terça-feira, 25 de maio de 2010

Durante a corrida, sentimento primeiro

Este texto, se menos fortemente sentido, poderia acabar na apologia do meu eu. Por alguma razão achei mais correcto coloca-la aqui.

Ontem corri. Corri muito. Foi a vez que corri mais ao que me lembro. E a minha cabeça ia pensando da mesma forma que todo o meu corpo ia sofrendo dor. Todo o meu corpo é exagero...apenas as pernas e os pulmões. Quando estou a correr as músicas que prefiro ouvir nem sempre são as mesmas que prefiro ouvir quando não estou a correr...Apesar de gostar de todas as que transporto. Os meus pensamentos iam já perdidos, quando parei na música Sober, dos Tool. A verdade é que a ouvi umas quatro vezes. Na altura foi o que me fez companhia, e a razão pela qual comecei a pensar nas reflexões que me fizeram escrever este texto.
Comecei a pensar que não, não queria ser esse tipo de monstro. Esse tipo de ser vivo. E a música entrava dentro de mim...de forma tão suave...e eu deixei. O bater do meu coração começou a bater ao ritmo da música, pelo menos assim parecia. Comecei a ter medo não sei do quê. Não quero ser mais um imbecil neste mundo, nem o pior mentiroso. Não quero preencher ninguém só para depois sair de lá, deixando um espaço vazio. Não te quero elevar só para depois te fazer cair...Não. Eu não quero ser assim. E depois pensei...mesmo não sendo assim, conheço tanta gente que sofre por pessoas como estas, que existem em todo o lado, a todo o tempo.
Meus caros...As pessoas não são objectos, que são usados e descartados. As pessoas não devem ser abraçadas apenas em alturas que vos dá jeito para depois serem descartadas. Usam e largam...sem qualquer amor puro ou reconhecimento...Amor?Amizade? Não...para vocês, tudo se resume a necessidade. E vocês são falsos...fingem amor, ou amam mesmo, mas muito pouco, para terem o que querem...seja lá o que for.
Dizem-me desde pequeno que não se deseja a morte a ninguém...muito bem, não o farei, mas devido ao sofrimento que causam, às cicatrizes que deixam nas pessoas, posso afirmar, sem qualquer ponta de sensibilidade, se morrerem não vos lamento, e não afectarão a direcção da minha vida por um milímetro que seja.
Há pessoas que não parecem pessoas...ou então sou eu que estou no lugar errado. Talvez isso seja mais verdadeiro. Todos queremos aquilo que queremos...mas a vossa necessidade é satisfeita da forma que calhar...a minha pode ficar pendente, mas tudo o que vem com ela é a fome e o sentimento. O mais triste é que vocês mesmo sendo dessa forma, dormem descansados (não sei como), sem arrependimento, e satisfizeram-se...Não sei porque sou assim. Por isso façam-me um favor: não me preencham se depressa me deixam.

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