quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Contrariedade contrária

"And I feel this coming over like a storm again now.
And I feel this coming over like a storm again now.

I am too connected to you to
Slip away, fade away.
Days away I still feel you
Touching me, changing me..."
(da banda de sempre - H.)

Nasceu em 1987 uma contrariedade
contrária. Revolta e paz unem-se
num sonho profundo, do qual por vezes
é difícil acordar, como é fácil esquecer.
Um labirinto com várias saídas
mas com apenas uma entrada...
Estranho por parecer diferente,
mas diferente por ser igual,
São ideias, são ideais, são revoltas escritas
verdades escritas, reflexões,
São milhões de palavras unidas em versos,
São sonhos por realizar, feitos desfeitos, feitos
por acabar...

Como um destino incerto,
Foco de perto o meu olhar, para ver mais longe,
Devia ter chorado, mas não me importo.

A incerteza rodeia pessoas em vias de extinção,
São pessoas diferentes, valentes de alma,
Sem conflito entre o bem e o mal.
E são pessoas que merecem o melhor que lhes podemos
dar.
Sem hesitação.

Tudo o que somos são palavras, palavras movimentas
que se transformam em movimentação,
E quando damos por elas, somos acção.
Respiração para nos mantermos vivos.

E no fim, fico com os olhos presos, contemplando
outros olhos, outra expressão, um rosto,
que ficou para longe.
Sempre tão perto. Que ficou para longe.

E não lembranças más,
E tudo o que mais não basta
E tudo o que não aceite como sentença
é o que por vezes resta
e que se chama bela esperança.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Projecto

Existem milhares de mendigos em Lisboa. Por mendigo entenda-se qualquer ser humano, sem tecto, ou melhor, com a lua e o sol como tecto, assim como a temperatura muita fria ou muito quente da rua...São milhares só em Lisboa.

Um edifício. Um edifício enorme. Um edifício do tamanho do Hospital de Santa Maria, ou do Centro Comercial Colombo.

Muito ao estilo lista de compras começou-se a fazer um esboço do necessário para serem cumpridos todos os objectivos.

Foi preciso uma equipa de pessoas, alguns profissionais outros nem por isso, mas movidos de muita força de vontade e tempo aplicado em algo, na sua opinião, produtivo.
Foram reunidos alguns engenheiros, gestores, e especialistas de vários ramos, a missão era só uma: criar algo nunca antes criado.

Conseguimos, através de estudos e de algum bom senso, chegar à fácil conclusão de que para melhorar em grande parte a economia do país não basta dar ajudas às empresas, e alargar ainda mais o fosso enorme entre muito ricos e muito pobres, entre ricos e pobres, deixando no meio algo a puxar mesmo assim, para o pobre. O que calculámos, foi que ao eliminar por completo a pobreza, com algumas medidas importantes (que serão exploradas mais à frente) podemos contribuir favoravelmente para a melhoria da situação do nosso país.

A nossa ideia foi melhor aceite pela UE do que pelo próprio governo, que para não variar prefere optar por investimentos de origem e futuro duvidosos...mas mesmo assim contribuiu com dinheiro. Recebemos ainda apoios financeiros de empresas privadas como de instituições, assim como doações de milhares de pessoas, conscientes da nossa missão. Do nosso projecto.

É preciso ter em conta que para ultrapassar qualquer obstáculo é preciso duas coisas: vontade para o ultrapassar e sabedoria para o ultrapassar. E nós, graças a nós, graças a Deus, graças à vontade positiva que gira no universo, conseguimos ambas as coisas. A vontade nunca faltou...a sabedoria foi-se arranjando.

Existem três maneiras de agir na vida, segundo o grande Emanuel Kant:
-Agir bem por ser o que está certo. (Chamem-lhe razão, coração...o que for.)
-Agir bem por interesse. Apesar de se estar a agir bem existe algo em "troca". No entanto...
-Agir mal.

E nós no nosso grupo tínhamos pessoas do primeiro e segundo estilo de agir...e bastou para superarmos as barreiras.

Nunca na minha vida vi tanto dinheiro investido num projecto social. Num projecto, onde o retorno do capital investido demorasse tantos anos ou décadas a ser concretizado.

Era um edifício enorme. Não era o edifício mais belo de sempre. Mas talvez o edifício mais importante de sempre. Era largo e alto. Tinha à volta de sete andares, senão me falha a memória. Algumas pessoas riram-se quando lhes disse que apenas tinha sete ou oito andares: "Mas como lá coube tanta gente? Ou colocaram todos a dormir uns em cima dos outros?!" Nada disso. Como comecei por dizer: era largo(e alto). A largura era suficiente para:

Criar o maior refeitório alguma vez visto em Portugal;
Quartos suficientes para todas as pessoas, mesmo algumas dormindo aos pares ou em maior número (se fosse por vontade própria ou necessidade);
Casas de banho que não abundando em luxo conseguiam servir um par de quartos;
Quartos cuidadosamente criados para terem conforto térmico e acústico;
Sala de computadores, televisores;
Três quiosques colocados de forma estratégica em todo o edifício;
Um pequeno centro de saúde;
Compartimentos dedicados às mais vastas áreas: psicologia, empreendedorismo, etc's;
Gabinete para novas ideias e inserção social;
Espaço exteriores verdes assim como espaço reservado para novas construções;
Espaço para exercício físico;
Pequenas empresas, de vários tipos que apostaram neste investimento social connosco...

Conseguir acolher todos os sem abrigo de uma cidade não é para qualquer um...
Nem para quaisquer muitos...
É preciso força. É preciso vontade e dedicação.

Conseguimos um edifício que acolhe todos os que apenas tinham a lua como tecto. Conseguimos dares-lhe uma vida melhor. Conseguimos na maioria dos casos dares-lhe um trabalho. Conseguimos o impossível, algo que mais ninguém pensou.
A única barreira que separa o possível do impossível é só uma: nós.

Todos nós temos vários sonhos...

Este é um dos meus...
Para já agora tenho outros. Este aguarda o seu momento.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Revolução 22:20

..o passado não deveria bloquear, pelo menos totalmente, o presente..

Os receios que me prendem ao chão
São iguais aos teus, aos vossos.
Todos nós temos medo de algo...
Todos nós temos medo de muitas coisas...
O que é o medo?
Algo que nos impede de enfrentar
as coisas mais simples,
as mais complicadas,
Algo que tem passagem...
Mas o medo destrói qualquer ponte...
da mais resistente à mais fraca,
E quando isso acontece...
O medo envolve-nos...Ganha.
E ficamos sem conseguir atravessar o rio,
pois a ponte foi derrubada...

Uns reconstróiem a ponte...
Outros vêem-na seguir a direcção do rio...
Não vos posso dizer com clareza qual deles
mais sofre...
Porque todos nós sofremos, qual seja o caminho
escolhido.
Mas outros vivem felizes com tempos menos bons
que aparecem por vezes...lei normal do mundo e do
universo...
Outros, sofrem...talvez sofram mais do que o devido.

Eu já deixei pontes ruirem e fugirem maré
abaixo...e já reconstruí pontes.
E o tempo ensinou-me,
(algo que pode não ser verdade...)
Que é preferivel reconstruír
do que ver um outro lado desaparecer...

sábado, 16 de janeiro de 2010

O dia em que a lua matou o sol

"There is no love, there is no pain."

No dia em que a lua matou o sol
a noite pôs-se mais cedo...
E o dia não viveu até tão tarde.

E cairam estrelas do céu como até
então nunca se tinha visto,
Durante muitas horas.

Dei-te a mão. Afinal de contas
de que vale ver-se o fim, ou algo semelhante
sem ti ao meu lado?
Não vale de nada. Tenho dito.

Nesta luta constante entre o que de facto
vale a pena e o que é fútil,
prefiro ganhar a batalha.
E o céu quando se torna apenas escuro,
Escuro na sua totalidade,
Pergunto-me: O que valeu de facto a pena?
E é então que me apercebo
que não importa o que valeu a pena,
Importa apenas o que ainda vale.
E isso, parecendo que não,
Ignorando que não,
Pode valer...

Quase tudo, na vida.
E a lua nunca matou o sol,
porque sem sol ela não tinha a mesma luz.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Negro, escuridão clara

Onde tudo começa...Onde acaba tudo.
Queriam a minha abstenção? Nunca a terão.
Queriam a minha fúria? Hei-la!
Sem luz, sem sensibilidade, sem ilusão.
Tão negro como um padre, que nas ruas
caminha de vestido preto, com toda a sua
suposta brancura camuflada.
Negro sem ilusões de cor alguma.
O meu presente para todos vós
é apenas aquilo que posso dar.
E basta, é muita talvez.

Queriam a minha fúria? Hei-la!
Sinto-me quase traido por toda a paz
que destribuí, em caminhos mais claros.
É a triste realidade...lutamos muito para sair
das trevas e chegar à luz...e depois, num quase instante,
sem pensar muito, sem questionar,
estamos de volta às trevas.
É tão certo como nascer para morrer
sem deixar rasto histórico.

Verdade seja escrita:
Querem a minha fúria? Sintam-na!
Que vos fira todo o corpo e o que vos resta da alma.
Já não vos elevo para sentirem mais longe,
Elevo-vos para a queda ser mais desastrosa, quem sabe
fatal.
Nunca vos desejei o mal, mas estou numa encruzilhada,
E por vezes penso ou sinto mas nunca demais...
Talvez seja esse o verdadeiro problema.
Quem sabe?Talvez...

Nunca digas nunca, nem nunca prometas o que não
podes cumprir, todas as feridas saram...
Outras apenas demoram mais tempo.
Não morro no tédio, aflijo-me nas ideias
que me empurram para bem longe.
Tortura.
Mas não sofro na pele como outros,
Nem na alma como outros tantos.
Apenas sofro. E pergunto-me: Porquê?

Como se bastasse a minha fúria mal direccionada,
Como se bastasse querer o que não sei
e ter o que não quero,
Como...
Como.
Escuridão que se ausenta e volta como a chuva
em tempos de seca, chuva que não vem em tempos
de seca. Inconstante vida, inconstante saber.
Seca as lágrimas do racicionio e da razão com
lábios para depois os usares num beijo sentido...
Eu imploro tréguas, para não matar em fúria.

Como sempre, para não ser diferente, ponto
de interrogação. Arrogante por pensar estar certo,
Sonhando por pensar não sentir o suficiente.
Agradeçam as tréguas e façam-me esse favor.
Para não ficar para sempre enevoado neste
terror de cor, neste sitio onde não existe
sabor, nem alegria,
onde chove todo o dia ácido escuro que nos
queima...ácido escuro que dá de beber às fontes
que nos vem, mais tarde ou mais cedo, cair
nos lábios.
O pior sabor ou dos piores sabores de sempre...

E vocês querem mesmo a minha fúria?
Pois HEI-LA!
E não percam o vosso não precioso tempo
a espera-la, a imagina-la...
E desta vez, mas só desta vez:

SINTAM-NA

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Aenema

(Aenema é palavra atoologiada para a união de duas palavras : alma e lavagem, conseguindo assim, de forma bela: lavagem da alma.)

Estou sentado neste mar gelado
Com os pés mergulhados nesta agua fria...
Sinto o corpo tremer, a fraquejar por entre
o frio, a areia, as ondas.
Não vos quero ver tão perto. Por enquanto não.
Mergulho neste mar gelado, desejando
não morrer de frio, apenas quero
sentir-me parte de algo bem maior.
E saber que estou mais perto do que longe,
Mais perfeito que imperfeito,
Mais forte do que fraco,
Sentir-me melhor.
Sinto o sal, deixo-me salgar...

E acabo então por entender
que este mundo talvez esteja condenado...
Porque são cada vez menos os que
ajudam quem mais precisa,
São cada vez menos os que nos iluminam,
Cada vez menos os que tentam melhorar,
São cada vez menos os que lavam a alma...

As pessoas são cada vez menos humanas...
Um pequeno esforço.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Poesia aleatória

Começaste a criar razões para desistir,
por ser mais fácil.
É mais fácil encostarmo-nos ao tédio
e deixarmo-nos levar, pelo seu embalar,
quando damos por nós fazemos parte da rotina.
Sem vento que nos sacuda,
Sem Deus que nos acuda,
Sem verdade que aparece sem querer
e mais depressa ainda fuja.
Não quero ser fuga, nem entrada,
Quero

Ser o centro acolhedor e quente do mundo,

Onde as pessoas passam por mim, como se fosse
um pequeno banco de jardim: algumas passam sem notar
outras sentam-se. Ouço várias histórias por dia,
Choram e desabafam para cima de mim, e riem-se,
Contam-se imensas histórias.

E sou um pequeno universo finito, mas rodeado de outros
universos finitos, mas todos juntos, somos infinitos.
E estamos famintos de vida, de sabedoria, de evolução.
Mesmo que para evoluir se tenha de começar de novo.

E pela primeira vez não me vejo ao longe
como se fosse outra pessoa,
Farto em acções não só imaginadas,
Criador de feitos,
Não...
Agora sou apenas eu. Sendo o que sou
e não o que é suposto ser.

E não vou a lado nenhum, porque já aqui cheguei.
Uns gostos, outros não.
Aliso arestas mas não me transformo
no que vos dá mais jeito.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Pesadelo

"Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums ....
Go back to sleep..

Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums ..
Go back to sleep.......
Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums
(go back to sleep)Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums "
(A Perfect Circle)

Deuses não louvados, que me aparecem nesta
noite tão escura...Estou deitado
mas não me sinto seguro, como se pertence-se
a outro lugar, outra realidade, menos mediocre.
Porque a culpa é minha.
Mas não tenhas medo, estou aqui...volta a dormir.
(Como se eu conseguisse...
É veneno, é teimosia, não consigo adormecer!)
Levanto-me para me voltar a deitar,
E o sol nunca mais chega, vivo neste pesadelo,
Neste desassossego.
Volta a dormir...
Mas não consigo!
Vejo sangue por todo lado, derramado por culpados
e por inocentes, pedaços de carne humana
servem para criar edificios...pavimentos...
Tudo morte em meu redor...
Morrem de sede, de fome, morrem de tudo.
Morrem por tudo e não são ajudados por nada...
E queres que volte a adormecer?
Volta a dormir...
Não quero fechar os olhos! Continuo a ver
todo este mundo negro, apedrejado
por meteoros colossais...
Acabo por quase aceitar esta vitória
da insónia, do sonambolismo.
Uma vitória de Deus sobre o catalocismo...
Volta a dormir...
Deixa-me,em,paz!
Suor escorre-me do rosto, um calor externo
arrebata-me o corpo, porque não consigo
adormecer na paz da calma?

São mentiras, telas horriveis, imagens verdadeiras
e chocantes...
E dou por mim a escutar a voz que me incita a dormir,
E a dar-lhe uma oportunidade...
Conto corpos como se fossem ovelhas...
Acabarei por adormecer...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O início do fim

"TIREM-LHES TUDO, MAS NÃO LHES DÊEM NADA!" (300)

Existem duas vozes que pairam neste ambiente final.
Um chega-nos das profundezas das trevas,
Uma voz arrepiante, quase surda...
Outra está à nossa volta, omnisciente,
Calma, mas guerreira...Forte para quem
não é filho da fraqueza.

Lutai, Lutai, Dai tudo o que pudeis dar,
Até que se gaste toda a energia,
E mesmo gasta, Lutai mais um pouco,
Até que sejas o teu todo lutado.

Não lutes por lutar,
Ultrapassa os conflitos sem luta
se isso for possivel...
Mas se tiveres de lutar:
então luta como nunca lutaste,
Com toda a tua força,
Como o teu corpo todo, toda a alma,
Toda a paixão,
Honra o teu adversário dando o teu melhor,
Se entrares numa batalha que seja para ganhar!
E se perderes então ganha experência,
Consciência do erro, compreensão,
Para não repetires a falha.
Dessa forma ganharás sempre!

Sábios, velhos homens de barba branca
a cair no vento que as abana...
Uns sofreram e ensinam.
Outros ainda sofrerem e aprendem.
Sem o sofrimento não existe arrependimento,
Sem arrependimento não existe lição,
Sem lição a vida é vivida em vão...

Em nome do Pai, do Filho,
Do Espírito Santo, Ámen...
Rezemos, pelo início dum fim tão próximo,
Uma nova aventura para os mais bem aventurados.
Segredos escondidos, mentiras por outros semeadas,
Numa terra onde o sal não salga
Ou será a terra que não se deixa salgar?

Meu velho amigo queria acreditar que neste mundo
Apenas mudam as datas...que o que é bom se vive
em todos os momentos...A todo o tempo.

Chove muito...algures estão felizes:
Água em abundância para matar a sede aos solos...
Noutro algures estão a morrer
com pequenos diluvios ser arca que os salve...
E eu aproveito o sol assim como aproveito a chuva...
Não sou especial, apenas tive sorte.
E cantam por aí que o fado é triste,
Que viver é sofrimento.
Dúvido. Mas também nunca fui colocado à
verdadeira prova.

Ai...

Que se acabe com o fim de vez,
Que se comece o inicio,
Não quero mais do que aquilo que não posso ter,
Mas continuo querendo...
Por isso preciso de sentir pensando
Enquanto sonho agindo.

Sim.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Projecto destruição

"Começámos na cave...Agora passamos à acção..." by Tyler Durden

Destruição em peso, maciça,
Levanto-me, estico os músculos,
Deixo para trás a preguiça...

Sou prodigioso, astuto,
Simples mas ao mesmo tempo
tão perigoso...
Sou fruto que cai da árvore
mas não chega ao chão.
Criaste o projecto
Eu coloco-o em prática...
Projecto de destruição.
Um ataque massivo, destrutivo,
Capaz de abalar o mais forte ser vivo...
Eu consigo. Tenho aptidão mais que suficiente
para fazer tremer toda a terra,
Cada habitante treme, todos tremem.
Rezem...
Peçam...
Um dia chegarão todos lá...
Por enquanto cerrem os dentes, fechem os olhos
e deixem-me ser livre,
Elevar os mares, criar Adamastores verdadeiros,
Assobiar ventos capazes de fazer ruir prédios,
Não temam...Apenas vim para ficar!
Crucifiquem o vosso ego, antes que seja demasiado
tarde...
Apertem o coração antes que este se parta,
Porque para mim destruir não é divertimento:
é uma arte,
que luto por aperfeiçoar...

Sou aquilo que vocês nunca serão:
verdade explicita, cor viva,
acção vitalicia...
Paralisados...nos vossos medos
nas vossas frustrações...
Pequenos animais ditos racionais
sem ordem, sem responsabilidade,
Sedentos de poder, amargura e arrogância...

Não é como se já tivesse morto alguém...
Já matei tantos. Nestes anos todos
desde que existo, desde que existo na vossa
existência.
Não é maldade...é excesso de sobrevivência.
Não é matar com honra, é matar com inteligência,
Com uma mão no poder e outra na consciência.

Querem brincar ao jogo dos deuses,
Ver quem tira mais peças ao tabuleiro
de Deus...
Minha gente: os milagres faz Deus
E não vocês.
(Ao dizer isto foco apenas
os miseráveis de alma
que se julgam maiores, melhores,
capazes de algo que não possuiem...)

Levantem-se furiosos, a escorrer
ódio como se fosse lágrimas, como se fosse suor,
Soltem-se...
E mais uma vez
Finjam querer mudar algo!

Como chegámos a isto?

domingo, 3 de janeiro de 2010

Peça de Cristal

(A pequena peça cilindrica de cristal caiu ao chão...Um grito, um arrependimento, pena...
"Foi só um objecto que se partiu..." "Não passa disso mesmo!")

Sempre esmaguei com os pés nus
qualquer vidro, qualquer cristal,
E qualquer material partido,
espalhado no chão...
Mas algo mudou. Finita ou infinitamente,
até onde me levar a espessura, a compreensão,
a facilidade ou complicação de elevar uma alma...
A sua constante satisfação.
Demorei tempos a surgir das sombras,
O vento que por mim passou rasgou pele
deixou o terreno quase àrido.
E agora, como que assombrado com o medo
de partir uma peça de cristal,
Observo-a, comtemplo-a.
E a vontade de a manter intacta é forte o suficiente
para preservar a sua essência, a sua forma.
Contemplo-a, porque é única,
E a última coisa que quero
é vê-la partida, juntamente espalhada com
todo o vidro e qualquer material
que está amontoado no meu chão.