Faz agora talvez quatro anos que tentei escrever uma compilação organizada de poemas. Dei-lhe o nome de A outra face. Alguns tiveram oportunidade de a ler. Quando a leio ainda sorrio. Está bastante razoavel e gosto essencialmente do tom com que foi escrita. Olhando para o passado na altura foi o melhor que consegui expressar. Alguns poemas cheguei mesmo a colocar neste blog.
Vejo-te hoje com outros olhos,
Uma face desigual, como se existesse em cada um de nós
O mais horroso e o mais belo,
A verdade e a mentira,
A bondade e a maldade,
A eterna contrariedade do ser...
Nem sempre é a hipocrisia, às vezes é assim mesmo,
Dois pólos, dois olhos de cores diferentes.
Por vezes cegos, outras vezes conseguimos ver mais longe, ou mais perto.
Movemos montanhas ou temos medo,
Somos deuses ou somos humanos,
Ou tudo ou nada,
Tudo faz parte de histórias diferentes, quase a mesma, quase diferente,
Basta sermos humanos.
A outra face, a que vejo quando me olho ao espelho,
O mesmo rosto, os meus olhos, estou apenas mais velho.
Mas sou eu, aquilo que os outros veêm, aquilo que eu vejo,
Por vezes aquilo que eu sou...
É a outra face que todos nós temos, por vezes é dificil
saber qual é a verdadeira, a que acaba por vencer
na maioria dos momentos.
Aquela face que damos para ser esbofeteados,
A face que recebe o beijo,
A face que suporta o calor do nosso rosto em momentos de aflição
ou pressão, ou em fases mais complicadas ou de sentimento.
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