sexta-feira, 3 de julho de 2009

Maktub


Maktub quer dizer em àrabe: está escrito.

"Lembra-te que não acreditas nessas tretas do destino, que és tu que fazes e escolhes o teu próprio caminho." (Matrix Reloaded)

Deus deu a todo a capacidade do livre arbitrio, apesar talvez da contrariedade de ter para nós todos um plano.

Está escrito...ou não?
Lanço a moeda ao ar...espero que o vento,
Ou a sua ausência, interfiram ou não,
Até que ponto a força, o jeito de rodar do meu dedo
terá alterado o resultado desta chamada ciência aleatória?

Estára mesmo escrito?
Se pensarmos que sim, caimos na tentação de difamar o seu escritor,
Por termos excesso de ignorância divina,
Ou por estar de facto longe da história que queremos ver
delineada...

Mas eu ajo como quero...ou não?
Conseguirei surpreender Deus como consigo surpreender quem está
à minha volta?
Perguntas estranhas invadem o meu ser...
Até que ponto existe importância nas nossas vidas?
Para além do prazer delicioso de viver?
Dói-me a ideia, dói-me tentar pensar em vão...

Na minha vida tenho vivido acontecimentos
tão certos, tão verdadeiramente encaixados
uns nos outros, como se de facto, estivesse escrito.
Por outro lado, não consigo acreditar que tudo aquilo
que eu faça, esteja algures já escrito,
por uma mão do tamanho da minha imaginção, enorme,
sem descrição palpavel, calma mas assustadora,
uma enorme mão, de um ser ainda maior,
que se curva perante algo que desconheço,
e que escreve a história, comprida ou curta, bela ou triste,
de uma quantidade de pessoas ainda maior...do que tudo o que posso
imaginar.
Mas porquê? Até que ponto existe de facto o livre arbitrio?
Até que ponto somos nós criados inconscientes, ou iludidos de consciência
de algo superior?

E um amor não prova nada...
Ou estamos a seguir uma ordem, ou a ser nós uma revolução numa ordem,
Ou a ser apenas nós próprios.

Talvez a resposta, esteja nessas entrelinhas da vida, na simplicidade quase drástica do meio termo. Umas vezes será talvez coincidência, outras vezes harmonia do destino...
E talvez o nosso romântimo diário, dite muitas vezes e distorça a verdadeira realidade...
Entre amar e pensar, fico na dúvida,
Sobra-me amar e tentar pensar ao mesmo tempo.