terça-feira, 14 de outubro de 2008

Encantamento

Por isso vim,
Envolta em sombras
E cinzentas poeiras
Ouvi-te chamar.
E porque iluminas
Pedaços da noite
Como matas o dia
Trazendo as trevas
Vim.
Enfrento-te sem nada recear.
Enquanto me encantas
Eu finjo não me deixar
Encantar, saboreio a tua
Pessoa e gosto tanto
Da tua presença
Como gosto do teu lado lunar.

Um ódio reprimido
Solta o meu eu num
Espaço reduzido ao teu encantamento.
O melhor passou a pior
Num instante banal,
Sem regras, sem justificações,
Sem beleza…
E quando algo perde a beleza,
Seja ela de que género for,
Tudo perde sentido e lógica.
Quando vejo a tua alma
Força de tempestade
Tornar-se brisa,
Onde luto por ressuscitá-la
Sem conseguir,
Então começo a perder
O encantamento.
Com triste agradecimento
Procuro desencantar-me.