Estavamos sentados na mesa de café...
Por momentos senti-me uma criança, uma onda de vontade abalou-me o espirito, como se fosse a primeira vez. A tua mão estava tão próxima da minha. Não que me faltasse coragem...Mas aprendi que na vida existem acções que devem ser pensadas, caso contrário as mudanças derivadas dessa má acção podem ser extremas. E ali estava a tua mão, junto ao pequeno copo do café. Detesto romances a menos que seja eu a personagem principal.
A verdade é que, nem sempre as coisas são como queremos...e a mesma mão que queria agarrar a tua foi a mesma mão que não a foi agarrar.
Ora, nem mesmo os filmes acabam bem. Ouço agora as pessoas ao rubro aos gritos: Não desistas! Luta por ela rapaz! Tenta!
Demorei a desistir, dei o meu máximo na luta. Dói? Não. Mas tenho pena.
Preferia que doece...Que viesse apenas a dor para adormecer numa revolta com um fim rápido. Mas não...o mal dos romances de cinema, é que quando acabam mal, o veneno todo do corpo demora um tempo que nunca sabemos. Alguns dias, semanas, meses, anos? Espero ansioso, tom irónico na minha escrita, ver quanto tempo tenho para esquece-la.
Conto-lhe a verdade, ela fica sentada a olhar-me. Sim, fiz bem em ter ficado com a mão aguardada na mesa. Dou-lhe um beijo na cara em jeito de despedida. Sim, fantástico, voltei há minha solidão completa. Viro costas, estou farto de tentar algo que não dá simplesmente, de me colocar no papel de bobo da corte versão romântico e servil...é então que ela me segura na mão e diz:
- Espera...O universo é parvo.
Sim eu sei disso...o universo, o destino, a sorte...o diabo a quatro.
Não fiquem já contentes, isto foi apenas uma frase bonita e original, a segunda melhor frase que teria ouvido dita para mim, não fosse a falha de sentimentos, foi apenas isso mesmo...Tu também és parva, sabes disso? Talvez por isso te julgasse amar. Mas o universo apesar de parvo está lá. E eu vou me embora.
Se há algo que aprendi foi o seguinte: tentem encontrar um equilibrio saudavel na luta e encontrem um tempo produtivo e não em demasia para essa mesma luta.
O problema do ser humano, antes fosse só meu, é dar por vezes demasiado valor às pessoas e coisas...erradas.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Foi hoje
Nem sempre falo bem, e às vezes, por muito que me custe, tenho de me contentar com o que escrevo... Dgth
Foi hoje que me apeteceu dominar o mundo
E fazê-lo sofrer nas suas próprias trevas.
Cansado, frustado, de criar sonhos sem resolução,
Tentar não basta, e detesto viver em pontos de interrogação...
Mais vivo que morto ainda respiro o ar que me refresca os pulmões,
Lixo tóxico, àrvores e pó.
Sou aquilo a que me canso, a acção forte que morre na praia.
Foi hoje que ganhei raiva e perdi a paciência,
Sai vencedor o mundo, tendo mais uma voz a gritar,
Alto, e grito alto, porque surrando poucos ouvem.
E os que ouvem destorcem as minhas palavras, como se fosse apenas mais um...
Mas não sou. Sou eu, e ser eu basta para ser diferente, porque
não existem iguais. Todos somos diferentes.
Cada um com a sua força, lutando contra a sua corrente,
Apoiando auxilio nos outros, remando em conjunto por vezes...
É isso o mar , é isso a vida, lutas constantes
com ilhas queridas a descansar no mar, os bons momentos.
Foi hoje que me disses-te que não.
Foi hoje que me arrependi de sentir a mudança,
De quando o amor que era cura se torna na doença, no veneno.
Ao teus olhos sou pequeno, pequena folha sem perspectiva de ser apanhada.
Mas já sou folha ao vento, grito por dentro, grito para fora,
Porque sei que vou ser ouvido. Não será por ti, nem por ela,
Serei ouvido por outrem. Sorrio na busca inalcansavel, para já.
Foi hoje que decidi mudar a minha fuga. Fugir para outros
nem sempre é a melhor solução...
E já vos disse, detesto viver em pontos de interrogação...
Quando digo detestar é odiar mesmo, querer cuspir na cara da hipocria,
dessa vossa verdade tão minuciosamente relativa.
Carregam a razão nas costas, escondem a verdade muito bem escondida...
Um dia, um dia...ganharei a guerra.
Foi hoje que me vi ao espelho...
Olhos côr de mel, sorriso simples, rosto mais velho.
Senti o tempo trespassar-me, rápido, mas muito devagar,
Como aquelas noite calmas de verão, sentado em amizade vendo o luar.
As estrelas são impossiveis de contar, como perceber
a maneira estranha de te moveres na vida.
Foi hoje que me batizei no abstracto,
Que me deitei no surrealismo do meu terraço.
Foi hoje que sonhei ter-te debaixo do meu braço, fresca, viva, bela.
Foi hoje que beijei as letras como se não viesse o amanhã.
Seco, uma montagem, discreto, fado aceso...Foi hoje.
Foi hoje que escrevi aquilo que queria dizer.
Disse-o...mas ninguém me ouviu.
Foi hoje.
Foi hoje que me apeteceu dominar o mundo
E fazê-lo sofrer nas suas próprias trevas.
Cansado, frustado, de criar sonhos sem resolução,
Tentar não basta, e detesto viver em pontos de interrogação...
Mais vivo que morto ainda respiro o ar que me refresca os pulmões,
Lixo tóxico, àrvores e pó.
Sou aquilo a que me canso, a acção forte que morre na praia.
Foi hoje que ganhei raiva e perdi a paciência,
Sai vencedor o mundo, tendo mais uma voz a gritar,
Alto, e grito alto, porque surrando poucos ouvem.
E os que ouvem destorcem as minhas palavras, como se fosse apenas mais um...
Mas não sou. Sou eu, e ser eu basta para ser diferente, porque
não existem iguais. Todos somos diferentes.
Cada um com a sua força, lutando contra a sua corrente,
Apoiando auxilio nos outros, remando em conjunto por vezes...
É isso o mar , é isso a vida, lutas constantes
com ilhas queridas a descansar no mar, os bons momentos.
Foi hoje que me disses-te que não.
Foi hoje que me arrependi de sentir a mudança,
De quando o amor que era cura se torna na doença, no veneno.
Ao teus olhos sou pequeno, pequena folha sem perspectiva de ser apanhada.
Mas já sou folha ao vento, grito por dentro, grito para fora,
Porque sei que vou ser ouvido. Não será por ti, nem por ela,
Serei ouvido por outrem. Sorrio na busca inalcansavel, para já.
Foi hoje que decidi mudar a minha fuga. Fugir para outros
nem sempre é a melhor solução...
E já vos disse, detesto viver em pontos de interrogação...
Quando digo detestar é odiar mesmo, querer cuspir na cara da hipocria,
dessa vossa verdade tão minuciosamente relativa.
Carregam a razão nas costas, escondem a verdade muito bem escondida...
Um dia, um dia...ganharei a guerra.
Foi hoje que me vi ao espelho...
Olhos côr de mel, sorriso simples, rosto mais velho.
Senti o tempo trespassar-me, rápido, mas muito devagar,
Como aquelas noite calmas de verão, sentado em amizade vendo o luar.
As estrelas são impossiveis de contar, como perceber
a maneira estranha de te moveres na vida.
Foi hoje que me batizei no abstracto,
Que me deitei no surrealismo do meu terraço.
Foi hoje que sonhei ter-te debaixo do meu braço, fresca, viva, bela.
Foi hoje que beijei as letras como se não viesse o amanhã.
Seco, uma montagem, discreto, fado aceso...Foi hoje.
Foi hoje que escrevi aquilo que queria dizer.
Disse-o...mas ninguém me ouviu.
Foi hoje.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Sentido de humor perante a vida
Ontem dei comigo a pensar nas ironias da vida. A vida é simplesmente irónica (e contraditória). Sim, apenas isso. Fico a pensar, mais sériamente, que o problema está talvez na nossa reacção (sentido de humor ou falta dele) quando enfrentamos a sua ironia. O nosso estado de espiríto perante os nossos passos irá depender essencialmente dessa postura perante as ironias (e elas são muitas)...
Exemplos práticos, existem muitos, consigo me lembrar de um pelo menos. Durante meses guardei um lenço de papel dentro do respectivo pacote. Estava "guardado" no meu casaco. Várias vezes peguei nele para o deitar fora, mas a verdade é que nunca o deitei. Esqueci-me dele. Certo dia perguntavam se alguém tinha um lenço...e eu, esperem lá...Deu jeito à pessoa em questão. Irónico o suficiente? Nesse caso em concreto acabei por sorrir...outras vezes os meus lábios retraiem o sorriso, e sinto-me frustrado e chatiado.
Lembrei-me de escrever este texto ontem à tarde... Vesti os meus calções, calcei-me, coloquei a minha música nos meus ouvidos e fui correr. Antes de chegar a Monsanto (lugar predilecto para correr) fiz um pequeno desvio para comprar tabaco. Que irónico! Uma pessoa que se exercita e que fuma...E antes de ir correr, de ir puxar por mim, pelas minhas pernas, pelo meu coração, pelos meus pulmões, eis-me, a comprar um maço de tabaco.
A vida é irónica! Os nossos passos são irónico. EU , EU, eu Diogo Garcia, sou irónico.
Este texto é apenas um pequeno desabafo, porque a verdadeira ironia da vida, a sua frustração ou alegria, está espalhada em muitos textos meus. Só não os vê quem não quer, só os não sente quem não os lê. A ironia da vida é pois, resumidamente, nas minhas palavras incultas e sem razão, algo capaz de nos fazer amar ou odiar, chorar ou sorrir...
Exemplos práticos, existem muitos, consigo me lembrar de um pelo menos. Durante meses guardei um lenço de papel dentro do respectivo pacote. Estava "guardado" no meu casaco. Várias vezes peguei nele para o deitar fora, mas a verdade é que nunca o deitei. Esqueci-me dele. Certo dia perguntavam se alguém tinha um lenço...e eu, esperem lá...Deu jeito à pessoa em questão. Irónico o suficiente? Nesse caso em concreto acabei por sorrir...outras vezes os meus lábios retraiem o sorriso, e sinto-me frustrado e chatiado.
Lembrei-me de escrever este texto ontem à tarde... Vesti os meus calções, calcei-me, coloquei a minha música nos meus ouvidos e fui correr. Antes de chegar a Monsanto (lugar predilecto para correr) fiz um pequeno desvio para comprar tabaco. Que irónico! Uma pessoa que se exercita e que fuma...E antes de ir correr, de ir puxar por mim, pelas minhas pernas, pelo meu coração, pelos meus pulmões, eis-me, a comprar um maço de tabaco.
A vida é irónica! Os nossos passos são irónico. EU , EU, eu Diogo Garcia, sou irónico.
Este texto é apenas um pequeno desabafo, porque a verdadeira ironia da vida, a sua frustração ou alegria, está espalhada em muitos textos meus. Só não os vê quem não quer, só os não sente quem não os lê. A ironia da vida é pois, resumidamente, nas minhas palavras incultas e sem razão, algo capaz de nos fazer amar ou odiar, chorar ou sorrir...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Bater no fundo para depois sentir a gravidade
(Constituição escrita do filme.)
-Já se faz tarde. Tenho de ir arranjar um quarto de hotel.
-O quê? Ahah...
-O que foi?
-Pede.
-Peço o quê?
-Com três cervejas em cima e ainda não consegues pedir...
-Peço o quê?
-Pede. Convidaste-me para vir ao café para me pedires para ficares em minha casa!
-Não...
-Pede!
-Era chato dizeres que sim?
-É chato perguntares?
-Posso ficar em tua casa...
-Claro.
O Tyler deitou o cigarro para o chão e eu peguei na minha mala:
-Obrigado.
-Tudo bem, mas primeiro tens de me fazer um favor...Tens de me bater com toda a força que conseguires...
-O quê?
-Tens de me bater com toda a força que conseguires...
-Bater?Para quê?Isso é uma loucura!
-Porquê? Eu não quero morrer sem cicatrizes...
-Mas para quê?
-Sei lá para quê...eu nunca andei à pancada...tu já?
-Eu não, mas isso é uma coisa boa...
-Não é nada uma coisa boa! Como podes conhecer realmente alguém se não lutas com ela?
-Eu não te posso bater...isto é uma loucura. Queres que te bata a onde?
O Tyler sorriu.
-Surpreende-me!
-Isto é uma loucura...
Ganhei balanço, e depois de hesitar alguns segundos dei-lhe um soco fraco, desastrado, na orelha:
-Porra, mesmo na orelha!
-Desculpa! Meu Deus! Estás bem?!
O Tyler aos poucos, ainda com a mão na orelha, foi-se aproximando de mim...E de repente, sem estar à espera, deu-me um soco no estomago...
Que dor! Dói mesmo. Isto dói mesmo...isto é uma dor real. Senti toda a minha barriga sentida, como se nunca a tivesse realmente sentido antes. E depois, de ter recebido esta dor, uma dor forte, uma dor que não me irritou, uma dor que me fez sentir vivo, que trasmitiu a sensação de estar de facto ligado ao mundo, dei por mim a pedir ao Tyler:
-Bate-me outra vez.
Passadas duas semanas já não sentia a falta da televisão, nem do conforto de outras futilidades que pensamos que nos fazem falta, mas que realidade não fazem. A vida é muito mais do que todo o lixo que nos colocam à frente e que nós, cegos consumidores, vazios por dentro, consumimos como animais famintos e sem opcções.
-Já se faz tarde. Tenho de ir arranjar um quarto de hotel.
-O quê? Ahah...
-O que foi?
-Pede.
-Peço o quê?
-Com três cervejas em cima e ainda não consegues pedir...
-Peço o quê?
-Pede. Convidaste-me para vir ao café para me pedires para ficares em minha casa!
-Não...
-Pede!
-Era chato dizeres que sim?
-É chato perguntares?
-Posso ficar em tua casa...
-Claro.
O Tyler deitou o cigarro para o chão e eu peguei na minha mala:
-Obrigado.
-Tudo bem, mas primeiro tens de me fazer um favor...Tens de me bater com toda a força que conseguires...
-O quê?
-Tens de me bater com toda a força que conseguires...
-Bater?Para quê?Isso é uma loucura!
-Porquê? Eu não quero morrer sem cicatrizes...
-Mas para quê?
-Sei lá para quê...eu nunca andei à pancada...tu já?
-Eu não, mas isso é uma coisa boa...
-Não é nada uma coisa boa! Como podes conhecer realmente alguém se não lutas com ela?
-Eu não te posso bater...isto é uma loucura. Queres que te bata a onde?
O Tyler sorriu.
-Surpreende-me!
-Isto é uma loucura...
Ganhei balanço, e depois de hesitar alguns segundos dei-lhe um soco fraco, desastrado, na orelha:
-Porra, mesmo na orelha!
-Desculpa! Meu Deus! Estás bem?!
O Tyler aos poucos, ainda com a mão na orelha, foi-se aproximando de mim...E de repente, sem estar à espera, deu-me um soco no estomago...
Que dor! Dói mesmo. Isto dói mesmo...isto é uma dor real. Senti toda a minha barriga sentida, como se nunca a tivesse realmente sentido antes. E depois, de ter recebido esta dor, uma dor forte, uma dor que não me irritou, uma dor que me fez sentir vivo, que trasmitiu a sensação de estar de facto ligado ao mundo, dei por mim a pedir ao Tyler:
-Bate-me outra vez.
Passadas duas semanas já não sentia a falta da televisão, nem do conforto de outras futilidades que pensamos que nos fazem falta, mas que realidade não fazem. A vida é muito mais do que todo o lixo que nos colocam à frente e que nós, cegos consumidores, vazios por dentro, consumimos como animais famintos e sem opcções.
A outra face
Faz agora talvez quatro anos que tentei escrever uma compilação organizada de poemas. Dei-lhe o nome de A outra face. Alguns tiveram oportunidade de a ler. Quando a leio ainda sorrio. Está bastante razoavel e gosto essencialmente do tom com que foi escrita. Olhando para o passado na altura foi o melhor que consegui expressar. Alguns poemas cheguei mesmo a colocar neste blog.
Vejo-te hoje com outros olhos,
Uma face desigual, como se existesse em cada um de nós
O mais horroso e o mais belo,
A verdade e a mentira,
A bondade e a maldade,
A eterna contrariedade do ser...
Nem sempre é a hipocrisia, às vezes é assim mesmo,
Dois pólos, dois olhos de cores diferentes.
Por vezes cegos, outras vezes conseguimos ver mais longe, ou mais perto.
Movemos montanhas ou temos medo,
Somos deuses ou somos humanos,
Ou tudo ou nada,
Tudo faz parte de histórias diferentes, quase a mesma, quase diferente,
Basta sermos humanos.
A outra face, a que vejo quando me olho ao espelho,
O mesmo rosto, os meus olhos, estou apenas mais velho.
Mas sou eu, aquilo que os outros veêm, aquilo que eu vejo,
Por vezes aquilo que eu sou...
É a outra face que todos nós temos, por vezes é dificil
saber qual é a verdadeira, a que acaba por vencer
na maioria dos momentos.
Aquela face que damos para ser esbofeteados,
A face que recebe o beijo,
A face que suporta o calor do nosso rosto em momentos de aflição
ou pressão, ou em fases mais complicadas ou de sentimento.
Vejo-te hoje com outros olhos,
Uma face desigual, como se existesse em cada um de nós
O mais horroso e o mais belo,
A verdade e a mentira,
A bondade e a maldade,
A eterna contrariedade do ser...
Nem sempre é a hipocrisia, às vezes é assim mesmo,
Dois pólos, dois olhos de cores diferentes.
Por vezes cegos, outras vezes conseguimos ver mais longe, ou mais perto.
Movemos montanhas ou temos medo,
Somos deuses ou somos humanos,
Ou tudo ou nada,
Tudo faz parte de histórias diferentes, quase a mesma, quase diferente,
Basta sermos humanos.
A outra face, a que vejo quando me olho ao espelho,
O mesmo rosto, os meus olhos, estou apenas mais velho.
Mas sou eu, aquilo que os outros veêm, aquilo que eu vejo,
Por vezes aquilo que eu sou...
É a outra face que todos nós temos, por vezes é dificil
saber qual é a verdadeira, a que acaba por vencer
na maioria dos momentos.
Aquela face que damos para ser esbofeteados,
A face que recebe o beijo,
A face que suporta o calor do nosso rosto em momentos de aflição
ou pressão, ou em fases mais complicadas ou de sentimento.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Resumo
As músicas não são o que somos, as músicas não são. Mas às vezes...
Se eu quisesse ser uma música, se eu me expressa-se por uma música, se o resumo do meu ser fosse uma música, talvez, e só talvez, fosse esta música.
Espero que apreciem o video(não é oficial mas está muito bem feito), que aproveitem a música, mas sobretudo, ouçam a letra...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
O terceiro passo
Nem todos conseguem marcar a minha vida, pelo menos tu tentaste.
Tentar nunca me atormentou, atormenta-me tentar muito
e depois não conseguir. O ser humano luta e batalha,
Por tudo aquilo que mais para ele valha,
Pela sua parte de centelha neste mundo de contrastes.
E as palavras são uma distância sem medida,
Ferida aberta, sarada, invisivel,
Corte de navalha, corte de folha,
E sou maior quando me julgo forte,
Quando absorvo a humildade de estar presente
numa história com o fim inacabado.
Nem todos conseguem marcar a minha vida, tu pelo menos tentaste.
E a sintonia engana, como engana o desprezo,
A frieza do ser, a verdade dirigida para ofender
quando muitos preferem iludir com a mentira.
Curvo-me perante a ignorância, aberto à investigação,
Consciente que a luta é para todos e todos os que lutam
Estão mais perto de algo.
Nem todos conseguem marcar a minha vida, pelo menos, tu tentaste.
Tentar nunca me atormentou, atormenta-me tentar muito
e depois não conseguir. O ser humano luta e batalha,
Por tudo aquilo que mais para ele valha,
Pela sua parte de centelha neste mundo de contrastes.
E as palavras são uma distância sem medida,
Ferida aberta, sarada, invisivel,
Corte de navalha, corte de folha,
E sou maior quando me julgo forte,
Quando absorvo a humildade de estar presente
numa história com o fim inacabado.
Nem todos conseguem marcar a minha vida, tu pelo menos tentaste.
E a sintonia engana, como engana o desprezo,
A frieza do ser, a verdade dirigida para ofender
quando muitos preferem iludir com a mentira.
Curvo-me perante a ignorância, aberto à investigação,
Consciente que a luta é para todos e todos os que lutam
Estão mais perto de algo.
Nem todos conseguem marcar a minha vida, pelo menos, tu tentaste.
O segundo passo
É como se às vezes existisse uma ligação inexplicavel,
Outras vezes como se não existisse nada.
Entre palavras que se escondem em segredos
Tão perfeitamente selados, como se contivessem
momentos sagrados, deixados guardados por alguém
que só os quer partilhar na hora certa...
Nem sempre as palavras são perfeitas, nem sempre
as linhas estão perfeitamente rectas, mas, sobra sempre espaço
para escrever algo mais.
Um significado inesperado aguarda solução, aguarda resposta,
Numa mente equilibradamente torta.
Odeia-me se isso souber bem,
Venera-me se for a tua fuga.
Mas não fujas...
A única dádiva que Deus me deu foi poder viver e escrever,
E poder questionar a força dos actos de quem me rodeia,
Poder respirar a cidade e o campo, o sol e o céu,
As nuvens e a chuva,
E todas as sensações.
São sabores que vivo e tento aprender,
Como uma criança que aprende as cores, os números, o alfabeto.
Mantenho-me à altura precisa, sem medo,
Sentado, levantado, perto e longe,
Contraditório e acessivel.
Outras vezes como se não existisse nada.
Entre palavras que se escondem em segredos
Tão perfeitamente selados, como se contivessem
momentos sagrados, deixados guardados por alguém
que só os quer partilhar na hora certa...
Nem sempre as palavras são perfeitas, nem sempre
as linhas estão perfeitamente rectas, mas, sobra sempre espaço
para escrever algo mais.
Um significado inesperado aguarda solução, aguarda resposta,
Numa mente equilibradamente torta.
Odeia-me se isso souber bem,
Venera-me se for a tua fuga.
Mas não fujas...
A única dádiva que Deus me deu foi poder viver e escrever,
E poder questionar a força dos actos de quem me rodeia,
Poder respirar a cidade e o campo, o sol e o céu,
As nuvens e a chuva,
E todas as sensações.
São sabores que vivo e tento aprender,
Como uma criança que aprende as cores, os números, o alfabeto.
Mantenho-me à altura precisa, sem medo,
Sentado, levantado, perto e longe,
Contraditório e acessivel.
O primeiro passo
Até à perfeição são três degraus como o pódio,
O que escrevo não é por ódio ou raiva ou por inveja. (VRZ)
Retiro o que não disse, escrevo apenas por ódio e por raiva,
Por pequenas eras que passam, que deixam marcas, que
Destroem tectos e amaldiçoam almas.
Nunca engoli poesia, tranca-la seria um crime pessoal,
Deixa-la explorar o tempo e o espaço é uma pequena honra.
É o amor que me une às linhas, às palavras,
Ao prazer de escreve-las.
Como o primeiro amor, é assim que as sinto, uma adrenalina
Uma sensação de bem estar,
Outras vezes o alivio de retirar veneno do meu corpo,
De curar uma febre derivada da rotina.
O que escrevo não é por ódio ou raiva ou por inveja. (VRZ)
Retiro o que não disse, escrevo apenas por ódio e por raiva,
Por pequenas eras que passam, que deixam marcas, que
Destroem tectos e amaldiçoam almas.
Nunca engoli poesia, tranca-la seria um crime pessoal,
Deixa-la explorar o tempo e o espaço é uma pequena honra.
É o amor que me une às linhas, às palavras,
Ao prazer de escreve-las.
Como o primeiro amor, é assim que as sinto, uma adrenalina
Uma sensação de bem estar,
Outras vezes o alivio de retirar veneno do meu corpo,
De curar uma febre derivada da rotina.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Máquina do tempo
"Perfect by nature..." (Evenscence)
Esperem, parem a música, por favor, deixem-me corrigir:
Imperfect by nature... Agora sim, estamos a ser verdadeiros.
Ouço uma voz que me chama para casa,
De volta às minhas origens mais recentes,
Mas eu sou mais forte,(serei?), luto contra a corrente,(lutarei?)
Tranco-me a sete chaves nos confins do meu ser,
Ignorando o destino como os católicos ignoram a sua podridão.
O que passou já não volta,
O que passou no passado ficou, e já não volta,
Dou cordas a este relógio parado há tanto tempo
Como se a força que lhe trasmito o colocasse a funcionar,
E o tempo passou e nada mais dele restou,
Apenas fotografias guardadas, que em tempos foram amadas,
Agora ardentemente odiadas ou esquecidas.
Vidas derrotadas, vidas vencidas,
E somos nós tão novos, tão frágeis, tão inocentes.
E a vida já nos pesa como se tivessemos séculos de existência,
O tempo já nos destrói como se fossemos velhos,
Como se o amanhã fosso uma data marcada da nossa morte...
E vejo o céu tão alto, azul, belo, como se me fosse cair em cima,
Belo, azul, como se fosse um aviso do que não quero ouvir.
Movo-me sobre o vento, na esperança de acordar,
Vejo-te a sugar o azul do céu como se fosse ar, como se
por dentro, pensasses que jamais o voltarás a ver....
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Ignora a sombra que te cerca, que te segue, esconde-te atrás de mim!
Não fujas, luta, esgana a fraqueza com as tuas mãos!
REVOLTA-TE!
AHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Lavemos pois a alma, nas letras que se escrevem,
Lavemos a cara com água.
E mesmo que quisesse voltar atrás, nada seria como de antes,
Será isto pior?
Não...Não vos compreendo, como tão pouco me compreendo a mim.
Fúria louca contra todos quando me encontro menos feliz...
Sinto o tempo a trespassar-me a pele como uma agulha, várias, imensas,
E o tempo tira-me alegria por não o passar como mais quero.
A minha sombra, por mim criada, serve-se de mim para se multiplicar,
Mas eu não a quero mais, não, vai-te para longe.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Quero caminhar, estou farto de rastejar, de dentro para fora,
De fora para dentro, sem vontade de voltar,
É a minha hora de viver e querer ser!
Escrevo...
Escrevo...
Esperem, parem a música, por favor, deixem-me corrigir:
Imperfect by nature... Agora sim, estamos a ser verdadeiros.
Ouço uma voz que me chama para casa,
De volta às minhas origens mais recentes,
Mas eu sou mais forte,(serei?), luto contra a corrente,(lutarei?)
Tranco-me a sete chaves nos confins do meu ser,
Ignorando o destino como os católicos ignoram a sua podridão.
O que passou já não volta,
O que passou no passado ficou, e já não volta,
Dou cordas a este relógio parado há tanto tempo
Como se a força que lhe trasmito o colocasse a funcionar,
E o tempo passou e nada mais dele restou,
Apenas fotografias guardadas, que em tempos foram amadas,
Agora ardentemente odiadas ou esquecidas.
Vidas derrotadas, vidas vencidas,
E somos nós tão novos, tão frágeis, tão inocentes.
E a vida já nos pesa como se tivessemos séculos de existência,
O tempo já nos destrói como se fossemos velhos,
Como se o amanhã fosso uma data marcada da nossa morte...
E vejo o céu tão alto, azul, belo, como se me fosse cair em cima,
Belo, azul, como se fosse um aviso do que não quero ouvir.
Movo-me sobre o vento, na esperança de acordar,
Vejo-te a sugar o azul do céu como se fosse ar, como se
por dentro, pensasses que jamais o voltarás a ver....
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Ignora a sombra que te cerca, que te segue, esconde-te atrás de mim!
Não fujas, luta, esgana a fraqueza com as tuas mãos!
REVOLTA-TE!
AHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Lavemos pois a alma, nas letras que se escrevem,
Lavemos a cara com água.
E mesmo que quisesse voltar atrás, nada seria como de antes,
Será isto pior?
Não...Não vos compreendo, como tão pouco me compreendo a mim.
Fúria louca contra todos quando me encontro menos feliz...
Sinto o tempo a trespassar-me a pele como uma agulha, várias, imensas,
E o tempo tira-me alegria por não o passar como mais quero.
A minha sombra, por mim criada, serve-se de mim para se multiplicar,
Mas eu não a quero mais, não, vai-te para longe.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Quero caminhar, estou farto de rastejar, de dentro para fora,
De fora para dentro, sem vontade de voltar,
É a minha hora de viver e querer ser!
Escrevo...
Escrevo...
domingo, 12 de julho de 2009
Seria sempre um para sempre
Estás deitada, com a cabeça apoiada nas minhas pernas. Dizes coisas belas e não consigo parar de olhar para ti. Para mim és perfeita. Contigo, ouso pensar, que seria para sempre.
Mas...
Podia abdicar de viver, para que me visses realmente, como sou,
Me sentires como eu quero ser sentido, na minha totalidade,
Sem fragmentos de fantasia, sem ilusão, sem dilusão humana,
Apenas eu...
Podia abdicar de fazer o que mais gosto, para que me olhasses,
Como olho para ti, com uma ternura imensa, uma vontade de saciar
o beijo, de saciar a alma e o corpo na mesma medida.
Queria, queria mais, mas nem sempre o que queremos se concretiza.
Nem sempre basta tentar, nem sempre basta dar o nosso melhor.
Mesmo quando estou ao teu lado, sentindo-te respirar,
Mesmo segurando-te com toda a força para não caires,
Mesmo provando as tuas lágrimas, dando-te força,
Estou lá...sabes que estou lá, mas não me sentes.
Eu podia abdicar do que sou para ser para sempre,
Mas...
Afinal o destino reservou-nos um belo futuro, o mundo dá sempre estranhas voltas, gira tão originalmente que por vezes ficamos sem saber o que pensar. Sorte? Azar?
Só que...Não. Apenas não.
Não? Não...
Não te volto as costas, sempre estive à tua frente.
Seria sempre um para sempre.
Sem utilidade como um poema romântico, sem contexto prático,
Ignoro as minhas palavras, deito fora cada poema,
Será um nunca mais.
Mas...
Podia abdicar de viver, para que me visses realmente, como sou,
Me sentires como eu quero ser sentido, na minha totalidade,
Sem fragmentos de fantasia, sem ilusão, sem dilusão humana,
Apenas eu...
Podia abdicar de fazer o que mais gosto, para que me olhasses,
Como olho para ti, com uma ternura imensa, uma vontade de saciar
o beijo, de saciar a alma e o corpo na mesma medida.
Queria, queria mais, mas nem sempre o que queremos se concretiza.
Nem sempre basta tentar, nem sempre basta dar o nosso melhor.
Mesmo quando estou ao teu lado, sentindo-te respirar,
Mesmo segurando-te com toda a força para não caires,
Mesmo provando as tuas lágrimas, dando-te força,
Estou lá...sabes que estou lá, mas não me sentes.
Eu podia abdicar do que sou para ser para sempre,
Mas...
Afinal o destino reservou-nos um belo futuro, o mundo dá sempre estranhas voltas, gira tão originalmente que por vezes ficamos sem saber o que pensar. Sorte? Azar?
Só que...Não. Apenas não.
Não? Não...
Não te volto as costas, sempre estive à tua frente.
Seria sempre um para sempre.
Sem utilidade como um poema romântico, sem contexto prático,
Ignoro as minhas palavras, deito fora cada poema,
Será um nunca mais.
domingo, 5 de julho de 2009
Até ao último suspiro..
Por não querer que os dias sejam todos iguais,
Até ao último folêgo...
Sou contraditório para com a minha pessoa,
Estou sempre pronto para lutar por todos,
Dar o melhor de mim pelos outros,
Mas às vezes talvez desista de mim...
A minha meta é fazer algo que marque a minha vida
Que marque a vida dos outros,
Que modifique algo...
Corro e luto até ao último folêgo,
Caio e levanto-me e luto mais um bocado.
Não desisto de ninguém até desistirem de mim.
Esforço-me em quase tudo, desisto em quase nada.
Força lutadora, exaustão compensadora,
Suor, alma que mesmo cansada corre mais um pouco,
E o mais importante, é quando esse pouco faz a diferença.
Quero-te, mas não sei até onde, até que limite,
Até que evolução, até que fim.
E sei que te quero. Luto por ti mais um pouco,
Até depois de me cansar de um cansaço já duradouro.
Mas luto, enquanto puder lutar,
Enquanto a luz, a chama ainda queimar. Luto.
Até ao último suspiro, sempre até onde puder chegar,
Mais longe, mais perto...às vezes depressa,
Outras mais devagar. O importante é chegar.
Luto até ao meu último suspiro,
Enquanto luto sei que estou vivo.
E é esse o meu objectivo: manter-me vivo
e expressar-me o melhor que consigo.
Até ao último folêgo...
Sou contraditório para com a minha pessoa,
Estou sempre pronto para lutar por todos,
Dar o melhor de mim pelos outros,
Mas às vezes talvez desista de mim...
A minha meta é fazer algo que marque a minha vida
Que marque a vida dos outros,
Que modifique algo...
Corro e luto até ao último folêgo,
Caio e levanto-me e luto mais um bocado.
Não desisto de ninguém até desistirem de mim.
Esforço-me em quase tudo, desisto em quase nada.
Força lutadora, exaustão compensadora,
Suor, alma que mesmo cansada corre mais um pouco,
E o mais importante, é quando esse pouco faz a diferença.
Quero-te, mas não sei até onde, até que limite,
Até que evolução, até que fim.
E sei que te quero. Luto por ti mais um pouco,
Até depois de me cansar de um cansaço já duradouro.
Mas luto, enquanto puder lutar,
Enquanto a luz, a chama ainda queimar. Luto.
Até ao último suspiro, sempre até onde puder chegar,
Mais longe, mais perto...às vezes depressa,
Outras mais devagar. O importante é chegar.
Luto até ao meu último suspiro,
Enquanto luto sei que estou vivo.
E é esse o meu objectivo: manter-me vivo
e expressar-me o melhor que consigo.
sábado, 4 de julho de 2009
Eulogy
(Continuação de http://versologista.blogspot.com/2009/04/tool.html)
'Tenho que lembrar-me sempre, e aos que mais gosto, que por muito útil que uma ferramenta seja, de nada vale senão a soubermos usar ou senão soubermos para que o serve.'
"Lying to my self again..."(APC)
De nada me valem as ferramentas que uso
senão as utilizar com razão e engenho,
Fazer sem prazer, sem chama intensa
é tão inútil como esperar por algo que não vem realmente.
Tenho um sorriso aberto para quem o mereceu,
Uma gargalhada sentida para ideia mais fútil,
Um olhar de pena para o mendigo que nem sempre posso auxiliar.
Um sorriso cínico para quem não gosto,
Um cara desagradavel para quem não tolero,
Uma distância para quem já não respeito.
Sou eu, eu a pessoa que sou,
Pensador de futilidades como de verdades que não percebo,
Companhia para horas más e boas,
Zombador de situações reais e mais infantis,
Sonhador que tentar actuar,
Escritor que tentar escrever.
Por vezes olhos-côr-de-raiva, outras vezes de compreensão,
Ou um olhar de ternura, de um amor sem compensação,
Mas mesmo assim é entregue,
Nada a perder até prova em contrário.
Sou o que sou, e não o que é suposto ser,
Uns gostam, outros não.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Maktub
Maktub quer dizer em àrabe: está escrito.
"Lembra-te que não acreditas nessas tretas do destino, que és tu que fazes e escolhes o teu próprio caminho." (Matrix Reloaded)
Deus deu a todo a capacidade do livre arbitrio, apesar talvez da contrariedade de ter para nós todos um plano.
Está escrito...ou não?
Lanço a moeda ao ar...espero que o vento,
Ou a sua ausência, interfiram ou não,
Até que ponto a força, o jeito de rodar do meu dedo
terá alterado o resultado desta chamada ciência aleatória?
Estára mesmo escrito?
Se pensarmos que sim, caimos na tentação de difamar o seu escritor,
Por termos excesso de ignorância divina,
Ou por estar de facto longe da história que queremos ver
delineada...
Mas eu ajo como quero...ou não?
Conseguirei surpreender Deus como consigo surpreender quem está
à minha volta?
Perguntas estranhas invadem o meu ser...
Até que ponto existe importância nas nossas vidas?
Para além do prazer delicioso de viver?
Dói-me a ideia, dói-me tentar pensar em vão...
Na minha vida tenho vivido acontecimentos
tão certos, tão verdadeiramente encaixados
uns nos outros, como se de facto, estivesse escrito.
Por outro lado, não consigo acreditar que tudo aquilo
que eu faça, esteja algures já escrito,
por uma mão do tamanho da minha imaginção, enorme,
sem descrição palpavel, calma mas assustadora,
uma enorme mão, de um ser ainda maior,
que se curva perante algo que desconheço,
e que escreve a história, comprida ou curta, bela ou triste,
de uma quantidade de pessoas ainda maior...do que tudo o que posso
imaginar.
Mas porquê? Até que ponto existe de facto o livre arbitrio?
Até que ponto somos nós criados inconscientes, ou iludidos de consciência
de algo superior?
E um amor não prova nada...
Ou estamos a seguir uma ordem, ou a ser nós uma revolução numa ordem,
Ou a ser apenas nós próprios.
Talvez a resposta, esteja nessas entrelinhas da vida, na simplicidade quase drástica do meio termo. Umas vezes será talvez coincidência, outras vezes harmonia do destino...
E talvez o nosso romântimo diário, dite muitas vezes e distorça a verdadeira realidade...
Entre amar e pensar, fico na dúvida,
Sobra-me amar e tentar pensar ao mesmo tempo.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Metamorfose
Nota inicial:
Dizem que as pessoas não mudam...Mas mudam. E mudam com o tempo. Às vezes, devido à idade, é dificil mudar-se. Tudo pode mudar. Todos podem mudar, quer para melhor quer para pior, mas muda-se, tudo muda. Às vezes são pequenas coisas, e todas essas coisas, mudam com o tempo. E às vezes é preciso esperar, é preciso escutar essa mudança tão pequena, e é tão pequena, que é por vezes dificil reparar nela.
Veja-se o exemplo de quem já levou pedradas da vida, mortes, acontecimentos maus, as pessoas aprendem, mudam, o que não nos mata? Torna-nos mais fortes. É verdade. Às vezes não notamos logo...Mas quem está à nossa volta. Músicas que não nos diziam nada, e que depois, com o mudar dos tempos, a nossa própria maneira de ouvi-las muda, e começamos a gostar. O coração é um músculo, veja-se pessoas que corriam dez minutos e que cedo começavam a arfar...com o treino e a dedicação necessárias, esses dez minutos passam sem um único suspiro.
É bom mudar? Às vezes. Não tenho resposta certa, porque não existe. Vale a pena mudar? Quase sempre.
"I wanna hold you high and steal your pain away..." (um exemplo prático da minha mudança.)
Mudo-me com o tempo para um tempo diferente.
Se acordar-mos num lugar diferente somos pessoas diferentes?
Dás-me um desejo enorme, de querer agarrar-te, segurar-te bem alto,
De te mostrar o céu e de ao longe te apontar o inferno...
De te agarrar e mudar-te...
Mudar tudo aquilo que não gostas, tornar-te diferente,
Mas igual ao que tens de melhor.
Agarrar-te, soltar-te alto...deixar-te cair nos meus braços,
Sem medo, sem dor, apenas o momento em que te deixas
Elevar por mim, numa segurança duradoura...
Mudo-me com o tempo, para um tempo diferente,
Mudo-me para outro eu, sem hipócrisia, sem caras diferentes,
A mesma cara, o mesmo coração, a mesma verdade,
As mesmas emoções, mas mais fortes, mais aguerridas.
Mudo-me, mas só me mudo se valer a pena.
Aprendo com os erros? Nem sempre.
Detesto errar? Sempre,
Gosto mais de ensinar do que aprender,
E tu dás-me esse desejo de mostrar o melhor de mim.
E de ensinar o pouco ou nada que sei a todos à minha volta.
Respirar, sentir-me vivo. Mudar.
Só muda quem quer...
Só muda quem acha que deve mudar...
Metamorfose, num mundo que gira
sem nunca parar...
Mas se mudar, implicar sair da prisão, soltar as asas, soltar a mente,
Voar mais longe, mais além...então eu mudo.
Tu mudas?
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