segunda-feira, 12 de julho de 2010

Equador

Pergunto-me nos dias que correm até que ponto
posso-me deixar ir.
Até que ponto a minha capacidade de surpreender o outro
está ainda bem acesa no meu ser?
Não se trata de procurar com algum amor uma flor
mais bela num jardim,
com os próprios dedos separa-la do solo
tirar-lhe a vida
e oferece-la a alguém.
Não se trata disso.
Conseguirei eu, na extremidade de alguma coisa
no contrário de algo
ser o centro de alguém?
Ser eu o sol, o centro acolhedor do mundo,
onde existe calor e frio,
saudade e encontro?
É isso que neste momento me invade os passos,
os sonhos, os pensamentos...
É isso que neste momento me pára os passos,
me faz sonhar...que se apodera dos meus pensamentos.
Onde estarei eu agora? Sei onde já não estou,
mas tirei medo de onde possa estar?

E volta algo que não vem há muito tempo...
O medo de estar errado, o medo de errar.
Porque o meu melhor eu pouco ou nada falha
na hora de provar, de racionalizar,
de ter certeza...
Mas o meu melhor eu teme estar errado...
E se outrora tive vozes que me alimentaram
(ainda mais)
fomes que cresciam,
de momento
pouco ou ninguém tenho.

Eu sei que me podem mostrar a porta
e que só eu a posso abrir...
Mas o que temo é que me mostrem a porta errada...
Ou que eu, arrogante no erro, não aceite
a porta que me apontam.

Sim...Algo está a mudar. Ou algo já mudou.
E é como se um nome divide-se tudo ao meio
tudo feito em dois,
em duas partes quase iguais...
É a porta do tudo
ou é a porta da dor
que se aproxima?
Eu espero um sinal,
espero dois desejos...
Depois altero para sempre a posição do Equador.

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