sábado, 18 de outubro de 2008

Psicanálise

Eu sei que as peças encaixam
Porque as vi caírem desfragmentadas no chão,
Mas imagina que aceitavas a verdade.

Um vírus, um cancro que te
Devora por dentro
Enquanto sorris de frente para
A vida.
Ninguém te pode dizer
O que deves sentir,
Ninguém te pode dizer
O que queres gritar.

Pobres crentes na ilusão humana,
Apalpam pedaços de céu na
Vontade vã de se sentirem superiores.
A alegria que me corre nas veias
Deve-se a esta vontade não efémera
De provar que estão errados.

Os teus olhos que penetram
Numa solidão escura e sem sentido
Acabarão por se habituar à luz.
Deixa-te ser quem és.

Julgam poder voar alto como Ícaro
E cairão dessa mesma altura.
E não será a queda que vos magoa
Será terem-se tornado naquilo que mais temiam.

Num revirar constante de identidades
Subjectivamente infinitas,
Freud pensou:
Não há bem que sempre dure
Nem mal que dure para sempre. Ainda mal!

(17/10/08 – A primeira estrofe é tradução ligeiramente alterada de frases das músicas “The truth”(Limp Bizkit) e “Schism”(Tool). )