sexta-feira, 18 de junho de 2010

Finalmente dou-vos: Coimbra Revisited (2010/2011)





Não gosto de ouvir pessoas dizer que querem viajar pelo mundo fora antes de conhecer Portugal bem. Portugal tem tanta beleza espalhada. Está mesmo à nossa frente. Alguns preferem fechar os olhos, outros preferem fugir lá para fora sem primeiro sentir o que está aqui dentro. Por isso, sejam livres para expandir horizontes, mas primeiro, façam-me esse favor, respirem o vosso país, sintam-no, e compreendam que o nosso país tem muito para vos oferecer (falando em termos de beleza física e de ambiente).
No ano passado tive a oportunidade única de sentir Coimbra. Enquanto lisboeta sempre pensei que fosse mais uma cidade portuguesa...sem nada de interesse, uma cidade perdida no "meio dos montes", no centro de aldeias. Fui arrogante na minha limitada percepção. Como estava enganado.
É certo que existem pormenores vários que terão moldado o meu olhar. Sem dúvida. No entanto houve sempre pequenos momentos em que pude observar Coimbra, com olhos de turista, com olhos de quem sente. E senti. Vivi Coimbra. Tenho pena de não voltar lá. É uma cidade bela. É uma cidade onde não falta o movimento de pessoas e carros, para quem gosta, e no entanto tem toda ela uma paz, uma calma. Está-se bem em Coimbra. Tem grandes centros comerciais para agradar a todos os gostos. Tem ruas bonitas, bem vestidas e coordenadas. As pessoas são simpáticas.
Tem esplanadas com um clima fantástico. Tem vistas de nos deixar felizes. Mas o que mais gostei foi dos locais de lazer, para passear, sentar, ler, namorar, conversar, jogar à bola, fazer piqueniques, viver um fim de semana. Espaços verdes com fartura, para todos os gostos, um rio magnifico, que em termos de visual é bem mais aliciante que o rio Tejo.
O melhor elogio que posso fazer a Coimbra é que era capaz de lá viver.
Posso ainda falar muito ao de leve de Braga. É uma cidade mexida, e faz lembrar as zonas da Baixa de Lisboa, mas num ambiente mais "clássico". É outra terra bela. E existem ainda outros sítios.
Bons momentos em sítios fantásticos. Experimentem! Vão amar. Vão querer repetir. O nosso país é mais belo do que parece.
É certo que deixei muito por dizer. Mas adorei ter conhecido estes locais. Foi uma experiência única. Única. Podem nunca sentir o que eu senti, mas também, somos todos diferentes. Mas de certo não sairão indiferentes.



Fica a faltar os olhos de um anjo caído.

Finalmente dou-vos : Reflection



Nota:
Estou com demasiada pressa para fazer estes três últimos textos. Não sei porquê ao certo. Mas têm de ser feitos para passar à próxima fase, seja ela a origem do mal, a sombra, o fim do mundo. A verdade porém é que neste momento, este em concreto, não é a melhor altura para o fazer, pelo menos sobre o Reflection. Mas paciência. Estou farto do factor timming na minha vida.
Esta música para mim representa tudo. Ou pelo menos quase tudo. Quando a ouço sozinho, começo a sentir a música aos poucos, e quando dou por mim o meu corpo vai acompanhando a melodia, como se estivesse dentro de um ritual. A música é uma divindade na terra e a letra é outra divindade na terra. Sei que digo isto muitas vezes, mas esta é sem dúvida das músicas preferidas dos Tool, desse grande álbum: Lateralus. Esta música faz-me sentir humano, e não monstro, faz-me sentir que sim, eu sou capaz de ir mais longe, eu consigo fazer mais. Sim. Elevação em sentimento bruto. Esta música é uma das espirais da minha vida. É um ritmo que quando bate dentro de mim me faz sentir importante para este mundo, para todos os que me rodeiam. Esta música é poesia, é prosa, é arte, é sentimento, é aperfeiçoamento, esta música e esta canção são : Tool. Tool no seu melhor, na sua perfeição.
Existe só uma musica, que esteja a ver de momento, de todas dos Tool ou APC que me diz aquilo que eu não quero ser, que me diz como eu não devo agir, que me diz aquilo que eu nunca quero sentir de ninguém, e essa música chama-se Sober. No entanto existem várias músicas elucidativas de um bom sentimento, de uma boa acção, de uma vida saudável e feliz, e este é uma delas.
Entrem neste ritual, nesta espiral...sintam-na, sintam-se, refresquem a mente, a alma, soltem o corpo: braços, mãos, pernas, asas.
Aquilo que esta banda significa para mim nunca conseguirei explicar. Mas é do género: uma vez conheci um casal, que dizia que a palavra amo-te não bastava para demonstrar o que sentiam um pelo outro, então escreviam sempre _____-te. Talvez seja isto que sinta. Mas não só.
Todos os meus textos são uma reflexão e um reflexo do meu ser. O meu melhor eu e o meu pior eu estão sempre juntos, porque eu sou os dois. Nunca iludi ninguém, nem nunca me iludi a mim, pelo menos sobre mim próprio.
A quem posso eu dedicar esta música? Em primeiro lugar a mim próprio. Descobri-a quase sem querer...quando comecei a ouvi-la parecia só instrumental (o que por si só já era um instrumental belo), mas nem sempre as coisas são o que parecem, por isso descobri-a, assim quase do nada.
Deixar uma pequena dedicatória à minha irmã por viver a música e a canção com um entusiasmo tão forte ou parecido com o meu.
Dedicar ainda a quem ainda vai sempre a tempo. A todos os que entendem que o "fim", seja em que matéria for, ainda não chegou. Que ainda existe tempo. Que ainda existe chama, força, vontade, e sentimento. A todos aqueles que não se deixam vencer por aquilo que pode ou não vir, mas que fazem aquilo que querem. Dedicado aqueles que não sufocam uma parte de si só para viver de forma normal, usual, em que todos os dias são igualmente vazios. Dedicado a quem dá mais de si, a quem quebra regras e barreiras, a quem respira mais todos os dias. Dedicado a quem chama por quem ama, dedico a quem responde ao chamamento da pessoa amada. Dedicado a quem erra, a quem corrige, dedico a quem quer conquistar mais, seja algo por conquistar ou algo que por algum motivo foi perdido. Dedicado a quem sente. Dedicado a quem não quer estar sozinho, a quem ambiciona amar, a quem ambiciona beijos, contacto físico, e tudo o que pode ser sentido. Dedicado a quem vive, e dedicado a quem faz por viver no seu melhor, dando o melhor de si para si e para os outros, a quem não nega o coração. Dou-vos: Reflection.

Derrotado eu concedo...
É doloroso como aqui vim parar.
Aos poucos, sem saber, fui-me aproximando de um fim.
Quando olhei de perto, com atenção, estendia-se
à minha frente um abismo.
Estou quase dorido.
Toda esta situação é dolorosa. Mas talvez passe depressa,
talvez toda esta dor seja apenas
uma ilusão...
Como queria.
Dizem que talvez possa encontrar paz neste vazio.
E fazer deste sentimento um local de conforto...
Tudo isto é doloroso.

E no meu momento mais escuro
acabei por chorar.
Mas tudo o que eu sempre procurei foi uma razão
um sentimento para me agarrar para sempre...
Um segredo. Que deveria chegar até mim
como se eu fosse seu confidente.
Esperei em vão.
É doloroso.
Queria um resto do que sobra de toda a luz que o sol dá.
E eu brilho, com um brilho intenso, de uma luz que não é minha.
E a fonte de toda essa luz e brilho são puras
mas não são minhas...
Mas eu brilho. E brilho para sempre. Porque sou alma
porque sou luz, porque fui trevas, porque respiro e vivo.
Eu sou infinito, e consciente desse mesmo facto, brilho ainda mais,
enquanto milhares de luzes passam por mim, atravessando-me a pele
e colorindo o meu ser.
Quando abro os olhos ou quando abro esta janela
quero olhar para o mundo sem qualquer dúvida
de que não vou alimentar o meu narcisismo nem a minha solidão.
Devo crucificar o meu ego, os meus erros, corrigir-me
dar-me às pessoas, dar-me à pessoa,
E pedir à Luz que me abra os olhos
que me faça seguir o meu coração
e o que tenho como bom para mim
antes
que
seja
tarde
de
mais.

E é então que sacrifico tudo aquilo que não me interessa
tudo aquilo que me faz mal,
Sacrifico todo o cinismo e a maldade que existe neste mundo,
crucifico tudo aquilo que não me faz melhor
que não me faz bem,
cuspo da minha alma, vomito da minha alma
tudo aquilo que não importa,
porque eu só quero ser feliz. E sei agora
como sê-lo.
E vamos então descobrir juntos
que somos todos feitos da mesma matéria,
somos como um só,
e tudo é possível, porque a força ganha
ao imprevisto, a força ganha ao improvável,
a força move universos...
E sinto isto não apenas como palavras belas,
sinto-o dentro de mim, porque é a minha vontade,
e a vontade...é fome, e a fome dá-nos tudo.
E a esperança e a razão unem-se, porque foram sempre
uma só...é deixa-la atravessar o nosso corpo
com toda a luz e velocidade deste mundo...
Antes que seja tarde de mais.

Tool a minha banda, obrigado.

Desprezo da noite

Bem sei que ando meio longe daquilo que quero. Sei-o como mais ninguém sabe. Só a minha alma palpita ou se deixa fraquejar. E sei tudo aquilo que quero escrever, antes que venha essa sobra, que já lá vem...mas até lá não vem a sombra da noite...
Ando estranho, e voltou aquele "medo" de me deitar, de tentar dormir, porque por muito que esteja cansado ou com sono simplesmente não consigo adormecer. Se me deito à meia noite adormeço às duas da manhã...se me deito às duas, adormeço às quatro. E fumo até a minha língua ganhar um sabor estranho, fumo até sentir a língua estranha, sabor e sensação que detesto...mas não sei que fazer mais. Viro-me várias vezes na cama, procuro uma posição, procuro respirar calmamente, imagino-me em sítios calmos, cheios de beleza e paz...mas só me sobra uma insónia inexplicável. Odeio isto. Queria apenas adormecer, normalmente, e acordar ao outro dia consciente que não tive de "sofrer", de batalhar para adormecer...Odeio isto.
Neste momento escrevo...pode ser que o sonho acabe por vir. Depois é o estômago que não me dá sossego. É a adormecer, é a acordar.
Vou procurando o sono. O melhor que posso, mas não dá em nada. De certo já sentiram isto. Estamos na cama, sentimo-nos corpos deitados que pensam, que pensam em nada de especial, que apenas querem dormir, mas que não conseguem...Maldita noite. Maldita sombra que não vem. Não me interessa que venham sonhos ou pesadelos ou o vazio da manhã seguinte...quero apenas: dormir. Dormir só. Adormecer, descansar e acordar no dia seguinte. No relógio batem as três e vinte e oito...Sinto-me cansado, mas quase temo deitar-me...como se a cama que tanto gosto fosse uma cama estranha, desconfortável...O que sei eu sobre mim próprio? Possivelmente, pouco.
Eu só quero dormir.
Vou tentar outra vez...e seja o que Deus quiser. Quero repousar. Todos os dias, à sua maneira, são importantes...e é preciso agarrar o amanhã com força, energia, e sei lá mais o quê.
Está calor...será disso?
Deve ser de tudo.
Lá vou, de novo para uma cama quase estranha, tentar dormir um sono normal, bom ou mau, qualquer coisa...
Por hoje desisto. Desisto de tentar seja o que for. Vou tentar dormir...Outra vez.