(Vai-te, novamente, e que seja de novo para sempre
até que sejas finalmente minha. Até.)
Entra, caminha comigo nesses passos
de um caminho paralelo à rotina...
Os sonhos são iguais
só muda o verdadeiro sentido de os alcançar,
para os alcançar realmente.
A teimosia do tédio desfaz
a sorte em pedaços demasiado pequenos,
apesar da sorte caber no coração de todos
e de forma talvez até abundante...todos
a devemos ter, não a sabemos é definir.
São os filhos de Deus nesta terra que
têm o poder divino de nos alterar,
seres humanos, abençoados ou amaldiçoados,
capazes do melhor e do pior em tempos
que passam tão depressa.
A desilusão é grande; a realidade da mudança
e da verdadeira luta é descrita como ilusão,
jã não rastejo neste chão à procura da cura
para tudo isto; tranquei-me finalmente
às palavras exteriores, às ações exteriores,
e só procuro conforto nas palavras e nas ações
de quem me pode ajudar a provar que estou certo.
Mais certo ainda...no caminho de uma perfeição qualquer
que ainda sonha ser concretizada.
Gargalhas ou silêncios compridos enchem as paredes
da minha alma, como podem ser tão ignorantes?
Se estivesse errado aprenderia, o mais depressa possível,
não o estando também nada muda...
é como se a nossa vontade de nada valesse.
Colocamos o peso da nossa verdadeira essência
nas costas ausentes dos outros.
Caminhei. E continuo a caminhar.
Dou passadas rápidas, sem pisar o que não deve ser pisado,
consciente que estou afastado de tudo
para morrer quando puder
sem que nada fique por dizer,...
Numa união de elementos voltei-me a tornar coisa,
do líquido passei para o físico, preprado para ser
esculpido...No silêncio, no recolhimento, na solidão,
no lutar de sonhos mais pequenos...até que o tempo
se encarregue de me encaminhar para a casa do Pai.
Uns caminham por caminhar, ou por caminhar pensando que
realmente caminham...Juntei-me a vós.
Quero sentir o que sentem...mas agora consciente,
apto, mas aperfeiçoado.
O silêncio não me congela por fora
apenas por dentro
e a cada momento que passa
estou mais sólido...
Um dia serei pedra, antes de morrer,
e as gargalhadas ou os silêncios
deixarão de me fazer marcas na alma...
porque já estarei morto por dentro
apesar de vivo e perfeito na vida
de quem quer apenas viver.