segunda-feira, 13 de julho de 2009

Máquina do tempo

"Perfect by nature..." (Evenscence)
Esperem, parem a música, por favor, deixem-me corrigir:
Imperfect by nature... Agora sim, estamos a ser verdadeiros.

Ouço uma voz que me chama para casa,
De volta às minhas origens mais recentes,
Mas eu sou mais forte,(serei?), luto contra a corrente,(lutarei?)
Tranco-me a sete chaves nos confins do meu ser,
Ignorando o destino como os católicos ignoram a sua podridão.
O que passou já não volta,
O que passou no passado ficou, e já não volta,
Dou cordas a este relógio parado há tanto tempo
Como se a força que lhe trasmito o colocasse a funcionar,
E o tempo passou e nada mais dele restou,
Apenas fotografias guardadas, que em tempos foram amadas,
Agora ardentemente odiadas ou esquecidas.
Vidas derrotadas, vidas vencidas,
E somos nós tão novos, tão frágeis, tão inocentes.
E a vida já nos pesa como se tivessemos séculos de existência,
O tempo já nos destrói como se fossemos velhos,
Como se o amanhã fosso uma data marcada da nossa morte...
E vejo o céu tão alto, azul, belo, como se me fosse cair em cima,
Belo, azul, como se fosse um aviso do que não quero ouvir.
Movo-me sobre o vento, na esperança de acordar,
Vejo-te a sugar o azul do céu como se fosse ar, como se
por dentro, pensasses que jamais o voltarás a ver....
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Ignora a sombra que te cerca, que te segue, esconde-te atrás de mim!
Não fujas, luta, esgana a fraqueza com as tuas mãos!
REVOLTA-TE!
AHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Lavemos pois a alma, nas letras que se escrevem,
Lavemos a cara com água.
E mesmo que quisesse voltar atrás, nada seria como de antes,
Será isto pior?
Não...Não vos compreendo, como tão pouco me compreendo a mim.
Fúria louca contra todos quando me encontro menos feliz...
Sinto o tempo a trespassar-me a pele como uma agulha, várias, imensas,
E o tempo tira-me alegria por não o passar como mais quero.
A minha sombra, por mim criada, serve-se de mim para se multiplicar,
Mas eu não a quero mais, não, vai-te para longe.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Quero caminhar, estou farto de rastejar, de dentro para fora,
De fora para dentro, sem vontade de voltar,
É a minha hora de viver e querer ser!
Escrevo...



Escrevo...