terça-feira, 5 de abril de 2011

Flesh into divine

(E deixo ficar no ar, já que não o posso escrever, que sendo ou não o último, este texto é dedicado a todos, sem excepção, por razões melhores ou piores, na esperança da compreensão que só existe um silêncio bom, aquele que não é calado.)

Pelo terceiro olho.

Nesses traços divinos da vida
às vezes tentei encontrar
razão e sentimento
para neles me agarrar...


Quão díficil é descrever
um verdadeiro herói?
E encontrá-lo? E sê-lo?
São restos de divino
que devido à nossa
cegueira escolhida e acolhida
se transformaram em pó...

Se já são poucos os
que olham o horizonte
são ainda menos
os que ainda procuram a ponte
entre a terra e Deus...

Como nos pode parecer
melhor a escuridão
quando existe no seu centro
pelo menos uma luz
que chama muito mais a atenção?

E eu que não encontro
(ou não me esforço por encontrar)
uma face maior de Deus...mas ela aparece-me
clara e real
numa história cantada
sobre dez mil dias
no fogo do sofrimento...
Talvez a razão de tudo isto
seja não conseguirmos ver com tamanha luz...

E mastigamos a desgraça,
Moemos a raiva
e louvamos o ódio e indiferença...
Não quero ser um herói
mas queria descreve-lo.

Naqueles momentos em que
tudo parece ruir à nossa volta;
em que imaginamos não ser possível
piorar mais ainda...Que ingenuidade,
que falta de percepção...(Podia piorar tanto...)
Só que às vezes só queremos
que tudo rua de uma só vez,
entregues ao silêncio
e ao maior sofrimento,
assim enquanto doer tudo
assim até talvez começar de novo...

QUE ASCENDA O ESPÍRITO DO CORPO
QUE UMA CHAMA IMENSA
FORTALEÇA AS ASAS QUE NUNCA FORAM
USADAS,
NA CONSTRUÇÃO DE UMA ELEVAÇÃO
DE UM SER HUMANO
NA SUA HUMANIDADE DIVINA,
ONDE AS CORES SE FUNDEM
E A SENSAÇÃO É INDESCRÍTIVEL...
onde com as mãos unidas
ou os lábios
ou promessas e batalhas
sentimos que fazemos parte do universo
e que somos a peça que faltava.