quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tardio tributo a Aenima ( Aenima )

Desde sábado à noite que não consigo parar de ouvir esta música (assim como o Eulogy e o Judith, casos que compreendo), mas esta não sei. É uma grande música, sem dúvida. Talvez tenha uma letra mais focalizada para algo em especial. Mas mesmo assim...cabe muito bem em todas as sociedades. E o porquê de a ouvir sem parar? Ainda não sei. Mais uma música tipicamente dos Tool, com uma letra tipicamente desse "deus do vinho". Alguns demoram a compreender esta espiral, mas depois de a compreenderem olham para esta vida com um olhar mais sabedor, mais crítico, mais apaixonado pela realidade, o mau e o bom, o amor e o ódio. O que vos posso dizer? "Aprendam a nadar", pois o mundo está para acabar, e de uma forma ou outra, será com certeza acompanhado de muita, mas muita água...
Este foi talvez o videoclip que menos gostei. Talvez não o tenha compreendido. Talvez seja todo ele um pouco parecido...mas quero realçar, uma parte, em que um ser humano (aparentemente) coloca uma criatura (algo similar com um ser humano muito mais pequeno, entre outras diferenças) dentro de uma caixa. Depois, esse mesmo aparente ser humano vai mandando a caixa contra as paredes e chão, e a criatura, toda ela vai sofrendo dentro da caixa, sem poder fazer nada. Controlo. Poder. Capacidade para fazer sofrer, e para suportar o sofrimento. Lindo.
Julgo que quero dedicar este texto a duas pessoas. Mas ainda não tenho certeza. Mas uma delas será a minha mãe. Apesar de esta música mencionar de uma maneira as mães num sentido talvez exagerado, ou pelo menos, mais nessa altura em que somos crianças, o papel de uma boa mãe, acaba por ser mesmo esse: iluminar um caminho que nos parece escuro. E mesmo não deixando a minha iluminar-me de momento, já o iluminou em alturas passadas.
"Try to read between the lines!" By Tool e Sara B.
Que o mundo acabe, quando tiver de acabar...

Alguns dizem que o mundo vai acabar em breve.
Que seja. Mas terá chegado realmente a hora?
Não me interessa. Às vezes são necessárias
medidas extremas...
São sim.
Cortar todo o mal, (acabando por cortar alguns bens)
para o bem de todos.
Mas será a morte, o sofrimento, a verdadeira saída?
Já estive mais longe de acreditar dessa forma.
Não acredito que o sofrimento sirva para nos aproximar
dum Céu.
Não. Aliás, quase abomino a ideia.
Mas tem-me ensinado a vida
que o sofrimento ajuda-nos a crescer
a renascer, a elevar,
é como se diz: o que não nos mata
só nos torna mais fortes.
E nesse sentido, sim , acredito no sofrimento,
como algo que nos faz aprender,
a suportar,
a fortalecer.
Dizem que o fim está próximo. Óptimo.
Sinto-me tentado a parar, a desligar-me da minha
rotina só para o poder apreciar.
Somos seres ditos racionais...talvez sentimentais.
Mas às vezes parecemos pedras.
Às vezes somos puro gelo.

Tentem ler nas entrelinhas.
Mãe, faz desaparecer todas estas coisas que estão erradas,
que me fazem mal,
que me saturam,
que me deixam lá em baixo.

Todo um materialismo, toda uma importância dada
ao inútil.
Toda uma falsidade, uma hipocrisia.
Toda uma falta de ganância pelo que realmente interessa.
Futilidade autêntica.

E neste lugar onde estou eu:
choro pela chuva que vai inundar toda esta
tralha existencial, todo este planeta,
pelo cometa que cai dos céus e que cria ondas
que engolem tudo e todos...
Até que depois dos gritos, das orações,
de tudo o que poderíamos imaginar (mas que nunca chegaria)
reinasse o silêncio...
Um silêncio longo, talvez infinito...
Sem frieza. Sem maldade. Sem sentimento.
Tudo embalado num silêncio...

(Aprendam a nadar...aprendam depressa...)

Para o diabo toda esta gente!
Os que são iguais a mim e os que nada são parecidos!
Todos!
Venha essa água toda,
para terminar com o sofrimento de uns
e para tirar a felicidade a outros!
É difícil agradar a todos...
Só quero ver tudo a ruir, a ir a baixo,
tudo a sucumbir ao silêncio, ao fim.

E eu que até tinha uma sugestão
para vos manter ocupados...
Mas não me quiseram ouvir.

Deviam agradecer qualquer mudança...
Talvez porque sim.
E agora?
Tentem ler as entrelinhas,
(senão for já tarde de mais)
pois o fim aproxima-se.

Está tudo a acabar.