domingo, 19 de setembro de 2010

No fogo alguém tentou sentir a luz

" None of them can even hold a candle up to you,
Blinded by choices these hypocrites won't see ...

My little piece of the divine...

High is the way
But all eyes are upon the ground.

You were my witness, my eyes, my evidence, ..
Set as I am in my ways and my arrogance.
" ( 10 000 Days - 10 000 Days )

Chegariam dez mil dias no fogo que nos queima,
E talvez, este número, como outro qualquer,
Pareça demasiado pequeno, demasiado comprido,
Pois engana-se quem se deixa queimar
apenas por momentos;
engana-me quem me queima
e eu deixo-me queimar por quem me engana,
Nessa aurora que vem com as ondas no mar
ou com o sol escondido atrás de um jardim,
e a lua que cresce voando sobre o rio
deixando às pessoas a oportunidade de ser apreciada,
num caminho, nas estrelas, numa despedida,
Na morte.
Pois é na morte que nos encontramos todos,
algures num infinito qualquer
longe do alcance do ser humano,
Algures fora da nossa razão
e sentimento.

Seremos únicos
talvez não como os primatas que ergueram o pé
que ergueram a chama
que ergueram carne aperfeiçoada...
Talvez não sejamos ninguém.
Mas vivemos por ser alguém para nós,
e queimamos cada dia
pelo próximo dia, por nós, e por alguns
outros que são para nós peças chave desta vida.

Não é por acaso que encontro
lições na dor, e é na dor que me modifico,
mas é no amor que também aprendo,
por isso, seja nesse calor da chama do fogo
do amor, ou na dor infligida por todo esse acontecimento
natural, aprendo-me...
Alguns fogem, outro refugiam-se...Não sei porque perdem
o vosso tempo!, E tanto tempo gastam sem viver de facto,

Iludem-se com a mentira, ferem com a hipocrisia,
Acordo deste pesadelo, consciente que de facto
estou a vivê-lo, é tudo real à minha volta,
falsas sensações espalhadas em várias classes de veneno.
Tudo isto me parece fútil, triste, absolutamente sujo
e digno de ser destruído.
Existem coisas que não fazem sentido,
e existem outras que deviam fazer...

Cortem-me de vez as asas todas, as que cresceram
as que ficaram por crescer e as que morreram sem nunca
terem sido abertas,
Julgo-me superior a todos?
Eu quase nem me julgo ninguém,
porque o que sou por vezes não passa de palavras
e os actos cada vez mais são levados pelo vento,
Perdoa-me, nesta arrogância leve,
Por cada vez que te traí e que me traí
por cada vez que o meu coração seguiu o caminho
da insensatez para depois dissolver-se no arrependimento...

Tentei em cada incêndio encontrar um caminho em direcção à luz,

Mas tudo o que passou por mim
foram pequenas chamas que me reencaminharam
para um lugar de cinzas, um lugar estranho
onde não sei a localização.

Sei cada vez mais, porque sou um monstro,
E os monstros não fingem.