quinta-feira, 4 de julho de 2013

Corre

Podem fugir, ninguém vos irá deter
- Para já -
Corram até os músculos arderem
até o sangue ferver
Até que os ossos implorem por quebrar...
Escondam-se o melhor que puderem
- Não serão encontrados, para já -
Por de trás desses véus pintados de negro
para disfarçar um transparente tão vísivel,
Nesse local escondido, dentro do segredo,
Nesse lugar sagrado onde não penetra o medo...
Tão certo como o sol nascer e morrer e voltar a ressussistar
todos os dias...Tranquem as portas dessa vossa casa,
Construam muralhas tão altas quanto fortes,
Vivam aí, nesse vosso mundo pequeno,
Afastados do que esta terra cultiva de bom,
Apanhando serpentes para lhes arrancarem o veneno,
Enquanto podem , e só o podem para já...

A leveza doce é trocada pela maldição do que é amargo,
São deixados escapar, para sentirem o que é ter escapado,
Mas não será por muito tempo...
As mentiras cuspidas durante o escuro da noite
serão trazidas à verdade do dia.
- Morrerei várias vezes, até que tudo esteja diferente,
Lutada será a guerra com o intuito único de trazer a paz,
Sem interesses, sem favores, sem falsas preces...
Será trazido à Luz,
- E não será já -
Por tudo o que foi conquistado
Por tudo o que ficou destruído
Por tudo o que é a maldade humana
E por todas as acções da estrela da manhã...

Podem correr...durante muito tempo.
E podem continuar a correr...
- Mas tudo irá mudar...Só que não será já -
Por isso, e por tudo o mais, continuem a correr.