Como não tinha mais nada para fazer, e dado que estou num dia que pensava eu vir a ser um grande dia, mas afinal de contas revelou-se um dia exactamente igual aos outros. Quando digo isto tenho de sublinhar: sem grande beleza, sem grandes feitos, sem grande entusiasmo, sem grandes amores. (Não obstante estar vivo e agradecer por isso mesmo. E isso será sempre apreciado, independemente das correrias dos meus dias.)
Sacrificai a vida que te foi dada para protegeres os que mais gostas
Num lugar sagrado e belo chamado Céu.
Sacrificai a juventude alegre que te foi dada
Para mergulhares em problemas vãos
E em situações mediocres...
Sacrificai o livre arbitrio, sacrificai a vontade
que balança no teu coração, sacrificai o corpo e a alma...
Sacrificai os que te amam, os que mais te ajudam,
Os que estão ao pé de ti mesmo que a eles sejas cego.
Esmagai o ódio, conquistai mudança!
Esmagai a falta de fé em ti próprio...
Esmagai...o que não pode ser esmagado.
Sacrificai os animais irracionais, sacrificai
as árvores que te dão sustento na vida.
Queria-te cantar uma música ao ouvido, sussurá-la,
Baixo, muito devagar, como se fosse uma oração,
Canta-la sem grande exagero no som, apenas uma canção
verdadeira, cheia de surpresa, leve, levezinha, muito baixo,
Sussurá-la devagar, para sentires que no mundo ninguém está só,
Que nem tudo tem de ser para sempre, nem o bom nem o pior...
Queria e vou querendo até me cansar...
Sacrificai a saudade, o peso das costas,
A vida materialista, a vida fútil, o pesadelo!
Digo e não o direi sempre:
SACRIFICAI O EGO!
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