quinta-feira, 31 de julho de 2008

Perdidos


Tento ao contrário dos outros
Não viver segundo o meu passado.
As pessoas gostam de se alimentar
Do passado e de por ele serem consumidas.
Recordar é para os velhos…

Mesmo admitindo que o passado guarda
Mensagens importantes,
E mesmo sabendo que o passado por vezes
Alicerça o presente,
A verdade é o que passado
Já passou.

Por isso encontro-me perdido
Como poemas meus literalmente
Perdidos em vários locais do meu pequeno quarto.
Sei que estão algures, mas não sei onde.

E o que mais me entristece é saber que
Deixarei de os procurar mesmo sabendo
Que estão lá…

Julgam-se os mesmos que conquistaram
Os oceanos e os mesmos que resistiram
Aos franceses de Napoleão.
Raça dura e pura num mundo de ingratidão…
Esses eram os vossos antepassados,
Agora a história é outra.

Essa razão que trazes
Trancada na garganta,
Essa vontade que te move
Os pés parados,
Essa emoção que te comove
Por não se concretizar,
Tudo isso?
Seria mais que suficiente
Para te fazer vencer
O presente do difícil
Cabo Bojador.

Nunca lhe chamei vida utópica(3ªparte)

Ausência de profetas

Num mundo cada vez mais degradado, onde reina um inúmero género de pequenas misérias chamadas pelo substantivo colectivo Miséria é urgente uma voz que nos comande ou nos guie.
Os verdadeiros sábios já morreram há muito tempo, vivemos hoje na era dos computadores, das bases de dados infinitas, da aprendizagem rápida e de conteúdo curto. Tantos outrora tentaram a sua sorte:
Gandhi, Sócrates, Jesus… E de certa maneira alguns dos maiores ditadores. Maneiras de pensar tão fascinantes e tão dificilmente simples para o nosso ser complexo.
Na conquista do nosso sonho e plenitude, quer pessoal ou colectiva, rastejamos por um pouco de fé e esperança onde tocar com um dedo.

Num mundo cada vez mais degradado luto pela vitória de uma melhoria mundial. De que vale essa luta? Pode não valer de nada mas estou a tentar. De tentativas está o inferno cheio, mas sozinho também não consigo.

sábado, 26 de julho de 2008

Momento

Sinto a luz por detrás
dos olhos fechados,
Sinto a areia debaixo do
meu corpo descansado.
Ouço as ondas.
Sinto o calor do sol
e sinto a brisa do vento
Sabe tão bem tudo em
movimento, tudo em mim,
Tudo ao mesmo tempo.

Sinto a tua respiração
Essa tua essência de adormecida
Comove-me os sentidos.
Dou graças pela tua presença
Tão diferente, tão distanciada de tudo o resto.

Ter-te assim a meu lado
tão despegada da realidade
tão sublime numa respiração divina;
As pessoas que passam
Seguem a sua vida
Sem de aperceberem
Que acabaram de passar
pela melhor pessoa do nosso mundo.

Arredondamento(poema d'A outra face)

Sou mais versátil
Do que o vento.
Sou mais imprevisível
Do que a chuva.
Sou mais imundo
Do que a lama.
Sou mais frio
Do que o inverno.
Sou mais ilusório
Do que uma miragem.
Sou mais rápido
Do que a luz e o som.
Sou mais contraditório
Do que uma contradição.
Sou mais desumano
Do que toda a população.
Sou mais explosivo
Do que um vulcão.

Quando transpiras
Sou eu a tua ira.
Quando tu finges a verdade
Eu sou a tua mentira.
Quando rogas pragas
Eu sou o destino delas.
Quando a algo te entregas
Eu não fui o mensageiro.

Quando vomitas
Eu sou a dor.
Quando acordas
Eu fui o pesadelo
Quando não encontras palavras
Eu fui a inspiração.

Quando quiseres algo
Eu não te dou.
Quando deres algo
Eu não recebo.

A força da Natureza
É apenas um brinquedo meu.
Podes construir com esforço e trabalho
Eu destruo.
Tudo o que nunca foste
Eu sempre fui.

Este sou eu?
Não, isto foi apenas um arredondamento.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Poemas d'A outra face

Estes são dois poemas de A outra face. Adorei escreve-los. Fazem parte de um passado algo recente. Foram o ponto de partida para uma poesia mais "séria", não que fosse boa ou melhor ou pior, mas foi o inicio de um amadurecimento do sujeito poético em várias perspetivas. Aproveito e dedico, em sentido de homenagem e reconhecimento o poema Vivo hoje para morrer noutro dia, a Alváro de Campos. A ele e a Fernando Pessoa, à sua maneira dois poetas, o mesmo, o melhor poeta de sempre.

Vivo hoje para morrer noutro dia

Vivo hoje porque não quero
Comer suicídio assumido à sociedade
Pelo sangue ou pela dor ou não
Sentida.
Apesar da não-água que corrói
As minhas úlceras e gastrites,
Apesar do escuro que lanço para
Os pulmões, apesar de tudo.
Vivo hoje para morrer noutro dia.
Não me enfiem conquistas,
(Campos estavas tão certo)
Sejam lá elas do que forem.
Acho tanta graça a essa ganância
Pelo inútil, como vibram por mudarem
O acento circunflexo duma palavra esdrúxula
E adjectiva do verbo substantivo.
As leis modificam-se para se mudar
Algo…
Tantas complicações…Vocês só complicam,
Fazem compilações de complicações.
Continuo a dizer que sou diferente
Por ser um doente consciente
Assim como Sócrates sabia um
Pouco mais (um pouco mais dizia ele)
Por admitir que nada sabia.

Vivo hoje porque prefiro morrer noutro
Dia,
Apesar de saber que para morrer
Qualquer dia serve.
Vivo hoje porque sei que o passado
Já passou, e o futuro ainda não chegou.
A vida é o agora, é o instante é
O presente, tudo o resto?
Não faço a mínima ideia.

Impressão digital


Acordo todos os dias
Com a impressão
Que estou a mais no mundo.
Maldita a hora em que
Comecei a inalar essa substância
A que chamam oxigénio.
As razões do meu nascimento
São uma incógnita, até mesmo
Para Deus.
Sinto-me mais inútil do
Que o uma pedra que não respira
Não come, não se mexe, não fala,
Não dorme, não acorda, não ama,
Não ajuda e não é ajudada…
Sinto-me acompanhado
Como um grão de areia no deserto
Pois ninguém conversa e mesmo
Que conversassem apenas perguntas
Fariam.
Sinto-me frustrado pois são todos
Diferentes de mim, todos dizem saber
O que fazem neste mundo,
Todos sabem os seus sonhos e
Quais os que são possíveis de concretizar.
Prefiro um pesadelo a um sonho
Pois está mais próximo da realidade.
Realidade essa que desconheço.
Não sei ao certo se estou
Mais longe de mim ou dos outros.
Nasci e cresci, ponto final.
Nada trouxe ao mundo
E o mundo nada me trouxe.
Talvez apenas um pouco de desilusão.
Não que estivesse à espera de algo
Só não estava à espera disto.
Acho que não passo
De uma cara sem razão de alma
Num bilhete de identidade
Sem impressão digital.

sábado, 19 de julho de 2008

Sem rumo(dedicado)

Rosto ocultado pelas sombras
Num raro momento de calma.
Dói-lhe a alma no meio dos
Pingos de chuva que vão caindo.
O vento fustiga os fragmentos
De todos os sentimentos
Por ele levados.
Expulso do paraíso e
Expulso do inferno
Mas encara a vida de frente
Afinal a vida é isso mesmo.

É isso mesmo a vida
Ocultar as sombras no rosto escondido,
Andar fugido do mundo
Esquecido da sorte, perdido sem norte,
Sem rumo, sem lágrimas sem força
Apenas uma réstia daquilo
Que nos prende à vida…

Vida essa perdida em si mesma,
Onde procuramos a cura, o algarismo,
A metáfora…
Vida essa, graças a Deus, contraditória
E estranha.


Não que exista uma razão de inspiração, mas por ser talvez um poema que achei que irias gostar, de certa maneira podia fazer parte ou ser uma segunda parte da auto-destruição descritiva, por isso é dedicado à Liliana, espero que gostes. (também conhecida por "monstra das bolachas" ^^)

Aflição

De nada te valem essas
Lágrimas que pesadamente caiem
No chão.
Assim como de nada te vale
Gritares a plenos pulmões
Frases em vão.

Somos o que somos e pouco mais
Podemos fazer,
E esse pouco mais nunca o
Fazemos, por isso custa envelhecer.

A vida que nos incomoda
Todos os dias
É a mesma vida que tememos
Perder,
Por isso além mentiras
Custa envelhecer.

Porque o tempo anda
Sem parar ou retroceder,
Por isso a batalha que travas
É inglória até entenderes
Que a vida passa sempre a envelhecer.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Cumplicidade exaustiva

Sentado no teu trono
Descobres agora
Que não existe retorno.
Somos o que somos,
Tudo o resto são cinzas.

Não te afastes de quem és,
Vive e consome a vida
Até que esta se esgote.

Sem pensamentos a cores
Retorno à alma que sou:
Chuva num dia sem nuvens.

Não deixes que essa cumplicidade
Julgada especial
Te obrigue a viver sufocado.

Volta a abrir as asas
E desta vez
Não caias.

Nunca lhe chamei vida utópica(2ªparte)

Acções pensadas de um louco

Não vivo num mundo à parte de todos os outros nem os outros vivem num mundo à parte do meu. São dois mundos diferentes que caminham ao mesmo tempo. Saboreio o estudo simples da sociedade que me rodeia.
Gosto de apreciar cada passo mesmo quando este não é mais do que um recuar. O tempo nunca pára mas a vida avança e recua, não de forma poética como as ondas, mas de uma maneira originalmente subjectiva.

Não vivo num mundo à parte de ninguém, vivo no mesmo mundo que todos vocês. As minhas acções são pensadas como as vossas e as minhas acções são loucas como as vossas. Vocês são loucos? Eu sou e com algum orgulho. Ousei a loucura, é dos loucos o reino dos céus…

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Peça Moldada (ponto de vista da peça de barro)

Nasci com o direito de ser hipócrita,
E hoje sou uma pessoa feliz!
Graças a todos vós sou hoje
O hipócrita a que tenho direito.

As minhas lágrimas já secaram
À muito tempo.
Agora, depois de uma tortura
Imensa, agradeço e choro
De alegria. Obrigado.

Até me rio da pessoa que fui,
Um ser vivo sedento de vida
Caçador de sonhos
Que pensava e depois agia.

Mas agora, não graças a Deus
Mas a todos vós sou uma pessoa
Diferente.
Eu sei, o termo pessoa é demasiado
Desvalorizado...
Agora sou um deus, um deus
Hipócrita e sedento de mentira.

E mesmo sendo deuses não se
Consideram Deus porque esse mesmo Deus
Também é louvado por hipócritas.
Esse e outros.

Bendita esta civilização
Cheia de pessoas maravilhosamente
Hipócritas.

Mas o defeito dos hipócritas
É que nunca percebem quem lhes paga na mesma moeda,
Pois então enganei-vos bem
Agora que faço parte do vosso rebanho só quero morrer!

Os últimos resistentes


Não quero que o mundo me veja
Pois poderão não perceber.
Porque nada é eterno
E mesmo o último resistente
Deixará de o ser.

Tudo dura o que tem a durar,
O universo decide, Deus decide
O Homem decide, mas nada é eterno.
Alguns agradacem outros sofrem,
A própria vida poderá não ser eterna.

A última muralha será derrubada,
O maior ditador será deposto.
Os últimos guerreiros já aguentaram de mais
E serão derrubados.

Nada é eterno, nem a beleza nem a certeza,
Agradeço satisfeito um pouco de eterno
Momento que posso aproveitar,
Até se desvanecer no tempo é meu.

Não quero que o mundo me veja,
Só quero que saibam quem eu sou,
Não pelo meu rosto, nem pelo meu nome,
Que saibam apenas o que eu fiz.

Um dia tomamos por certo a eternidade
Mas é nesse momento que a eternidade
Nos mostra sarcasticamente
Que nada é eterno.

E mesmo o último resistente
Deixará de o ser.
Mais cedo ou mais tarde
Seremos alma do universo.
Será fim? Será outro inicio?

Toco piano em cima da lua
E toco a melhor música,
A música que nos une no eterno,
Porque a esperança é eterna
Apesar de nada ser eterno.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Pedaços teus

São pedaços teus que me
Prendem ao teu mundo,
Esse mundo estranhamente
Próximo de um paraíso tão longínquo.
Passeio no mundo e vejo-te,
Desvio os olhos e vejo-te.
Fecho os olhos e vejo-te.

Pedaços de ti afastam-se
De mim em tempos que
Padecem de fome.
Fome essa saciada
Do nada que invento.
Mas o tempo cura tudo
E os pedaços teus vão desaparencendo.

O meu inferno interior
Está em constante mudança.
Amo-te no sentido do sentimento
Mass esse mesmo amor
Tornarse-á veneno,
Esse mesmo amor dará
Lugar ao ódio,
Mas conseguirei eu
Deixar que me fujam os pedaços teus?

Sentença

Perdi a lógica do abstracto
Nesse limiar do momento:
O que é melhor o peso
Ou a leveza?

Nasci com o peso da sentença
Uma sentença tão leve:
Esforça-te e sê feliz.
Não estará este mundo trocado?
Vivo desenfredo, neste busca
Pelo impossivel.
Larguem-me, soltem-me
Porque me sufocam dessa maneira?

Agradeço o peso da roupa que me aquece
Desprezo a leveza que me leva para
O lado errado.
Respiro o sol através da pele,
Um dia de chuva é sempre pesado
Mas a chuva é sempre leve.

Num universo regido por leis
Contrárias sirvo-me das histórias
Diárias para escrever prosa
Em forma de verso.

Façam o que quiserem,
Mas jamais me encurralem
Nessa vossa realidade monótoma,
Jamais ousem dizer que sou aluno
Da rotina, não me salvem da loucura,
Não me ensinem inutilidades
Dessas que veneram todos os dias.

Ajoelho-me perante a irrealidade,
Venero a utopia,
Agradeço essa sentença
Que me lembra
Que devo tentar ser melhor.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sem qualquer mistério

Fim de tarde no centro do nada:
Paz, calma e felicidade.
A erva cheirava a erva fresca.
Há momentos como estes
Que ficam marcados na
Nossa memória pela sua simplicidade.
Contribuem para a História?
Não, marcam a nossa história pessoal.

Vale a pena perder cinco minutos
Da nossa vida ocupada (inutilmente)?
Sim, ver as sombras do arvoredo,
Sentir o ar fresco que vem subindo.

“O que fazes aí sozinho?”
Nada. Gasto o meu tempo,
Aproveito o aproveitar do nada fazer,
O prazer de um pôr-do-sol verdadeiro,
Dou-me à sorte de o ter.

Porque não ficou ela comigo a vê-lo?
Isso sim é um mistério,
Será que não percebem
Que estar sozinho não é ignorar o amor?
Estar sozinho por momentos é aproveitar o momento
E é também um convite.

Nunca lhe chamei vida utópica(1ªparte)

A lágrima

Estava sentado. Debruçado sobre o peso da sua própria importância na respiração do universo. A respiração calma escondia a pressão e a exaustão à qual era permanentemente obrigado a suportar.
A sua mente era um mistério, talvez o mistério mais cobiçado de toda uma história por ele escrita. Ignorando a ironia do próprio pensamento pensou para consigo: “a vida é estranha”. Pensando melhor a vida não era estranha, era complicada. E escrevem os poetas que a vida é simples e bela… Pobres criadores de coisa alguma.

Estava sentado e debruçado sobre o seu próprio peso, pois escolheu um momento para descansar e meditar. Sabia no entanto que deixava coisas por fazer e isso custava-lhe.
Engana-se quem pensa que Deus nunca chorou.

domingo, 13 de julho de 2008

Pequenos deuses


Caminhamos neste mundo
Incertamente fabuloso,
Arrastando os pés
Olhando para o chão
Sacudindo o pó da desgraça
Dos ombros culpados.

Preferimos observar
Sentados no conforto
As batalhas que são travadas.
Temos a espada guardada
Já pelo tempo enferrujada.
A covardia sorri-nos
No rosto exausto de esperar.

Não sei por quem esperas
A história não se faz esperando.
Não é a revolução
Não é o quinto império,
És tu, pequeno deus,
Que deves erguer o corpo
Olhar o horizonte
E deixar arder a raiva de guerreiro.
Eu ergo a espada
E limpo a ferrugem usado-a.

No mesmo dia

Pensas em mim agora
E depois do futuro?
No mesmo dia festeja-se um nascimento,
Uma vitória, uma união,
No mesmo dia chora-se a morte,
Uma derrota, uma separação...

Não pensas em mim agora
E então?
O momento perfeito não existe,
A palavra ‘quase’ decora a nossa vida.
A vida é isso mesmo
Uma mudança constante
Incompreendida inicialmente.

Não desejei um dia de sol
Sem nuvens de calor ameno,
Tão pouco pedi a melhor paisagem.
A vida é isso mesmo:
Sujeitarmo-nos ao que temos e torná-lo melhor.

Não vou usar frases modelo
Que giram à volta de todos os outros,
Mais importante que dois corpos
São duas almas
E foste esse vento na cara
Que nos sabe tão bem,
Porque o vento sabe sempre bem.

E por isto tudo
De pouco valer esta vontade impotente
De mudar seja o que for
Seja quem for,
Escrevos este versos
No mesmo dia
Em que os rasgo.

Diogo GTH 17h30 04/07/08

Auto-destruição descritiva(a questão essencial)


A chama que me queima
Devora-me por dentro,
Sinto falta de tudo o que me faz falta.
É o amor que se torna veneno
E não quero o seu antídoto,
É o sorriso afastado
Que me faz sonhar dorido.

A fé no homem há muito que foi abalada,
Falam e dizem
Não acredito numa só palavra.
Sufoco nesta alegria morta
À espera de ressurreição.

O tempo passa
E deixa no ar esse perfume a melancolia,
Essa verdade intocável
De que é impossível viver outra vez tudo.

Deixas-me no centro do nada,
O que me rodeia perdeu o sentido,
Perdi a conta à vida que levo.

Sentir sentimentos?
Já não sei o que pensar.
Não és corrente que me prende
És chave que me solta.
O Homem não percebe.

Palavras? De Nada valem.
São as acções que fazem pessoas avançar,
São acções que nos fazem mudar,
Não quero ser diferente do que sou
Quero ser eu mas melhor.

Serei capaz? Quero revelar-me
A mim mesmo.
Ultrapassar a indecisão,
Surpreender a surpresa,
Ser algo mais, ser alguém mais.

Não sou vítima nem culpado,
Quero um pouco mais daquilo que não tenho.
Rotina? Rotina só nasce quando não percebem
Que a vida é bela.
Não te procuro, porque já te encontrei.

Diogo GTH 06/06/08 02:06

O essencial que fugiu

Como que olhos pesados

De quem acaba de acordar

É assim que olho para a realidade.

Vontade sem força de a ter

E uma paixão quase morta

Pela passividade que me controla.

Vejo nesta esfera descomunal

Um ínumero conjunto de arestas

Por limar.

Falta-me a vitória inexistente

Que por vezes esteve para acontecer

Resta-me fazer algo...

Num mundo de contradições

Gerido por pessoas contraditórias

Resta contrariar-me..

A principal diferença entre

Deus e o Homem é que Deus

Não precisa de dar justificações.

Às vezes escrevo sem assunto

Mas mesmo assim prefiro escrever,

É menos algo que me atormenta.

Há dias complicados ou dias descartáveis

Mas mesmo esses dias fazem

Parte da vida, da vida inteira.

O essencial que fugiu?

Não sei ao que se referem,

Eu ainda ando à procura.