domingo, 13 de março de 2011

(sem título)


Como posso não amar
o cheiro a queimado?!
Quando saboreio intensamente
pegar fogo às tuas palavras?
E vê-las sofrer, morrer
vezes sem conta, e voltar a morrer,
até não sobrar força ou sofrimento
que sustente um suspiro mais.

O que mais quero é ser destruído
por todos os erros que cometi
e por todos onde fui incluído.

Como podes ser absolvido
ou perdoado se não existiu crime
ou se não existe culpa?
É fingir não se estar ferido
escondendo a ferida
com um sorriso fingido
aguardando pelas carícias da vida...

Silêncio...nada se move,
nada respira...é como se o
infinito fosse sempre igual,
dormente e adormecido.

E somos esse lobo solitário,
escolhidos pelos outros
para proclamar a benção
de quem não caminha sozinho.

Rasga-me já as palavras.
Não te quero ver sofrer mais.

( Imagem : Metro do colégio militar - sete horas , silêncio e "paz"...)