terça-feira, 11 de agosto de 2009

Grande nada

Recordando a maneira como chegaste à minha vida, a única coisa que posso lamentar é teres saído de forma ainda mais absurda. E tento recordar o porquê. Sou meramente poético, mesmo quando tenho tanto tudo para dizer. Sou meramente uma mente inspirada, uma ideia original, um monte de linhas, quando tenho tanto tudo para dizer. E tu, por outro lado...tens apenas um monte de nada para dizer.

Não me enriqueces, não me mudas, ver-te falar é o mesmo do que ver-te pensar, um nada enorme.

Nada...O que disseste? Nada. O que queres que eu oiça? Nada.

Porque não sais do meu caminho com todo o teu nada?
Podes sair, assim depressa, como se fugisses do que mais te assusta! (Possivelmente imaginarias o tudo...)
Nada nada nada...
e nada...
Detesto o sabor do nada. Nada, o nada não me satisfaz.


Se pudesse, dava-te tudo para te encher todo esse nada.
Oh nada...onde vais tu? Não vou a lado nenhum porque lhe pertenço...

Porque usas o nada como essência da tua pessoa?
De tantas coisas que podias escolher ser, escolhes ser nada...

Nada. Um infinito de nada...adoro criar frases belas e sem sentido lógico.
És apenas nada, um nada finito na sua nudez e comprimento...

Durante tanto tempo queria ver-te de mais perto,
Para que o teu nada não me escraviza-se a dor,
Mas hoje, irrequieto, longe,
Recordo esse nada com uma réstia, como uma tentativa talvez frustrada de saudade...



Quero o que quero, e o nada não faz parte do que quero.
Sai do meu caminho antes que morra ao tentar agarrar-te outra vez.
Sou assim mesmo, uma faca com duas lâminas, uma de cada lado, perigoso para mim
e para os que convivem comigo...
Não me mintas...
Não me mintas!
TU NÃO ME MINTAS!

Pois sim, morreria por ti, se o teu nada, fosse apenas isso, um grande nada.
Mas não é.
O nada, o grande nada, o imenso nada que me dizes, e todo o outro nada que não me dizes...enfim...que posso eu esperar?
Que posso eu fazer?
Poderia responder: tudo, mas para não arruinar este texto, terei de responder:



NADA