quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lua negra

Nem de origem pombalino, nem de estilo gótico...Tão pouco sou um protótipo. Resumo-me à minha insignificância e à minha importância: sou eu próprio.

"Be yourself, by yourself!" ( Walk )

Vim aqui hoje declarar...que tenho saudades de quem fui.
Tudo nos custa quando tem de custar,
não é algo que possa por nós ser escolhido
ser ou não sentido.
Escolhe-se um ser humano
deste mundo e observa-se o sentimento
evaporar, tornar-se desaparecido.
Todo este tempo declaraste que morrerias por mim.
Custa-me sentir que talvez seja verdade. Que talvez
seja uma vaga verdade à qual não me dediquei.

Deixei um perfume vivo na tua roupa, deixei uma recordação
viva dos meus actos e pensamentos falados mais alto...
Deixei saudade. Deixei saudade onde ainda existia presença.

Uma lua negra paira num céu branco.
É tudo luz, luz que consegue colorir todo o céu,
e sozinha está essa lua negra, que escurece um pequeno ponto.

A paga é cara para quem não se deixa ser.
O erro pode causar repercussões no círculo que nos
rodeia...mas a verdadeira praga, o verdadeiro sofrimento
o verdadeiro abatimento vai-se fazer sentir em nós
próprios...
E sobra uma secura, uma solidão que se arrasta em loucura...
E no vazio que se estende existe ainda uma procura,
não se sabe dizer muito bem do quê
apesar de sabermos a sua essência.
E este pesar, ou esta saudade,
perdura...
E a teimosia da água
a pedra fura...
Tudo e nada
na mesma figura.
Sinto saudades de tudo
o que enche. Do vazio que enchi.