segunda-feira, 17 de maio de 2010

A ironia da hipocrisia (espécie de tributo ao Judith)

Judith, Mer de Noms, APC.
Outra música ligeiramente 'contra' Jesus. Mas não a ouço dessa forma, a menos que me encontre numa fase mais revoltada divinamente. De qualquer forma o importante aqui é deixar-me levar pela revolta. Sim, hoje quase dispenso o ódio, para me revoltar com o meu já acostumado ódio de estimação...Por isso, estejas onde estiveres Judith, ajuda-me nesta 'missão', e abre caminho à revolta de crente, e à revolta de não crente, espalha fé, seja em que sentido for, desde que no fim se chegue onde se quer chegar.

Disse a minha irmã um dia destes ao jantar, algo que eu já tinha pensado há uns anos: porque é que não deixam entrar pessoas de calções e chinelos na igreja? Era assim que Jesus andava(de chinelos, e a túnica, que chegava até aos joelhos)...Que bem reparado. É por estas e por outras, já tantas vezes emanadas pela minha escrita e voz, que vocês continuam no topo da minha lista...Até porque, podem alguns apontar o dedo, também vocês guardam no vosso seio assassínios, assaltos, e um elevado número de vários tipos de violação. Logo, podem estar neste meu topo...
Mas falando do que me trouxe hoje aqui. Como podem de facto fazer com que a roupa, essa em concreto, não seja digna de entrar na casa do Senhor, que dessa mesma forma as usou? Como? Ele próprio era o mais simples possível. Como? Porque entendem vocês os Seus mandamentos ao contrário? Ele era simples...vocês complicam. Ele pediu um amor honesto entre todos...amor não vejo, e quando o há não passa de algo que dão contrariados. Ele apoiou e ajudou os outros, principalmente os mais necessitados...com respeito, amor e dedicação...vocês? Não ajudam. Ou ajudam com repulsa, nojo, medo, como se aquelas pessoas sem nada, vos fizessem pensar que este mundo seria muito melhor sem elas...Porquê? O que são vocês afinal?
Para além de todo o exagero, quer social quer económico, (na minha opinião), que este meu país deu à chegada de sua santidade na terra, como se a sua vinda trouxesse paz e calma interior, o que mais me fez pensar foi a frase que se seguiu à sua vida, que foi espalhada pelas ruas: Obrigado Bento XVI. Mas obrigado pelo quê? Alguém me explica? Por favor?
A única coisa boa que vi acontecer nesta semana humano-divina foi ter ouvido a melhor frase que alguma vez este Papa disse...e confesso, fiquei chocado com a verdade exposta assim, ainda hoje me custa a acreditar: Os piores pecados foram cometidos pela Igreja. Sim senhor, alguma humildade. A verdade é que este factor deve-se apenas a todas essas tristes verdades que se vão descobrindo agora sobre a Igreja. Porque se tudo tivesse camuflado como sempre, nada disto seria dito...Por isso, e por outras coisas, o único Papa que senti ser um homem que "representava" Deus, pela sua maneira de ser e de ver, era o Papa João Paulo. E disse ele, sem existirem explosões recentes no seu diâmetro: peço desculpa pelos erros da Igreja, inclusivé os autos de fé. Eu sei que não muda nada agora...mas foi melhor que nada.
E pronto, para não me alongar muito mais: porque razão se enchem vocês de ouro e diamantes quando Jesus era carpinteiro? Gostava de saber. Vocês acabam por ser como o ser humano fútil que vê importância algo que luz...Porquê? Até os próprios cálices, que deveriam ser o mais simples possível...são puro ouro. Tudo em vocês é ouro, tudo em vocês é riqueza, e vocês não passam disso mesmo (tirando raras e belas excepções...), se pensam que tanta luz material e rica vos leva em direcção à luz, então posso quase garantir, tentando manter o coração puro: estão completamente enganados.

1 comentário:

Joana disse...

Enfim, seja dita a tua verdade, tanto na terra como no céu. Devia estar exposto, sobretudo no terreiro do paço, no dia treze especialmente. Em cada igreja e antro de hipocrisia, na casa deles todos, os pecadores. Enfim, verdade seja escrita, está fenomenal, poderoso, sucinto. Está perfeito

«Ele era simples...vocês complicam. Ele pediu um amor honesto entre todos...amor não vejo, e quando o há não passa de algo que dão contrariados» As tuas verdades até deixam mossa...