sexta-feira, 18 de junho de 2010

Desprezo da noite

Bem sei que ando meio longe daquilo que quero. Sei-o como mais ninguém sabe. Só a minha alma palpita ou se deixa fraquejar. E sei tudo aquilo que quero escrever, antes que venha essa sobra, que já lá vem...mas até lá não vem a sombra da noite...
Ando estranho, e voltou aquele "medo" de me deitar, de tentar dormir, porque por muito que esteja cansado ou com sono simplesmente não consigo adormecer. Se me deito à meia noite adormeço às duas da manhã...se me deito às duas, adormeço às quatro. E fumo até a minha língua ganhar um sabor estranho, fumo até sentir a língua estranha, sabor e sensação que detesto...mas não sei que fazer mais. Viro-me várias vezes na cama, procuro uma posição, procuro respirar calmamente, imagino-me em sítios calmos, cheios de beleza e paz...mas só me sobra uma insónia inexplicável. Odeio isto. Queria apenas adormecer, normalmente, e acordar ao outro dia consciente que não tive de "sofrer", de batalhar para adormecer...Odeio isto.
Neste momento escrevo...pode ser que o sonho acabe por vir. Depois é o estômago que não me dá sossego. É a adormecer, é a acordar.
Vou procurando o sono. O melhor que posso, mas não dá em nada. De certo já sentiram isto. Estamos na cama, sentimo-nos corpos deitados que pensam, que pensam em nada de especial, que apenas querem dormir, mas que não conseguem...Maldita noite. Maldita sombra que não vem. Não me interessa que venham sonhos ou pesadelos ou o vazio da manhã seguinte...quero apenas: dormir. Dormir só. Adormecer, descansar e acordar no dia seguinte. No relógio batem as três e vinte e oito...Sinto-me cansado, mas quase temo deitar-me...como se a cama que tanto gosto fosse uma cama estranha, desconfortável...O que sei eu sobre mim próprio? Possivelmente, pouco.
Eu só quero dormir.
Vou tentar outra vez...e seja o que Deus quiser. Quero repousar. Todos os dias, à sua maneira, são importantes...e é preciso agarrar o amanhã com força, energia, e sei lá mais o quê.
Está calor...será disso?
Deve ser de tudo.
Lá vou, de novo para uma cama quase estranha, tentar dormir um sono normal, bom ou mau, qualquer coisa...
Por hoje desisto. Desisto de tentar seja o que for. Vou tentar dormir...Outra vez.

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