sábado, 22 de maio de 2010
Narrativas deste monstro
(este é o meu post número 300...Não vou entrar em pormenores de comoção. Tenho tempo para quando fizer dois anos de blogue (se lá chegar). O que digo agora a todos é: Ouçam a música Stinkfist com ouvidos atentos, cérebro acordado, e coração vivo...façam o exercício de traduzir toda a canção...não se arrependerão...Eu sou péssimo a inglês e consegui fazê-lo. Absorvam algo...só vos faz bem.)
Isto já não é sentimento, já não é pensamento...Isto quase não
passa de sofrimento.
Esta inércia dos tempos que correm
afecta todos os que caminham neste mundo...
É triste, bem o sei...
E também eu sou por ela afectado.
Mas não faço disso o meu fado.
Continuo a sonhar fazer parte da História,
Tento aperfeiçoar-me sempre que posso
naquilo que posso
porque o engenho e arte nem todos podem ter...
E foi o Eça, e foi o Camões, e foi o Pessoa...
Eu tento.
Artista que é perfeccionista quer a aresta bem limada.
É a capacidade de valorizar o tudo
e ignorar o nada.
Estas folhas já não chegam para aprisionar o monstro
que há em mim.
Tenho desenhado no meu peito um olho com duas órbitas
que me lembra que este mundo está camuflado
em pormenores ocos...
Eu reconheço que sou louco.
Mas a minha loucura ainda tem limitações...
Não escrevo canções mas é como se as fizesse.
Consegues alcançar-me? Não. Então esquece.
Esquece-te. Começa de novo...
Uma folha branca.
Mas não uses folhas antigas
que ainda guardam pessoas e situações
muito mal apagadas...
Dou-te esta folha nova, é lisa, é virgem,
é uma folha perfeita para começares...
Narrativas de um monstro que escreve
para apaziguar a alma?
Eu já não sei.
Por vezes não encontro significado em escrever,
é algo que tomo como certo, como correcto,
existem coisas sem explicação...é vive-las apenas.
Não utilizo pêndulos para hipnotizar mais ninguém
além de mim próprio,
Consciente da minha vida passada...Tantos momentos.
Consciente que vou morrer, mais depressa do que aquilo que
poderão querer, mais depressa do que eu possa querer,
Acordo-me, e acordo a suar...não é calor, é um pesadelo,
ou será um sonho?
Não interessa...não consigo resolve-lo.
Nesta vida cometi várias vezes o erro que
Ícaro cometeu apenas uma vez.
Onde vou chegar eu?
Frustrado nessa missão de encontrar Pandora,
E depois de encontrar? A caixa não se abre...
Não estou acompanhado, estou sozinho por dentro,
faço lembrar a Circe.
Tudo vive e tudo morre num ápice.
As pessoas que me vêem parar aos braços
acabam por vir quase obrigadas,
Serei Hades?
Não sorriam por fazerem parte de todas as minhas
fases, todos nós fazemos parte de histórias alheias.
Corro para sentir sentimentos apenas,
corro para apanhar quem amo,
Sou um Mercúrio apaixonado...
Odeio o ódio, faço os possíveis
para ser um Cupido, sempre activo
na união de almas,
Sou frontal e frio quando chega a hora
de vos apontar erros desnecessários!, erros que fazem sem razão,
Erros que são mais prejudiciais a vossos próprios
do que as outros...
Todos somos diferentes...é verdade sim...
Mas todos temos um coração e todos nós fomos
abençoados com razão...
Não arranjem desculpas só para me causar transtorno,
Para isso já me basta a minha monstruosidade,
Não sejam felizes nem mudem para melhor por causa de ninguém...
Façam-nos por vocês.
Canso-me, desta intolerância com a qual me banham,
Farto-me, que tédio, que raiva.
Este monstro...
Este monstro.
Quem me dera que certas coisas dependessem de mim,
Quem me dera poder destruir barreiras que vocês
tomam como certas...
quando elas nem sequer existem...
Meu Deus...
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