por os perder. Tive sorte que este encontrei. Não sei a sua data. Mas gosto mais dele depois de o ter encontrado.

Suficientemnte forte
para te fingires fraco,
Vives os sonhos ousando ultrapassar
os montes que te cercam.
Sorris quando a vês feliz,
Mesmo quando a distância é dona
do teu espaço, ao vê-la sorris.
Dizem eles que a gravidade te
te traz ao encontro da terra.
Mas tu sentes o oposto:
sentes-te erguer como poeira ao vento.

Feroz de pensamento,
Calmo de fala,
Abençoadas sejam todas as
pedras da calçada que planeias
caminhar.
E voltas diferente, apenas o mesmo,
Estás diferente, és o que eras,
Mas erguido das cinzas.

domingo, 14 de junho de 2009

O resto do mundo

"Tudo aquilo que alguma vez amaste vai rejeitar-te ou morrer.

Numa linha do tempo suficientemente longa a taxa de sobrevivência desce para zero.

A desgraça, dizia ela, é que não morria.

Tu não és aquilo que vestes, tu não aquilo que tens, tu não és o conteúdo da tua carteira, tu não és a tua roupa, tu não és a tua familia, tua não és a tua cara.

Nascemos num mundo sujo e estragado, e agora querem que eu o limpe?

Nós não fazemos parte da História, não existem grandes guerras, grandes crises, a nossa crise é espiritual, a nossa luta é com nós próprios.

Isto não é um seminário...isto não é um retiro de fim de semana...
Apetece-me respirar fumo..." (Fight Club)


Se vos dissesse que sou igual a vocês possivelmente
Riam-se na minha cara. Outros cuspiam-me na cara.
Outro lutavam comigo.
Sou o resto do mundo. Digo isto poéticamente.
Vejo-vos espalhados pelas ruas, no vosso azar abençoado,
A pedir esmola. Vejo-vos morrer à fome através da televisão...
Se queremos ver desgraça, vocês oferecem-na...

Sou o resto do mundo.
Luto pela sobrevivência, como tudo e qualquer tudo que possa
ser comido, bebo qualquer liquido para saciar a sede,
Uso qualquer degrau como cama,
Refujio-me em qualquer deus para não sofrer tanto.

Sou o resto do mundo, ninguém me quer, ninguém me suporta,
Nem o meu rosto, nem o meu cheiro,
Sou o resto do mundo.

Vejo-vos a desperdiçarem tantas oportunidades,
e eu, só peço uma...

E hoje é um dia, um dia igual a todos os outros,
Um dia onde já não existe esperança,
Um dia onde já não existe dia seguinte...

Eu sou o resto do mundo...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lição de Poker


Nos dias que correm é um jogo que está muito na moda. Porquê? Eu digo-vos porquê:
é fácil de se aprender (aliás ter duas cartas na mão não é muito dificil), é divertido, é um jogo que também depende da sorte, da divertida e interessante probabilidade, e acima de tudo: onde muitas vezes mentir, compensa. Quem é indeferente?
Mas não estou aqui para falar deste jogo tão fascinante. Aliás este texto deveria-se chamar "as pequenas lições de vida que o Diogo tirou de um jogo tão divertido!".
É pois este um texto para dois tipos de pessoas: os que podem ter dois pássaros na mão e nenhum a voar, e os que preferem ter dois a voar e nenhum da mão. Resumidamente, quase todos os que conheço e eu próprio.

No Poker acontecem muitas coisas, todas elas, ou quase todas elas interessantes e\ou frustantes. Mas eu vou apenas falar de duas. Que me fizeram inventar uma espécie de parabola, à minha maneira.

Lição primeira, segundo Diogo Garcia:
Às vezes na vida temos as melhores pessoas há nossa volta, as melhores coisas que poderiamos imaginar. Pessoas, momentos, lugares que estão lá...como sempre tiveram, mas nós, cegos burros, incompetentes sentimentais, não lhes ligamos.

Às vezes temos a melhor mão...e nem sequer nos apercebemos disso...só tarde demais...
Saiu-nos um dois e um três(cartas). É claro que não estamos dispostos a ir a jogo com tal mão. Se for preciso ainda praguejamos com a sorte. Ou com o azar. Quando sai o flop, ainda praguejamos mais. Se tivessemos ficado com a mão(que deitamos for julgando ser muito má) teriamos feito uma sequência...ou dois pares...ou um trio...ou um par e um trio...

Lição segunda, segundo Diogo Garcia:

Por outro lado às vezes pensamos que temos tudo, tudo do melhor, desde o sentimental, ao material, qualquer coisa, seja ela o que for. Pensamos estar a salvo. Quase arrogantes, quase intocáveis. Pequenos deuses...

Às vezes temos a suposta melhor mão...cegos, donos da razão, fechados...e só nos apercebemos que não era a melhor mão, tarde de mais...
Temos um par de ases na mão ou um par de reis...às vezes o flop ajuda ou não...mas mesmo saindo cartas baixas, ou muito baixas, há o risco de aparecer alguém não se sabe bem de onde, e fazer um flush, uma sequência, dois pares, um trio...e tu, na tua aparente euforia feliz, ficas triste...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Frustração Frustração Frustração Frustração Frustração Frustração

Frustração,
Frustração,Frustração,
Frustração, Frustração, Frustração...

É a primeira palavra que me chega à ideia,
Pedem-me uma sugestão? Está dito, tão claro,
Tão rápido, como se fizesse parte de mim!
Frustração, Frustração, Frustração!
Não a consigo engolir, dói de mais,
Não a consigo cuspir, não consigo, é impossivel.
Frustração, Frustração, Frustração...

Angústia, traição, ódio, raiva, mas frustração...não!
Frustração, Frustração, Frustração...

Este sentimento preenchido de tão oco,
Tão medriocre, tão seco, tão...impotente!
Frustração! Frustração! Frustração!

É tentar, tentar muito, e não se conseguir ser,
É dar-mos o melhor a alguém e esse alguém
não perceber.
É ser-mos imbecis. Imbecis frustrados
Num sentimento frustrante, chamado frustração.

Frustro-me...

Frustração...
Frustração...
Frustração.

sábado, 6 de junho de 2009

Argumentos de um demónio

"Theres a shadow just behind me. shrouding every step I take.
Making every promise empty. pointing every finger at me.

I am just a worthless liar. I am just an imbecile.
I will only complicate you. trust in me and fall as well.

I will work to elevate you, just enough to bring you down." (Tool)


Deixa-me renegar a tua luz, a tua aura de beleza,
Hoje nasci para ti e morro por te amar,
Morro cansado da verdade, do receio de te perder
mesmo antes de te ganhar. Mafélico é o pensamento.
Deixa-me guiar-te para as trevas, para o escuro da tua alma,
Para o recreio dos malvados, onde a mentira dá prazer,
Numa vida obscura, sedente de lixo nuclear e trevas...

A sombra que te segue pode crescer, pode dominar-te,
Consumir as tuas qualidades, fazer-te subir muito baixo...

Trabalho num futuro bem pior,
Sei tudo o que nos vai acontecer, até que enfim, tudo acaba.

Estripa, arrepia, contrasta e retira,
Esmaga, alimenta, morte e vida,
Tudo e nada na mesma fasquia,
Sou treva sou mágoa, pesadelo e agonia...

São argumentos de um demónio que não cessam,
Que me fazem querer dormir,
Viver?
Quero-te sem me sentir desta forma,
Da forma que tu me fazes ser.
E a culpa?
É de todos e é de ninguém...

O sol que bate nas almas escuras
é o mesmo sol que as aquece...
Os lábios serão pálidos ao cair da noite,
E tu?
Quero-te sem me sentir desta forma,
Da forma que tu me fazes ser...
E a culpa?
É de ninguém e é de todos...

São os argumentos de um demónio,
Que teve tudo para voar branco...
Mas preferiu a cor da noite...

E a culpa?
É minha! E é tua... e não é de mais ninguém!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sacrificai o ego

Como não tinha mais nada para fazer, e dado que estou num dia que pensava eu vir a ser um grande dia, mas afinal de contas revelou-se um dia exactamente igual aos outros. Quando digo isto tenho de sublinhar: sem grande beleza, sem grandes feitos, sem grande entusiasmo, sem grandes amores. (Não obstante estar vivo e agradecer por isso mesmo. E isso será sempre apreciado, independemente das correrias dos meus dias.)

Sacrificai a vida que te foi dada para protegeres os que mais gostas
Num lugar sagrado e belo chamado Céu.
Sacrificai a juventude alegre que te foi dada
Para mergulhares em problemas vãos
E em situações mediocres...
Sacrificai o livre arbitrio, sacrificai a vontade
que balança no teu coração, sacrificai o corpo e a alma...
Sacrificai os que te amam, os que mais te ajudam,
Os que estão ao pé de ti mesmo que a eles sejas cego.

Esmagai o ódio, conquistai mudança!
Esmagai a falta de fé em ti próprio...
Esmagai...o que não pode ser esmagado.

Sacrificai os animais irracionais, sacrificai
as árvores que te dão sustento na vida.

Queria-te cantar uma música ao ouvido, sussurá-la,
Baixo, muito devagar, como se fosse uma oração,
Canta-la sem grande exagero no som, apenas uma canção
verdadeira, cheia de surpresa, leve, levezinha, muito baixo,
Sussurá-la devagar, para sentires que no mundo ninguém está só,
Que nem tudo tem de ser para sempre, nem o bom nem o pior...
Queria e vou querendo até me cansar...

Sacrificai a saudade, o peso das costas,
A vida materialista, a vida fútil, o pesadelo!

Digo e não o direi sempre:
SACRIFICAI O EGO!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Na pele de um ser humano

Despassarado. É assim que atravesso a estrada. Acabei de perder o autocarro, que parou numa paragem a cem metros do terminal dos barcos. Corro e corro, corre e faço da corrida a minha prioridade. A próxima paragem fica em pleno Terreiro do Paço. Afinal é assim que os seres humanos se sentem... Uma pressa doida por chegar e por evitar esperar. Hoje é daqueles dias...daqueles dias em que nada parece correr bem. Assim falando começo a parecer-me com um ser humano. E eu a pensar que os dias podiam ser todos diferentes e especiais. Mas corro, com muita sorte e dedicação nas pernas ainda intercepto o autocarro antes de chegar aos semáforos. Estou me a atrasar e de que maneira, e tu estás à minha espera.
Afinal a sorte sorriu-me, apanhei o autocarro! E cá dentro, olho lá para fora, para esta bela Lisboa, com uma vontade quase exagerada de nela marchar ao som da música. É pena não estares aqui, mas também estás à minha espera, e enquanto esperas sem que desesperas, pois queres estar comigo. E eu? Desespero pois quero estar contigo. E corro em pensamentos no momento de te abraçar e estar contigo, e sei que por muito que pense, imagine e sonhe, nada vai saber tão bem como chegar ao pé de ti e estar contigo.
Reclamo com o tempo por demorar tanto tempo a passar! Reclamo com os transportes que tardam em chegar a tempo, que demoram tanto tempo a chegar ao seu devido lugar! Hoje estou-me a sentir um ser humano: vivo rotineiro, sem apreciar a vida, sem aproveitar o momento, grito por gritar, prefiro estar triste do que sentir.
Quando estou contigo o tempo passa tão devagar, porque caminhamos sem pressa.
Sonho-te tão perto. Como se fosses fruto da minha imaginação. E sorrio pois és real, existes, e fazes parte de mim.
Espero que ainda me esperes, pois estou quase a chegar...Quase a chegar.
Troco de transporte, fumo um cigarro, iludido da sua necessidade. Espero mais cinco minutos e entro no último transporte que me leva até ti.
Chego, enfim, finalmente ao pé de ti, transbordando felicidade por cada poro do corpo, pedindo desde logo desculpa pelo atraso. Mas a ti não importa! A felicidade de estar comigo, de me ver finalmente, ultrapassa a irritação. Damos um longo beijo, como se fosse o primeiro ou o último.
Ficamos juntos toda a tarde, a falar do mais precioso ao mais fútil, gozando o silêncio como gozando tudo o que possa ser gozado.

Não compensa ser humano. O que parecia mau, depressa se tornou bom. O que parecia ser um mau dia, foi um dia bom, como todos os outros.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Sogros" & "sogrinhas"

Desta vez apeteceu-me escrever um texto mais solto e com algum sentido de boa disposição. Sei que estas coisas têm muito mais graça quando são vistas de fora...por isso...cá estou para me divertir desta vez. Coloquei os meus temas entre aspas, pela simples razão de considerar já sogro e sogra, numa relação relativamente séria, ou mesmo não sendo tão sério, onde já existe "encontros de terceiro grau" entre as partes.

Penso que já todos terão estado do lado de ser: namorado da filha ou namorada do filho.
Partindo do ponto de vista do pai da filha:
Para o senhor nunca seremos o namorado ideal, estaremos sempre aquem das expectativas. Ser da mesma equipa de futebol possivelmente neste caso não ajudará em nada. Somos irritantes e abusadores. Possivelmente somos a pior pessoa do mundo.
O ponto de vista de quem tem de confrontar o "sogro":
Ele para nós possivelmente é também a pior pessoa deste mundo. Olha-nos com sentido de superioridade, pensa que sabe mais do que nós, mesmo em coisas que nada percebe. Aperta-nos a mão com força de mais e se poder vigia-nos sempre. É aconselhavel para nós, diante de tal monstro, nunca pensar ideias pecaminosas, principalmente sobre a filha, pois qualquer sorriso será uma fácil descoberta. Todo e qualquer contacto fisico deve dar a entender uma beleza pura e delicada.

Ponto de vista da mãe do filho:
Para a senhora nunca será a melhor namorada. Julga-se dona do filho e conhece-o à tão pouco tempo! Mas afinal quem o carregou durante 9 meses?
Se nos der demasiado amor, será considera exagerada, se nos der amor de menos, não nos ama.
Gosta de mostrar que ama mais o filho do que qualquer pessoa no mundo e gosta de realçar que cozinha sempre melhor do que a namorada do filho.

A vida também tem graça nestas pequenas coisas.
Se tiverem sugestões (das muitas coisas de que me esqueci) digam.