Disse Einstein: Deus não joga aos dados com o Universo. E mesmo não me querendo intrometer numa das maiores mentes de toda a História tenho de admitir: tenho as minhas dúvidas.
São 03:20 e sinto necessidade de escrever. A noite volta a ser uma companheira, ou talvez uma pequena maldição...uma nuvem que vai e vem, e para a tornar menos negra, tento escrever, fazendo com o que o tempo que não gasto num necessário descanso seja utilizado da melhor forma. Será? Faço o que posso. Serei obrigado a mais? É possível.
O Deus em que acredito é o mesmo do que a maioria do mundo. Sou cristão. E esse Deus está algures (dizem que em todo o lado, algo que é complexo para a nossa imaginação limitada), a observar os nossos actos. Acredito numa certa ordem de acontecimentos, sinais...num pseudo-destino, com algumas regras, alguns limites...Mas acredito, que no fim, tudo é escolha nossa. É uma questão de aceitar ou de nos revoltarmos. Talvez Deus nos mostre algumas portas, mas cabe-nos abri-las. Talvez a minha imaginação seja fértil de mais; talvez a minha monstruosidade me obrigue a tentar procurar uma razão, várias razões para muitos acontecimentos que se passam nesta nossa vida.
Penso que Deus terá colocado o paraíso nesta terra. E de propósito ou não, talvez tenha sido um mero erro cósmico, o inferno acabou por também se cá instalar. Talvez tudo tenha começado com a evolução desse macaco que se transformou em Homem.
Acredito que se por um lado o Homem foi capaz de surpreender Deus criando maneiras de pensar, viver e sentir positivas e cheias de chama, também terá sido ele a carregar a chave para a caixa de Pandora. E com a sua existência, de propósito ou sem querer, acabou mesmo por a abrir. É de magia que precisamos? Não. Porque este mundo precisa de equilíbrio.
Talvez o erro divino tenha sido cometido no momento em que Deus pensou que o Homem ia apenas semear com um sorriso toda a felicidade e bondade do mundo todo...Mas o Homem não semeou ventos...Semeou logo tempestades.
O meu erro é estar acordado quando deveria estar a dormir.
Por isso, para não prolongar um erro que pode facilmente ser evitado, vou-me deitar. Deixando na mão do Homem a capacidade de sofrer e de mudar, de proteger e sacrificar o ego, de matar o ódio sem réstia de piedade; acabando por amar, da forma que se sente. Já se faz tarde, e os erros não se corrigem sozinhos; para mudar é preciso movimento; o meu, neste momento, é sair daqui, fechar os olhos e dormir.
O meu erro foi ter começado a escrever.