domingo, 12 de julho de 2009

Seria sempre um para sempre

Estás deitada, com a cabeça apoiada nas minhas pernas. Dizes coisas belas e não consigo parar de olhar para ti. Para mim és perfeita. Contigo, ouso pensar, que seria para sempre.
Mas...

Podia abdicar de viver, para que me visses realmente, como sou,
Me sentires como eu quero ser sentido, na minha totalidade,
Sem fragmentos de fantasia, sem ilusão, sem dilusão humana,
Apenas eu...
Podia abdicar de fazer o que mais gosto, para que me olhasses,
Como olho para ti, com uma ternura imensa, uma vontade de saciar
o beijo, de saciar a alma e o corpo na mesma medida.
Queria, queria mais, mas nem sempre o que queremos se concretiza.
Nem sempre basta tentar, nem sempre basta dar o nosso melhor.
Mesmo quando estou ao teu lado, sentindo-te respirar,
Mesmo segurando-te com toda a força para não caires,
Mesmo provando as tuas lágrimas, dando-te força,
Estou lá...sabes que estou lá, mas não me sentes.
Eu podia abdicar do que sou para ser para sempre,
Mas...

Afinal o destino reservou-nos um belo futuro, o mundo dá sempre estranhas voltas, gira tão originalmente que por vezes ficamos sem saber o que pensar. Sorte? Azar?

Só que...Não. Apenas não.
Não? Não...
Não te volto as costas, sempre estive à tua frente.
Seria sempre um para sempre.
Sem utilidade como um poema romântico, sem contexto prático,
Ignoro as minhas palavras, deito fora cada poema,
Será um nunca mais.