quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quando Deus me tirou os sentidos

Acordei certo dia
Vivendo um pesadelo
Soube desde logo
Que jamais iria esquece-lo.

Uma luz pálida expulsou-me
Da mim e obrigou-me a caminhar
Na rua.
Vi então uma chuva forte que
Caía do céu
E eu nada sentia,
Tudo em volta molhado
E eu privado da sua frescura.
A saudade antiga fez-te correr
Até mim, agarrei-te com força
Como se te fosse perder outra vez.
Afinal era um sonho.
Mas não sentia a tua pele
Beijei-te e não sentia o teu sabor,
Afinal era um pesadelo.
Encostei-me a ti… e nada cheirei.

Bate-me até perder os sentidos,
Não basta a fé que tenho?!
Acredito, não preciso de rituais inventados
Por homens que se julgam melhores,
Respeito, não preciso de ficar com
Os joelhos dormentes,
Digo, não preciso de ser hipócrita.
Perco a visão e fico nessa incógnita existencial
Do ser: não vejo, não sinto, não saboreio, não cheiro,
De que vale não sentir dor?
Não vale de nada.
Seja pois feita a Tua vontade
Se essa for igual à minha.

22/10/08 – 23:00