Foste abandonada pelos teus,
Ainda nem eras nascida.
Hoje tens saudades desses invernos,
Da luz que chegava através das velas,
Choras com as inovações destes tempos modernos.
Não queres parceria com a mentira,
Vives ao mesmo tempo que o mundo gira,
Devagar, constante, sempre a rodar,
És tu pequena mulher,
Abandonada mesmo antes de nascer.
E que sobra teu pequena Judite?
Um pancrêas, um intestino, um grosso outro fino,
Uma fígado, dois pulmões e uma bexiga...
Pobre Judite, já eras odiada
e nem sequer ainda eras nascida.
E tudo o que eles fazem, não é decerto por ti,
Mesmo triste és boca que sorri,
Pequena e linda Judite...
Só se lembraram de te amar
Quando tu para a morte partiste.
Se alguém perceber este texto diga-me. Pois eu não percebi.