segunda-feira, 18 de abril de 2011

Certeza incolor

Sei que digo certas coisas...
Mas não quer dizer que as sinta sempre;
E sinto também tanta coisa que não digo.
A paciência e a falta dela
vão trocando de lugar sem cessar...
E se por um lado aguardo este
terceiro olho, quase calmo, quase feliz por
outro lado é como se não fosse possível
espera-lo muito mais...Como se me bastasse
que se me rasgasse a cabeça abruptamente
antes do tempo para aparição desse terceiro olho.
E estas chamas que me queimam apenas
de tão frias serem vão-me fatigando a alma.
Neste momento sinto-me incolor,
e a certeza é que não consigo mudar nada,
ser sentido por nada, visto...
Sou pó cinzento que ao cair no
cimento não se deixa sequer notar... Sou a estrela apagada
no céu estrelado e de negro vestido,
como se nunca lá tivesse estado, como se nunca para lá fosse viver.

Pelo terceiro olho.