sábado, 2 de fevereiro de 2013

Veritas odium parit ( X )

São poucos os caminhos que nos permitem
alcançar a luz sem primeiro
absorver as trevas...
Bate um coração, sedento por experiência,
de humana vivência, desesperado por expulsar a ilusão;
Bate um coração.
Nasce-se mas a realidade é como se já estivesse morta,
e a vontade, misturada com a raiva
asfixia presa por uma corda.
Não existem conclusões, apenas um adormecimento
sóbrio, consciente, num estado dormente...
Num sentir doente a respiração é quase mecânica,
a fraqueza é frágil como uma peça de cerâmica,
A peça cai destruída no chão - não há lugar para o perdão
porque nunca existiu culpa.
O ódio é gerado pela verdade, por essa
justiça apática, por esse gritar calado...
Bate um coração.
Um monstro é despertado. O lado negro
é solto de uma caixa dada como perdida...
O pendulo dança tão devagar...
O rugido surge - a banalidade dos sentimos
é rasgada e o pensamento é pisado
por enormes titâns - seres dos três Tempos
que caminharam, caminham e caminharão
pela eternidade.

A destruição inunda a alma
sem direito a julgamento
sem direito a permissão.
Esconder, mentir, facilidades para a felicidade,
Perder, desistir, facilidades para morrer.

A verdade gera o ódio.
E a humanidade não se salvou.

["Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa: salvar a humanidade" , foste enorme Almada Negreiros]