segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Birds of prey


"Trouxeste-me a paz; e eu que vivi toda a minha vida em guerra..."
"Não tens medo de encarar aquele que parece mais forte que tu?! Maior que tu?!
- Não penso assim...e é por isso que nunca serás recordado como eu serei, mesmo daqui a muitos séculos..."
(Tróia - Filme)
"Um Homem define-se e prospera apenas por uma só coisa: a coragem..." (G.)

Cinza...Cinzento...
É esta a chuva triste que vai caindo
neste momento,
é este o palco onde o elenco
se esforça por demonstrar emoções
por delirar com a alma e com a vida,
Tudo envolto numa paz celestial
e num valor de cristal inexistente,
por muito que queira não aguento!,
mais,
Nem mais um pouco que seja...

Peço ao vento que me leve para um lugar qualquer
mas ele já não me escuta
mais,
cansou-se de preces sem sentido
de alguém que parece gostar de estar perdido...
Vivo num mundo ao qual ninguém se me rendeu
mas no qual eu acabei rendido,
fraco e poderoso,
num sentimento contraditório
de estar arrependido.

Já senti nesta minha existência
pequenas auroras
que se estendiam como céus
como um futuro seguro
e belo,
onde lutaria cada dia por um dia seguinte melhor,
digno de ser caminhado
explorado, vivido.
A luz desvanece. Tudo à minha volta adoece
numa cinza duradoura.
É uma frescura que tarda em me chegar
e ficar presa a mim por muito tempo
ou para sempre.
É esse lugar onde já estive
que me faz pensar, e não conseguir esquecer,
é esta pequena batalha contra o Homem
e o Divino
e o meu caminho,
é um bater de coração no escuro
onde já existiu iluminação.

É um ritmo supremo, calmo, sereno,
libertador de todos os venenos
capaz de destruir feras e odiosas sensações
no mais extremo sentimento.

É a coragem que dita o passo de cada Homem
e o passo dos Homens que chegaram a esta praia
a este campo...a esta cidade.
A tudo o que me rodeia falta a mesma coragem que
me falta a mim;
que me faltou
e que me faltará se não for alimentada.

Sou o nome de uma oração repetida
vezes sem conta, até
ser
esquecida.
E as aves da oração
voam de asas bem abertas
sobre o telhado da minha existência;
alimentam-se dos meus mais profundos medos
e tentam consumir os meus mais horrendos segredos,
e tentam auxiliar-me;
pedem-me que não me queixe
e que faça por amar-me, para ser fome
que procura a cada dia o seu alimento...

Queria aguentar,
e mesmo não aguentando
os dias passam e eu aguento...
Para onde foram?
Para onde me levaram?

Uma das aves morre com peso de universo
uma distância à minha frente...
Nos seus olhos cor de cinza...cinzento,
desejo o renascimento do poeta morto
pois tudo é enorme
nas cinzas
de
um
sentimento.