domingo, 21 de junho de 2009
Terceiro olho
Vejo-te a palmilhar o chão...
Há procura de respostas , de uma razão,
Vivendo nessa desilusão humana, chamada sofrimento.
Queres amar, mas não amas ninguém. Não queres odiar, mas odeias todos.
Revoltas-te dentro de um caminho escuro, com todas as luzes apagadas.
Escuridão...nada mais existe além dessa tua escuridão?
Porque preferes a escuridão a abrires o teu mundo?
O escuro fecha-nos a alma, entrega-nos ao mofo, ao desespero, à solidão,
A uma frustação desesperada recheada de desilusão.
Não te sufoco mais, longe de mim afundar-te mais...
Não procuro vontade louca. Procuro encontrar-me,
Sai do meu caminho ou junta-te a mim...
Um olho gigante vigia-me, como se estivesse amaldiçoado,
E sei que também te vigia, de perto com o seu olhar,
Um olhar negro, penetrante, à espera que a tua vontade
se desfaleça...
Um olho com dois olhos, à procura de algo.
E no escuro aguardo a escuridão, como se não me restasse quase mais nada.
E no escuro recebo a luz para sair da escuridão.
Sinto por não sentir um pouco mais,
O mais que seria suficiente.
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